Brasil tem a conexão com sistemas de várias fontes de suprimentos de diferentes bacias, como o gás importado da Bolívia e da Argentina, além do GNL de vários terminais no país.
A integração da infraestrutura logística para incrementar a cadeia de suprimento de gás na América do Sul será um importante fator de estímulo à ampliação da malha dutoviária na região. A relevância de ativos energéticos como a produção de gás em Vaca Muerta (Argentina) com expressivo crescimento, a expansão do pré-sal e a manutenção da importação do gás boliviano são oportunidades para o desenvolvimento de projetos para interligar esses mercados.
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“Temos a conexão com sistemas de várias fontes de suprimentos de diferentes bacias, como o gás importado da Bolívia e da Argentina, além do GNL de vários terminais no país”, ressaltou a diretora executiva de gás natural do IBP, Sylvie D´Apote, em plenária nesta quarta-feira (10.11), no segundo dia da Rio Pipeline 2021.
Aumento da oferta de gás da Argentina estimula integração com o Brasil
Carlos Rabuffetti, Gerente Sênior de Desenvolvimento de Negócios da Tecpetrol, destacou que até 2024 haverá aumento da oferta de gás da Argentina em cerca de 32 milhões de m3/dia – o que estimula essa integração, com o fornecimento flexível para o Brasil.
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O diretor comercial da TBG, Jorge Roberto Abrahao Hijjar, aposta fortemente na integração dos sistemas para a garantia do fornecimento de gás ao mercado. “A segurança do fornecimento não está presente em sistemas isolados. Um sistema integrado irá fornecer flexibilidade do ponto de vista comercial e logístico”, ressaltou Hijjar.
Já Gabriela Aguilar, Vice Presidente da América do Sul da Excelerate Energy, destacou o papel do GNL na sustentabilidade do mercado tanto do ponto de vista ambiental quando da garantia do suprimento. “O GNL é uma energia que emite menos se comparada com combustíveis como o diesel. É 35% menos contaminante que outros combustíveis.”
O transporte de hidrogênio em gasodutos, de forma pura ou misturada ao gás natural, ainda envolve muitas questões no mercado internacional de dutos
O tema da transição energética também foi debatido em um horizonte mais longo, com o olhar no desenvolvimento do mercado de hidrogênio.
O transporte de hidrogênio em gasodutos, de forma pura ou misturada ao gás natural, ainda envolve muitas questões no mercado internacional de dutos. O que há de mais concreto é que a demanda de hidrogênio crescerá devido ao ambiente de transição energética e à necessidade de um novo combustível para atender as necessidades da indústria pesada. Essas foram algumas das conclusões da sessão “O Transporte Dutoviário de Hidrogênio”, na última quarta-feira (10).
Philippe Darcis, diretor sênior de Tecnologia Pipeline da Tenaris, afirmou que a demanda por hidrogênio duplicará a cada década. ‘’O hidrogênio fará parte de nosso cotidiano”, disse. O executivo acrescentou que a demanda virá pela necessidade da indústria se adaptar à transição energética.
São necessárias mudanças regulatórias em diversos países para adaptar os gasodutos para o transporte de hidrogênio
Aurelie Carayol, diretora do Projeto de Hidrogênio da GRTgaz, operadora de gasodutos francesa, afirmou que a empresa estuda introduzir o hidrogênio em seus dutos de gás e avalia os impactos dessa mudança. A GRTgaz lidera um grupo de trabalho que pesquisa o tema e planeja ações. Um dos projetos estudados é a criação do Vale do Hidrogênio na região da Alemanha, França e Luxemburgo, onde se concentram muitas indústrias. “Nesta região, até 2030 haverá um crescimento significativo de transporte de hidrogênio”, prevê Carayol.
Os executivos ressaltaram, porém, que são necessárias mudanças regulatórias em diversos países para adaptar os gasodutos para o transporte de hidrogênio, bem como uma avaliação das questões de segurança.
A Rio Pipeline, um dos mais importantes eventos do segmento de dutos do mundo, aconteceu neste ano de modo virtual, e tem a participação de mais de 1.500 congressistas de 27 países.
O evento tem patrocínio da Petrobras, NTS, Rosen, TAG, TBG, ATGÁS, AMPP, Compass, Herrenknecht, Tenaris, Wood e Elastomeros, e conta com a participação do Governo Federal.