Goiás será palco de megaprojeto de terras-raras com investimento americano e apoio da DFC criada por Donald Trump.
Os Estados Unidos aprovaram um investimento de US$ 465 milhões em um projeto de terras-raras no estado de Goiás, administrado pela empresa Serra Verde.
O financiamento é liderado pela Corporação Financeira dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (DFC), órgão criado durante o governo de Donald Trump para impulsionar projetos estratégicos em países emergentes.
O objetivo é claro: diminuir a dependência ocidental da China na extração e processamento de minerais essenciais usados em tecnologias avançadas.
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O aporte reforça a aproximação entre Brasil e Estados Unidos em um momento de disputa global por matérias-primas críticas.
Goiás, com grandes reservas minerais, desponta como um polo estratégico para o fornecimento de elementos usados em veículos elétricos, turbinas eólicas e equipamentos militares.
Goiás se torna peça-chave na corrida global por minerais estratégicos
A mina Pela Ema, localizada em Goiás, é o centro do projeto financiado pelos norte-americanos.
O investimento da DFC será usado para modernizar as operações da Serra Verde, cobrir custos operacionais e refinanciar dívidas de acionistas, conforme documento publicado pela agência federal em 15 de agosto.
Criada durante o mandato de Donald Trump, a DFC tem a função de fortalecer a influência dos EUA em países em desenvolvimento, apoiando iniciativas alinhadas com os objetivos de sua política externa.
O foco nas terras-raras demonstra a preocupação norte-americana com o domínio da China sobre o setor, que hoje controla mais de 80% da produção global desses elementos.
Serra Verde é a primeira produtora brasileira em larga escala
A Serra Verde é considerada a primeira produtora de terras-raras em larga escala do Brasil. A companhia conta com apoio de fundos internacionais, como Denham Capital, Vision Blue Resources e Energy and Minerals Group.
Sua mina abriga tanto terras-raras leves quanto pesadas, incluindo neodímio, praseodímio, térbio e disprósio — elementos fundamentais para ímãs permanentes utilizados em motores elétricos e turbinas eólicas.
A produção comercial começou em 2024, com previsão de atingir entre 4.800 e 6.500 toneladas métricas de óxidos de terras-raras até 2027.
O avanço representa um marco para o Brasil, que possui uma das maiores reservas fora da China, e sinaliza o fortalecimento da mineração sustentável no Centro-Oeste.
Parceria estratégica entre Brasil e Estados Unidos
O interesse dos Estados Unidos em investimentos em terras-raras no Brasil faz parte de uma estratégia mais ampla para diversificar cadeias de suprimentos.
O governo norte-americano vê no Brasil um aliado estratégico na transição energética e na produção limpa de tecnologia.
Segundo um porta-voz da Serra Verde, o projeto ainda está em fase de ajustes.
“Este projeto ainda está passando por diversas etapas e revisões antes de ser concluído. Como esses detalhes ainda não foram finalizados, preferimos aguardar para comentar até que a transação esteja totalmente concluída e possamos fornecer informações precisas”, afirmou o representante.
Expansão de investimentos no setor de terras-raras na América Latina
O movimento norte-americano não se limita a Goiás. Em setembro, a Aclara Resources, também apoiada pela DFC, recebeu financiamento para outro projeto de terras-raras no Centro-Oeste, com possibilidade de conversão do aporte em participação acionária futura.
Essas ações demonstram o interesse crescente dos EUA em fortalecer a presença no setor mineral da América Latina, promovendo segurança energética e redução da dependência da China.
O futuro das terras-raras em Goiás e o papel do Brasil
O investimento de US$ 465 milhões simboliza mais do que uma parceria econômica: representa o reposicionamento do Brasil no mapa global da mineração estratégica.
Com as reservas de Goiás, o país se consolida como fornecedor confiável e sustentável de minerais críticos, enquanto os Estados Unidos ampliam sua influência geopolítica e garantem autonomia tecnológica.
O projeto Serra Verde reforça, portanto, um novo eixo de cooperação internacional voltado à inovação, energia limpa e desenvolvimento sustentável — colocando o Brasil como protagonista na nova corrida pelas terras-raras.



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