O estaleiro de Maragogipe, na Bahia, estava em processo de recuperação extrajudicial desde 2017, mas a falta de encomendas agravou a situação
Lutando pela sobrevivência e estando atualmente atuando em reparos, como o da embarcação da Prosafe, o estaleiro Enseada Indústria naval (EIN), localizado no município de Maragogipe, na Bahia, pediu recuperação judicial devido a dívidas de cerca de R$ 2,3 bilhões.
A empresa que não vinha medindo esforços para superar seus desafios empresariais e financeiros desde o final de 2014 e estava em recuperação extrajudicial desde 2017.
O plano foi solicitado contando que encomendas fossem feitas nesse período e viessem a manter o estaleiro honrando seus compromissos, mas tal fato não se concretizou.
Vale lembrar que o estaleiro Enseada participou da concorrência da Marinha do Brasil para a construção de quatro Corvetas, que teve como vencedor o consórcio Águas Azuis do qual o estaleiro construtor será o Oceana de Itajaí.
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Ao entrar em recuperação judicial, o estaleiro da Bahia, espera conseguir reestruturar os passivos, “A medida possibilitará a implantação de uma reestruturação financeira definitiva, de forma coordenada, segura e transparente, permitindo a continuidade das suas atividades operacionais e de sua função social de garantir e gerar empregos. A empresa segue normalmente com suas atividades”, diz o comunicado.
Segundo a empresa os principais motivos do pedido de recuperação judicial foram principalmente, a mudança de cenário (comparado a época do investimento na sua construção) e as novas regras de conteúdo local que afetaria diretamente novas encomendas no setor de construção naval e offshore.
O enseada foi o maior investimento privado da Bahia nos últimos 15 anos e sua construção, embora não tenha sido terminada, demandaram cerca de de R$ 3 bilhões.
O estaleiro que no auge de sua construção empregou mais de nove mil trabalhadores foi imensamente afetado pelo cancelamento
dos contratos de seis sondas contratadas pela Sete Brasil.
Os navios sonda Ondina e Pituba tiveram o casco iniciado no Japão, nos estaleiros de Sakaide e de Kobe da Kawasaki Heavy Industries (KHI), na época parceira tecnológica e sócia, mas tiveram sua construção paralisada, mesmo com o casco de Ondina já tendo sido lançado ao mar e boa parte dos equipamentos do Pituba já nos almoxarifados do Kawasaki.
O cancelamento deste contrato devido aos desdobramentos da operação lava jato levou a demissão de milhares de trabalhadores. O Sinaval estima que a construção naval brasileira já perdeu mais de 50 mil trabalhos diretos desde o final de 2014. A informação é da revista Portos e Navios que divulgou também que a empresa atualizará seus sócios com um comunicado.
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