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Estudante descobre erro estrutural no Citigroup Center em Nova York e evita o colapso de um dos edifícios mais altos e perigosos já construídos

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 22/10/2025 às 16:23
Erro estrutural no Citigroup Center quase causou tragédia em Nova York e foi descoberto por uma estudante antes que o prédio desabasse sobre milhares
Erro estrutural no Citigroup Center quase causou tragédia em Nova York e foi descoberto por uma estudante antes que o prédio desabasse sobre milhares IMAGEM: CANAL DA ENGENHARIA
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Um erro estrutural quase levou o Citigroup Center, em Nova York, a desabar sobre o coração de Manhattan, mas a revisão de uma estudante de engenharia mudou o destino de um dos prédios mais arriscados já construídos.

Nos anos 1970, o Citigroup Center simbolizava o avanço tecnológico e arquitetônico dos arranha-céus de Nova York. Com 59 andares e 280 metros de altura, o edifício foi projetado para ser uma das sedes corporativas mais modernas do planeta. Mas, em 1978, uma estudante de engenharia civil identificou um erro estrutural que colocava em risco toda a construção um erro capaz de provocar o colapso total do prédio e devastar vários quarteirões de Manhattan.

Conforme o Canal da Engenharia, a jovem, chamada Diane Hartley, estava desenvolvendo um trabalho de conclusão de curso sobre o projeto do Citigroup Center quando percebeu que os cálculos de resistência ao vento estavam incompletos. O edifício poderia tombar caso ventos acima de 110 km/h atingissem seus cantos, um cenário comum em tempestades que atingiam Nova York com frequência. Sua observação desencadeou uma operação de emergência que foi mantida em segredo por quase duas décadas.

O projeto ousado que desafiou as leis da física

Estudante descobre erro estrutural no Citigroup Center em Nova York e evita o colapso de um dos edifícios mais altos e perigosos já construídos

O terreno escolhido para a construção ficava na Avenida Lexington, 618, no coração de Manhattan, onde já existia a histórica Igreja de São Pedro.

A congregação se recusou a vender o terreno, o que obrigou os arquitetos a uma solução incomum: erguer o arranha-céu sobre a igreja, sem que sua estrutura tocasse o solo ocupado pelo templo.

Essa decisão levou o engenheiro William LeMessurier, responsável pelo cálculo estrutural, a adotar um sistema inédito.

Em vez de pilares nos cantos, o prédio foi apoiado em quatro colunas centrais posicionadas no meio de cada face, deixando os vértices completamente suspensos.

Para equilibrar o edifício, foi instalado um gigantesco amortecedor de massa no topo uma tecnologia pioneira para reduzir oscilações causadas pelo vento.

A falha no cálculo e o alerta da estudante

O projeto original parecia impecável até que Diane Hartley questionou um ponto crucial: o comportamento do prédio diante de ventos diagonais, que atingem as estruturas pelos cantos, e não apenas pelas faces.

Esse tipo de força não havia sido devidamente calculado. Ao refazer os cálculos, o engenheiro LeMessurier percebeu que ela estava certa.

O erro estrutural poderia levar ao colapso do edifício sob ventos acima de 110 km/h, uma velocidade que Nova York registrava periodicamente.

A situação era ainda mais grave porque, durante a construção, as conexões de aço projetadas para serem soldadas foram substituídas por rebites, uma mudança feita para reduzir custos.

Isso reduziu a rigidez da estrutura e aumentou a vulnerabilidade do prédio.

Se o sistema de amortecimento falhasse por exemplo, em uma queda de energia, bastaria uma tempestade moderada para que o Citigroup Center desabasse.

A operação secreta para salvar o Citigroup Center

A descoberta mergulhou o engenheiro LeMessurier em desespero. Ele temia que o edifício desmoronasse a qualquer momento, destruindo diversos quarteirões e matando milhares de pessoas.

Imediatamente, ele convocou uma reunião com executivos do Citigroup e com a prefeitura de Nova York.

Decidiu-se realizar uma operação de reforço emergencial, em absoluto sigilo, para evitar pânico e uma possível crise pública.

Durante três meses, equipes de operários trabalharam à noite, soldando e reforçando discretamente toda a estrutura metálica interna.

Um plano de emergência foi preparado em caso de colapso: cerca de 200 socorristas estavam de prontidão, sem saber exatamente o motivo.

Felizmente, as reformas foram concluídas antes da chegada de uma forte tempestade tropical, que poderia ter colocado o prédio à prova.

O segredo revelado quase vinte anos depois

O caso permaneceu oculto até 1995, quando uma investigação da BBC revelou toda a operação.

Engenheiros que participaram dos reparos confirmaram os detalhes do erro e da correção silenciosa.

Diane Hartley, já engenheira formada, só então descobriu que seu trabalho acadêmico havia evitado uma das maiores tragédias da história da engenharia moderna.

A atitude da estudante e a reação rápida do engenheiro transformaram o episódio em um dos casos mais emblemáticos sobre ética, responsabilidade e humildade técnica.

Hoje, o Citigroup Center rebatizado de 601 Lexington Avenue continua de pé, seguro e em pleno funcionamento, como um lembrete de que o conhecimento pode literalmente salvar vidas.

Um caso que redefine o papel da engenharia e da curiosidade científica

O episódio do erro estrutural no Citigroup Center é lembrado nas universidades de engenharia como exemplo de vigilância técnica e coragem profissional.

Ele mostra que, em grandes projetos, a curiosidade científica e o olhar crítico podem ser tão decisivos quanto a própria experiência.

Mesmo com toda a pressão, a estudante escolheu questionar o que não fazia sentido, e o engenheiro teve a grandeza de revisar seu trabalho. Ambos evitaram o colapso de um dos edifícios mais complexos e icônicos do século XX.

E você? Acredita que teria coragem de questionar um especialista se percebesse algo errado em um projeto tão grandioso?

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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