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Esta é a mina de ouro mais profunda do Brasil — ela extrai toneladas de metal precioso a mais de 1.600 metros de profundidade

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 15/06/2025 às 22:57
ouro
Mina Cuiabá, da AngloGold Ashanti, em Sabará,
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Com mais de 1.600 metros de profundidade, a Mina Cuiabá é a maior mina subterrânea de ouro do Brasil e movimenta bilhões por ano

Minas Gerais sempre foi sinônimo de ouro. Mas o que pouca gente imagina é que, nos dias de hoje, a extração desse metal precioso é feita com tecnologia de ponta e envolve investimentos bilionários.

A maior mina subterrânea de ouro em operação no Brasil, localizada em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é o maior exemplo disso.

A Mina Cuiabá vai a mais de 1.600 metros abaixo da superfície e é uma das mais importantes da América Latina. A Mina Cuiabá, operada pela AngloGold Ashanti.

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Mina subterrânea de Lamego, da AngloGold Ashanti, em Caeté (MG). Foto: AngloGold Ashanti/ Divulgação.

Dois Burj Khalifa de profundidade

A profundidade da mina impressiona. Para se ter uma noção, ela chega ao equivalente a quase dois Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, com 828 metros.

Em sondagens realizadas pela própria empresa, já foi detectado ouro até 2.400 metros de profundidade. Mas chegar até ele não é simples.

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Extrair ouro em uma estrutura dessas exige planejamento, força e muito dinheiro.

A operação é complexa e cara. Para extrair apenas 6 gramas de ouro, é preciso explodir uma tonelada de rochas.

Segundo O TEMPO, para cada metro avançado dentro da mina, o custo é de R$ 29 mil. Mesmo assim, a empresa consegue abrir 1.300 metros de novas galerias por mês.

Extensão da profundidade da mina de Cuiabá é superior à altura do Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo | Crédito: AngloGold Ashanti /Divulgação

Produção em toneladas

A Mina Cuiabá, junto da mina Lamego, também localizada entre Sabará e Caeté, é responsável por 77% da produção de ouro da AngloGold no Brasil.

Em 2023, foram 271 mil onças de ouro extraídas em Cuiabá, das 351 mil produzidas no país. Uma onça equivale a pouco mais de 31 gramas. A média anual gira entre 8 e 10 toneladas.

Só em 2024, já foram 58 mil onças de ouro produzidas pela operação em Minas Gerais. O nome “Cuiabá” vem de um antigo povoado da região. Hoje, o local se tornou praticamente uma cidade subterrânea.

Uma cidade embaixo da terra

A estrutura interna da mina é impressionante. Existem escritórios com wi-fi funcionando em todos os níveis.

São 444 roteadores instalados no subsolo. Há também vias para circulação de caminhões e carros, oficinas mecânicas, robôs e ventiladores com controle de temperatura. Mesmo a mais de um quilômetro da superfície, a temperatura não passa dos 24°C.

As galerias somam 330 km de extensão, sendo 26 km só de rampa principal.

A descida começa em um elevador que leva cerca de 4 minutos até o nível 11, a 900 metros. Dali em diante, o transporte é feito por carro, van ou maquinário até o nível mais profundo, o 23, o que leva outros 25 minutos.

O elevador tem dois andares, comporta até 50 pessoas e carrega suprimentos, como cabos, fibra ótica e materiais de contenção.

No nível 11, há ainda uma oficina, laboratório de mecânica de rochas e espaço de convivência com sala exclusiva para mulheres, equipada com poltrona, pia, macacões extras e absorventes.

Tecnologia e segurança em cada detalhe

Ao todo, são 150 equipamentos em funcionamento no subsolo, incluindo 74 de grande porte. Um dos destaques é uma carregadeira elétrica de 20 toneladas que funciona à bateria.

Ela tem uma estação exclusiva de recarga, com três baterias alternando entre uso, carregamento e resfriamento.

Cerca de 1.000 funcionários trabalham diariamente na mina, com 400 atuando simultaneamente em cada turno. Todos são monitorados com um equipamento de localização preso ao cinto.

O dispositivo, do tamanho de um celular, mostra em tempo real a posição de cada trabalhador.

