EUA confirmam o início de tarifas adicionais de 25% à Índia, com lista de exceções. Medida começa a valer nesta quarta-feira e está vinculada à relação de Nova Délhi com o petróleo russo.
O Estadão informou que os EUA confirmam o início de tarifas adicionais de 25% à Índia a partir desta quarta-feira (27). A medida, decretada por Donald Trump em 6 de agosto, será publicada no Federal Register e representa mais uma etapa na política de pressão econômica americana sobre países que mantêm relações comerciais com Moscou.
Segundo o governo dos Estados Unidos, a sobretaxa se justifica porque a Índia estaria importando direta ou indiretamente petróleo russo, contrariando os decretos de emergência nacional já existentes sobre a guerra na Ucrânia. Para Washington, essa ação é essencial para “lidar de forma mais eficaz” com o que classifica como ameaça incomum e extraordinária representada pela Rússia.
O que muda com as tarifas adicionais de 25%
Na prática, todos os produtos indianos exportados para os EUA passam a pagar o adicional de 25%. No entanto, o governo americano estabeleceu uma série de exceções para reduzir impactos econômicos imediatos, sobretudo em setores considerados estratégicos ou já regulados por outros regimes tarifários.
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Entre os itens isentos estão ferro, aço, alumínio e derivados de cobre, além de veículos de passageiros, caminhonetes leves e suas peças. O texto também prevê a exclusão de doações humanitárias, como alimentos, roupas e medicamentos, e de materiais culturais e informacionais, como filmes, publicações e obras de arte.
Impactos na economia indiana
Especialistas avaliam que a medida pode gerar forte pressão sobre os exportadores indianos, já que os EUA estão entre os principais destinos dos produtos do país. A Índia é grande fornecedora de têxteis, químicos, fármacos e componentes industriais, setores que podem sofrer impacto imediato com a sobretaxa.
Além disso, milhões de pequenos produtores e trabalhadores da cadeia exportadora podem ser afetados. Analistas ouvidos pelo Estadão alertam que a decisão de Trump ameaça a subsistência de setores inteiros, colocando em risco empregos e competitividade.
Relação entre Índia, Rússia e EUA
O pano de fundo dessa disputa é a dependência energética da Índia em relação ao petróleo russo, que se intensificou após o início da guerra na Ucrânia. Nova Délhi tem buscado ampliar suas importações de energia de Moscou com preços mais baixos, o que desagrada Washington.
Ao mesmo tempo, a Índia integra o grupo dos Brics, ao lado de Brasil, Rússia, China e África do Sul, bloco que tem buscado alternativas ao sistema financeiro dominado pelos EUA. Para o governo americano, manter pressão tarifária é também uma forma de influenciar decisões geopolíticas em um cenário de disputas estratégicas.
Com os EUA confirmando o início de tarifas adicionais de 25% à Índia, a tensão comercial ganha novo capítulo e amplia os efeitos colaterais da guerra na Ucrânia na economia global. O impacto recai não apenas sobre grandes exportadores, mas também sobre milhões de pequenos produtores indianos.
Você acha que essa pressão americana vai fazer a Índia rever sua parceria energética com a Rússia ou apenas fortalecer a aliança entre os Brics? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua análise sobre esse cenário.