Sistema Typhon é exibido durante exercício militar e reforça a aliança entre Washington e Tóquio em meio à crescente tensão no Indo-Pacífico
O Exército dos Estados Unidos apresentou pela primeira vez no Japão seu sistema de mísseis de alcance intermediário Typhon, capaz de disparar mísseis hipersônicos, durante o exercício militar anual Resolute Dragon.
A movimentação reforça a cooperação entre Washington e Tóquio e evidência a disposição de ambos em expandir suas capacidades defensivas na região do Indo-Pacífico.
O sistema terrestre pode lançar mísseis de cruzeiro Tomahawk com alcance de quase 1.600 quilômetros, o suficiente para atingir a costa leste da China ou áreas da Rússia.
-
Como o Vale do Silício foi criado: A impressionante jornada que transformou uma missão espanhola no maior polo tecnológico do planeta
-
Uma nova cor nos semáforos está prestes a mudar tudo e fazer dos carros autônomos os verdadeiros controladores do trânsito urbano
-
Apple recorre à Samsung para melhorar inteligência artificial dos modelos básicos do iPhone
-
Austrália transforma 12 milhões de toneladas de cinzas e vidro em telhas ecológicas que reduzem 13% das emissões de CO₂ e resistem ao fogo
A demonstração ocorreu na Estação Aérea do Corpo de Fuzileiros Navais de Iwakuni e contou com cerca de 20 mil soldados americanos e japoneses, além de navios de guerra e baterias de mísseis espalhadas pelo território japonês.
Sistema de mísseis com alcance estratégico
O coronel Wade Germann, comandante da força-tarefa que opera o sistema, afirmou que o Typhon permite criar dilemas ao inimigo ao empregar múltiplos sistemas e diferentes tipos de munição.
Segundo ele, a velocidade de implantação possibilita posicionar o equipamento de forma rápida quando necessário, aumentando a flexibilidade das operações.
Germann ressaltou que o sistema será retirado do Japão após o Resolute Dragon, mas não revelou o próximo local de deslocamento nem confirmou se ele retornará ao país.
A chegada do Typhon ao oeste japonês ocorre após sua implantação nas Filipinas, em abril de 2024, episódio que gerou críticas de Pequim e Moscou. Ambos acusaram os EUA de alimentar uma corrida armamentista na região.
O comandante também não confirmou se a unidade enviada ao Japão é a mesma que esteve nas Filipinas, onde, segundo a Reuters, o lançador permanecia no fim de agosto.
Reação da China e expansão militar na região
As forças americanas realizaram ainda exercícios de tiro real na Austrália este ano, mas sua presença no Japão, mais próximo da China, tende a provocar reações mais fortes.
Washington considera Iwakuni parte da chamada “Primeira Cadeia de Ilhas”, conjunto de territórios que se estende do Japão às Filipinas e limita o poder marítimo e aéreo chinês.
Além dos Tomahawk, o Typhon pode disparar mísseis SM-6, projetados para atingir navios ou aeronaves a mais de 200 quilômetros de distância. Os EUA pretendem espalhar essas armas antinavio por toda a Ásia para conter o avanço do arsenal chinês de mísseis hipersônicos.
Diferente de projetos de nova geração, o Typhon utiliza armamentos já existentes e de produção em massa, algo que, segundo planejadores militares, pode ajudar os EUA e seus aliados a reduzir a diferença em relação à China.
O Japão, por sua vez, também eleva seus gastos militares. O país está adquirindo mísseis Tomahawk para seus navios de guerra e desenvolvendo sistemas próprios de médio alcance, no maior reforço de suas capacidades de defesa desde a Segunda Guerra Mundial.



-
Uma pessoa reagiu a isso.