Na superfície, um painel exibe a localização de todos, com nome completo. Esse controle é fundamental por causa das câmaras de refúgio em caso de acidentes. Esses locais têm capacidade limitada, por isso o número de pessoas precisa ser rigorosamente monitorado.

Do minério à barra de ouro

O processo para transformar o minério em ouro leva cerca de uma semana.

Começa com a pesquisa mineral, passa pelo planejamento da lavra, perfuração longa, detonação, limpeza, britagem, içamento, moagem, flotação e concentração. O material concentrado é então transportado por teleférico até a planta do Queiroz, em Nova Lima.

Na planta, o minério passa por aquecimento, lixiviação, fundição e finalmente vira uma barra de ouro com 99,99% de pureza.

Cada barra pesa cerca de 1,4 kg. Esse processo todo foi planejado com pelo menos dois anos de antecedência.

Depois de pronto, o ouro é vendido a parceiros. A joalheria Vivara é a única empresa que compra diretamente da mineradora. A Mina Cuiabá tem vida útil prevista até 2050, mas tudo depende do custo-benefício da extração no futuro.

A Mina Cuiabá é um exemplo do novo perfil da mineração no Brasil: mais fundo, mais caro e com muito mais tecnologia.

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ailton
ailton
17/06/2025 16:24

Para muito além do ouro e seu óbvio valor, está mina é um verdadeiro tesouro na conjuntura geopolítica atual que só tende a piorar. Eu falo de uma estrutura que pode se tornar um grande bunker, podendo salvar milhares de vidas humanas e também de animais em caso de uma guerra nuclear, onde o nosso país possa também ser um dos alvos.

Gilvan Martins Duarte
Gilvan Martins Duarte
17/06/2025 13:42

No tempo do império 1 quinto do ouro ia para Portugal que usava este ouro para pagar aos ingleses a sua divida.
Na fritada dos ovos nosso ouro continua enriquecendo os ingleses e nós continuamos pobres com tanto ouro. Que democracia é esta? Como funciona isso? Alguma parte fica pra nós? Alguém consegue explicar esta parte? Pra onde vai esta parte? Se é que Alguma parte fica prá nós!!!

Helena
Helena
Em resposta a  Gilvan Martins Duarte
19/06/2025 12:27

Com tanto ouro no nosso Brasil, não tem necessidade de uma empresa estrangeira no nosso país!Temos todo está tecnologia moderna de ponta para fazer este trabalho,mas infelizmente a roubalheira é tanta…que

Anderson
Anderson
Em resposta a  Gilvan Martins Duarte
12/07/2025 13:19

Entendo sua opinião, mas é importante levar em conta alguns pontos: Uma parte considerável da riqueza extraída fica para o país, na forma de impostos sobre mineração (o que está sob a terra pertence à União, e só pode ser extraído sob concessão e pagamento, assim como nas concessões de poços de petróleo) e sobre imposto de renda do lucro da empresa; há geração de riqueza para o país também na forma de milhares de empregos altamente especializados e bem remunerados, assim como ocorre na área de petróleo; quando Eldorado dos Carajás foi descoberta e invadida pelo povo, quase ninguém ficava rico lá, havia mortes, crimes, e a maior parte do ouro garimpado lá era gasto das zonas de **** que migraram para lá e em bebida e drogas. Para explorar qualquer minério é preciso profissionalismo e expertise de grandes empresas, sejam estatais, mistas ou privadas, onde a riqueza extraída deve ser dividida entre impostos para o estado, empregos bem remunerados, infraestrutura e segurança para operação, compensação ambiental, e obviamente o lucro da empresa, pois ninguém vai fazer um investimento gigantesco desse de graça.

Sergio Luiz Guedes costa
Sergio Luiz Guedes costa
17/06/2025 13:23

Eo campo de batalha, só interessa a vitóriaaaaaaa ė vencer e vencer e vencer eu venço sergiogudes, quando é q o Brasil vai pertencer o brasileiro; só quando o saci cruzar as pernas,ou quando o morcego 🦇 doar sangue ou quando o Brasil ganhar da Alemanha de7x1 nuncaaaaaaaaaa.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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