Quem são os estrangeiros vindo morar e trabalhar no Brasil. Levantamento revela quais países mais enviam trabalhadores para o Brasil e os setores que mais atraem imigrantes na última década
Os estrangeiros vindo morar e trabalhar no Brasil formam um grupo cada vez mais diverso, ocupando desde cargos executivos em multinacionais até funções operacionais na indústria e no esporte. Dados oficiais da Coordenação-Geral de Imigração Laboral, do Ministério da Justiça, mostram que a entrada desses profissionais acompanha mudanças econômicas, tecnológicas e até geopolíticas.
Nos últimos dez anos, Filipinas, China, Camarões e Bangladesh figuram entre os principais países de origem, cada um impulsionado por razões muito específicas — do transporte marítimo à indústria automobilística elétrica, passando pelo futebol e pelo setor de carnes para exportação.
O perfil do novo imigrante no Brasil
De acordo com o órgão do Ministério da Justiça, o perfil mais comum entre os estrangeiros vindo morar e trabalhar no Brasil é de homens entre 30 e 45 anos, com alto nível de escolaridade. Muitos chegam como nômades digitais, trabalhando para empresas estrangeiras sem vínculo empregatício no Brasil. Desde 2021, a lei brasileira também passou a prever vistos específicos para esse público.
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Além disso, há quem venha para investir, abrir empresas, comprar imóveis ou até se aposentar no país. Em todos os casos, o visto de residência depende do cumprimento das regras previstas na Lei de Migração e normas complementares.
Filipinas: o domínio do trabalho marítimo
Entre 2016 e junho de 2024, as Filipinas lideraram as concessões de residência para trabalho. O motivo está no mar: marinheiros filipinos são reconhecidos internacionalmente e representam um quarto de toda a mão de obra marítima do mundo.
O crescimento das exportações brasileiras, majoritariamente por via marítima, fez com que milhares desses profissionais viessem operar navios de bandeira estrangeira que atuam na costa brasileira. Só no primeiro semestre de 2024, um em cada cinco novos residentes veio para trabalhar embarcado.
China: indústria automotiva elétrica em expansão
No balanço mais recente, de 2024, a liderança passou para a China, com mais de 500 autorizações de residência por mês, 60% delas sem vínculo empregatício no país. A chegada de montadoras como BYD e GWM impulsionou a vinda de engenheiros, gestores e técnicos, o que também provocou reações de concorrentes japonesas e europeias, que trouxeram seus próprios executivos.
Essa movimentação reflete a disputa global no setor de carros elétricos, onde o Brasil começa a se tornar um centro estratégico de produção e distribuição.
Futebol, carne e religião: outras origens curiosas
Os dados também revelam casos menos óbvios. Mais de 500 camaroneses chegaram ao Brasil em 2024 para atuar como jogadores de futebol profissional. Já de Bangladesh vieram cerca de 450 trabalhadores para frigoríficos, especialmente no abate de carne bovina destinada a países islâmicos.
Outra curiosidade é a presença de missionários norte-americanos: 75 cidadãos dos EUA receberam visto para atuar em missões religiosas no país.
Vizinhos de regras especiais
O levantamento não inclui em destaque haitianos e venezuelanos por causa de regras diferenciadas. Em 2024, mais de 2.500 haitianos obtiveram residência por acolhimento humanitário, enquanto os venezuelanos registraram 48 mil pedidos no primeiro semestre, beneficiados por acordos regionais.
Cidadãos de países do Mercosul, como Argentina e Uruguai, podem solicitar residência diretamente na Polícia Federal. O argentino Francisco Simon, que chegou em 1999 para trabalhar em São Paulo, afirma que as oportunidades no Brasil “são mais relevantes e numerosas que em muitos países da América Latina”.
E você, conhece algum caso de estrangeiro que decidiu viver e trabalhar no Brasil? Acha que essa presença ajuda ou atrapalha o mercado nacional? Compartilhe sua opinião nos comentários.
Quanto aos chineses vão disputar a tapa esses cargos. Imagina finalmente a LIBERDADE!