Estrangeiros estão invadindo o mercado de trabalho no Brasil! Com alta de mais de 50% nas contratações, venezuelanos e cubanos estão ocupando vagas que muitos brasileiros ignoram.
O Brasil enfrenta uma revolução silenciosa no mercado de trabalho. Imigrantes, especialmente venezuelanos e cubanos, estão ocupando vagas que muitos brasileiros ignoram, criando uma mudança significativa no cenário da contratação formal.
Porém, esse movimento não é impulsionado apenas pela busca de oportunidades, mas sim por uma necessidade alarmante: a falta de mão de obra qualificada no país.
De janeiro a agosto de 2024, o aumento de 53% nas contratações de estrangeiros sinaliza uma mudança drástica no mercado brasileiro.
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Conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), esse fenômeno tem impacto direto nas regiões Sul e Sudeste, onde as oportunidades são mais abundantes.
Segundo a LCA Consultores, em agosto, o número de imigrantes com carteira assinada atingiu 321 mil, marcando o maior índice desde janeiro de 2020.
E mesmo que representem apenas 0,6% dos trabalhadores formais, a taxa de crescimento é impressionante.
A mão de obra estrangeira domina as regiões Sul e Sudeste
O destaque no aumento das contratações vai para venezuelanos e cubanos, que, fugindo de crises em seus países de origem, encontram no Brasil um refúgio.
De acordo com o Estadão, o mercado aquecido dessas regiões tem ajudado a absorver essa força de trabalho, que agora ocupa vagas que, muitas vezes, eram negligenciadas pelos brasileiros.
A indústria, setor que emprega mais de 40% dos estrangeiros no Brasil, sente na pele a necessidade de novos trabalhadores.
Empresas gigantes, como a BRF, criaram programas específicos para integrar imigrantes ao mercado de trabalho, como aponta o vice-presidente de Gente, Gestão e Transformação, Alessandro Bonorino.
A história por trás dos números: venezuelanos em destaque
Entre os imigrantes, venezuelanos como Asdrubal Jose Chanchamire Hurtado têm histórias que ilustram essa realidade.
Formado em administração e com experiência militar na Venezuela, Hurtado agora trabalha na produção de aves da BRF e destaca a melhora salarial de cerca de 40% comparado a empregos anteriores.
Seu sonho é voltar a atuar na área administrativa, e ele acredita que esse caminho começa pela dedicação.
Outro caso emocionante é o de Liliana Gomez, também venezuelana, que enfrentou momentos difíceis ao chegar ao Brasil em 2019.
Liliana chegou a viver nas ruas por meses antes de encontrar uma vaga como balconista de padaria. Agora, ela sonha em crescer na carreira e alcançar posições administrativas.
A construção civil: um setor que depende da força de imigrantes
Além da indústria, a construção civil tem sido outra grande porta de entrada para estrangeiros.
A construtora Tenda, por exemplo, começou a contratar refugiados durante a pandemia para combater a alta rotatividade no setor.
Lucas Moura, gerente de Comunicação da Tenda, afirmou que a rotatividade entre refugiados é 67% menor do que a de brasileiros, o que aumenta a eficiência da operação.
No Rio Grande do Sul, a demanda por trabalhadores na construção civil aumentou significativamente, especialmente em áreas afetadas por desastres naturais.
Malamine Mane, um pedreiro da Guiné-Bissau, é um dos exemplos de imigrantes que encontraram uma oportunidade de melhorar suas vidas no Brasil.
Ele agora planeja juntar dinheiro para comprar uma casa para sua família.
O que está impulsionando essa mudança no Brasil?
A principal razão para essa invasão estrangeira no mercado de trabalho formal brasileiro está na falta de mão de obra qualificada.
Como Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores, observa, muitos estrangeiros que antes ocupavam vagas informais agora estão se formalizando, principalmente devido à alta demanda por trabalhadores em setores cruciais.
Dados do Caged mostram que a Região Sul lidera a absorção de trabalhadores estrangeiros, com uma taxa de 65,1%, seguida pelo Sudeste com 18,7%.
Além disso, empresas como a BRF estão liderando a contratação de imigrantes com programas específicos.
Segundo Alessandro Bonorino, da BRF, a fome por melhores condições de trabalho faz com que muitos imigrantes se engajem profundamente nas atividades, superando expectativas e contribuindo para o crescimento da empresa.
Os desafios que permanecem
No entanto, nem tudo são flores. Apesar do aumento no número de contratações formais, muitos imigrantes enfrentam subemprego, ocupando cargos que não correspondem às suas qualificações.
Segundo Gelson Santana, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Porto Alegre, há inúmeros relatos de professores e profissionais qualificados que acabam trabalhando em empregos de baixa remuneração e que exigem pouca qualificação, como o trabalho doméstico e na construção civil.
O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, também aponta que os salários oferecidos para os refugiados são, muitas vezes, baixos, o que faz com que esses trabalhadores aceitem condições difíceis, como o trabalho em domingos e feriados.
O futuro do mercado de trabalho brasileiro
À medida que mais estrangeiros se formalizam no mercado brasileiro, o país deve se preparar para lidar com os desafios de integrar essa força de trabalho sem prejudicar os trabalhadores locais.
O equilíbrio entre absorção de mão de obra estrangeira e qualificação de trabalhadores brasileiros será fundamental para evitar conflitos e para que o crescimento econômico continue sustentável.
Será que o Brasil conseguirá equilibrar essa integração crescente de imigrantes sem prejudicar os trabalhadores locais? Deixe sua opinião nos comentários!