Com novos projetos ambiciosos, o estaleiro volta a movimentar a economia local, gerando centenas de empregos e apostando em tecnologias sustentáveis. Além disso, sua atuação agora vai além da construção naval, com investimentos voltados para o futuro da energia limpa.
O Estaleiro Enseada, localizado em Maragogipe, na região do Recôncavo Baiano, está reativando suas operações e trazendo um novo fôlego para o setor naval brasileiro. Com um histórico robusto de participação em grandes projetos, o estaleiro volta à ativa após um período de inatividade, com foco na construção de barcaças — embarcações fundamentais para o transporte de produtos. O projeto será desenvolvido em parceria com a Tenenge, outra empresa do Grupo Novonor, e deve provocar uma grande transformação na economia da região.
Entre os principais resultados esperados dessa retomada estão a criação de cerca de 300 empregos diretos e até 900 vagas indiretas, trazendo um impacto significativo tanto para a comunidade local quanto para a economia baiana. As 80 barcaças, que serão construídas com capacidade para transportar até 2.900 toneladas cada, demonstram a força do empreendimento, que visa fortalecer o setor de transporte marítimo nacional.
Investimento bilionário e infraestrutura de ponta
O Estaleiro Enseada foi originalmente projetado para atuar na construção de unidades offshore, com ênfase em plataformas de petróleo e embarcações especializadas. O estaleiro é considerado um dos maiores investimentos privados na indústria naval brasileira, com aproximadamente USD 1 bilhão já injetados em sua infraestrutura. Este montante permitiu a criação de um espaço industrial avançado, capaz de processar mais de 100 mil toneladas de aço por ano, e conta com 1.000 metros de cais para a atracação de embarcações de grande porte.
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Essa infraestrutura coloca o Enseada entre os principais polos industriais do Brasil, preparado para atender não apenas à demanda do setor de petróleo e gás, mas também para diversificar suas operações em outras áreas. A localização estratégica do estaleiro, no Recôncavo Baiano, é outro fator chave para sua competitividade, permitindo fácil acesso a rotas marítimas e facilitando a logística de grandes projetos.
Diversificação das atividades: mais que um estaleiro
Além da construção naval, o Estaleiro Enseada se destaca pela operação de seu Terminal de Uso Privado (TUP), uma área alfandegada de 750 mil m² que é utilizada para a exportação e importação de granéis sólidos — tanto minerais quanto vegetais — e cargas gerais. Isso amplia o escopo de atuação do estaleiro, tornando-o um importante player não apenas na indústria naval, mas também no setor logístico e industrial.
Nos últimos anos, o Enseada passou a atuar também no mercado de energias renováveis, com foco na construção de componentes para aerogeradores e na atração de projetos ligados ao hidrogênio verde. Essa iniciativa reflete a busca do estaleiro por uma maior sustentabilidade e alinhamento com as tendências globais de transição energética, ao mesmo tempo em que reforça o papel do Brasil como um dos grandes produtores de energia limpa no mundo.
Tenenge e Grupo Novonor: tradição e inovação impulsionam o projeto
A parceria entre o Estaleiro Enseada e a Tenenge, ambas pertencentes ao Grupo Novonor, representa a união de forças de duas empresas com grande experiência no mercado de engenharia e construção. O Grupo Novonor, que completa 80 anos em 2024, tem uma longa trajetória de contribuições significativas para o desenvolvimento de setores essenciais da economia brasileira, incluindo infraestrutura, construção civil, petroquímica, e mobilidade.
Ao retomar as operações do estaleiro, o Grupo reforça seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, apostando em tecnologias inovadoras e na capacitação da mão de obra local. O legado de excelência da Novonor é consolidado por uma atuação técnica e especializada, que se reflete diretamente na qualidade dos projetos realizados.
Impacto socioeconômico: geração de empregos e desenvolvimento regional
O retorno das operações no Estaleiro Enseada não só movimenta a economia local, como também proporciona uma grande quantidade de empregos diretos e indiretos na região do Recôncavo Baiano. Para cada posto de trabalho direto gerado no estaleiro, outros três empregos indiretos são criados na cadeia produtiva, impactando diversos setores relacionados, como logística, fornecimento de materiais e serviços auxiliares.
A criação de 300 empregos diretos é apenas o início. Com a previsão de até 900 vagas indiretas, a movimentação econômica pode gerar um efeito cascata positivo para toda a região. Além disso, o impacto do projeto vai além da esfera econômica, oferecendo melhores oportunidades de capacitação profissional para a população local e fortalecendo o desenvolvimento de uma mão de obra mais qualificada para o setor industrial.