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EUA desferem golpe estratégico contra conglomerado sírio acusado de financiar rede iraniana e rebeldes; sanções podem abalar petróleo e Oriente Médio

Escrito por Ana Alice
Publicado em 15/11/2024 às 15:16
EUA sancionam conglomerado sírio acusado de financiar rebeldes Houthis e a Guarda Revolucionária iraniana. Tensão no Oriente Médio aumenta. (Imagem: Reprodução/Canva)
EUA sancionam conglomerado sírio acusado de financiar rebeldes Houthis e a Guarda Revolucionária iraniana. Tensão no Oriente Médio aumenta. (Imagem: Reprodução/Canva)
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EUA desferem golpe estratégico contra um conglomerado sírio acusado de financiar a Guarda Revolucionária iraniana e os rebeldes Houthis no Iêmen. Com sanções que atingem empresas, indivíduos e embarcações, a medida promete abalar as rotas de petróleo e aumentar as tensões no Oriente Médio. O impacto pode redefinir o jogo geopolítico da região

Uma movimentação diplomática e econômica de peso colocou o Oriente Médio e a comunidade internacional em alerta nesta quinta-feira (14).

Os Estados Unidos anunciaram uma série de sanções econômicas contra empresas, indivíduos e embarcações ligadas a um poderoso conglomerado sírio.

A medida, segundo o Departamento do Tesouro norte-americano, tem como objetivo desmantelar uma rede de financiamento que envolve desde a Guarda Revolucionária iraniana até os rebeldes Houthis, atuantes no Iêmen.

As sanções adicionam mais tensão a uma região já marcada por conflitos geopolíticos e interesses diversos. Mas o que está por trás dessas novas medidas americanas, e como elas afetam os jogadores regionais e globais?

A operação do Tesouro americano

No coração das sanções está a companhia síria Al-Qatirji, acusada pelos EUA de servir como peça-chave no financiamento de grupos considerados desestabilizadores.

De acordo com o comunicado do Tesouro, a empresa gerava centenas de milhões de dólares em receitas para a Força Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária iraniana, e para os Houthis, por meio da comercialização de petróleo iraniano.

O Tesouro destacou que o petróleo era vendido tanto para a Síria quanto para a China, em operações que driblavam restrições internacionais.

Bradley Smith, funcionário do Departamento do Tesouro, afirmou que o Irã tem dependido cada vez mais de parceiros como a Al-Qatirji para viabilizar suas “atividades desestabilizadoras” e expandir sua rede de influências na região.

A ação de quinta-feira teve como alvo 26 entidades, incluindo empresas, indivíduos e embarcações ligadas diretamente à Al-Qatirji.

Vale lembrar que a empresa já estava na mira do Ocidente, anteriormente sancionada por facilitar transações de combustível entre o regime sírio e o Estado Islâmico, em um esquema que envolvia atores adversários no cenário internacional.

Força Quds: o braço armado da diplomacia iraniana

A Força Quds, vinculada à Guarda Revolucionária do Irã, é conhecida por ser a linha de frente do país nas operações militares externas.

Supervisionando grupos como Hezbollah, Hamas e os próprios Houthis, o grupo é acusado por diversos países de alimentar conflitos no Oriente Médio por meio de apoio financeiro, militar e estratégico.

No caso específico das sanções recentes, o foco está na atuação dos Houthis no Iêmen. Esse grupo, que controla parte do território iemenita, tem sido protagonista de uma guerra civil devastadora contra forças alinhadas ao governo reconhecido internacionalmente, apoiado pela Arábia Saudita.

A Força Quds teria utilizado a Al-Qatirji para fornecer suporte financeiro e operacional aos Houthis, escalando ainda mais a crise na região.

Impacto global: os alvos e as repercussões

Ao mirar um conglomerado econômico tão central como a Al-Qatirji, os EUA sinalizam que pretendem estrangular as fontes de financiamento de seus adversários no Oriente Médio.

As sanções devem dificultar a circulação de recursos e a comercialização de petróleo, além de complicar o transporte marítimo para as embarcações listadas.

Essas medidas afetam não apenas o regime sírio, que depende de parceiros comerciais para manter suas operações durante a guerra civil, mas também países como a China, uma das principais compradoras de petróleo iraniano.

Embora a China não tenha sido alvo direto das sanções, o envolvimento em transações com a Al-Qatirji pode gerar atritos com Washington.

Além disso, o movimento fortalece a aliança dos EUA com seus parceiros no Golfo Pérsico, especialmente a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que têm interesse em conter a influência iraniana na região.

Contexto sírio: um palco de alianças complexas

O regime de Bashar al-Assad, na Síria, é outro elemento crucial nessa equação. Desde o início da guerra civil síria, o governo tem sido acusado de buscar alianças controversas para se manter no poder, incluindo transações com grupos extremistas.

A parceria com o Irã e sua Guarda Revolucionária é central para o regime, tanto em termos militares quanto econômicos.

A Al-Qatirji, já sancionada anteriormente, foi identificada como intermediária em diversas dessas transações. Com as novas sanções, espera-se que a pressão sobre o regime de Assad aumente, forçando o governo a buscar alternativas para sustentar sua economia fragilizada.

O que está por vir?

As sanções americanas são parte de uma estratégia mais ampla para isolar economicamente os adversários no Oriente Médio e reduzir as fontes de instabilidade na região.

No entanto, críticos apontam que essas medidas podem ter um impacto limitado, uma vez que os países sancionados frequentemente encontram maneiras de contornar restrições econômicas.

Resta saber se os EUA conseguirão impedir que redes como a da Al-Qatirji continuem operando, ou se as sanções apenas agravarão as tensões internacionais sem resultados concretos.


Acredita que essas sanções terão o poder de frear as operações de grupos como os Houthis e a Guarda Revolucionária do Irã? Deixe sua opinião nos comentários!

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