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Essa ferrovia vai ligar o Brasil ao Pacífico: veja o projeto de 4.400 km e apoio da China que promete cortar custos logísticos e abrir nova rota de exportação

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 28/07/2025 às 21:20
Essa ferrovia vai ligar o Brasil ao Pacífico: veja o projeto de 4.400 km e apoio da China que promete cortar custos logísticos e abrir nova rota de exportação
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Ferrovia Transoceânica de 4.400 km vai ligar Brasil ao Peru e ao Pacífico, com apoio da China, reduzindo custos logísticos e abrindo uma nova rota para exportações.

O Brasil está diante de um projeto que pode redefinir seu papel na logística mundial: a Ferrovia Transoceânica (EF-354). Com cerca de 4.400 quilômetros de extensão, o plano ambicioso quer conectar o litoral atlântico brasileiro aos portos do Pacífico, no Peru, criando a primeira ligação ferroviária direta entre os dois oceanos na América do Sul. Se sair do papel, o megaprojeto reduzirá custos de transporte, abrirá uma rota alternativa para a exportação de commodities e atrairá investimentos bilionários para o continente.

O que é a Ferrovia Transoceânica e como ela nasceu

A ideia de uma ferrovia ligando o Atlântico ao Pacífico não é nova — estudos datam de pelo menos 2008, mas ganharam força em 2015, quando Brasil, Peru e China assinaram um acordo de cooperação. A proposta voltou aos holofotes em 2025, com novos entendimentos entre os países e a promessa de acelerar os estudos de viabilidade técnica, ambiental e financeira.

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A ferrovia começaria no estado do Acre, conectando-se à malha ferroviária brasileira em desenvolvimento, cruzaria os Andes peruanos e chegaria aos portos de Ilo e Matarani, no Peru. Essa rota criaria um corredor ferroviário estratégico, encurtando a viagem de soja, milho, minério e até carne bovina para a Ásia.

Por que a Ferrovia Transoceânica é tão importante para o Brasil?

O Brasil é um dos maiores exportadores de commodities do mundo, mas depende quase exclusivamente dos portos do Atlântico. Para chegar ao mercado asiático, os navios seguem longas rotas pelo Canal do Panamá ou contornam o Cabo da Boa Esperança, o que encarece e retarda as entregas.

Com a Transoceânica, o país ganharia uma alternativa logística: embarcar as cargas pelo Pacífico. A expectativa é reduzir em até 30% o custo do frete e acelerar a chegada dos produtos em até 10 dias.

Para estados como Mato Grosso e Rondônia, grandes produtores de grãos e carne, a ferrovia seria uma revolução. Com a possibilidade de escoar produtos pelo Acre e seguir até o Peru, a logística se tornaria mais barata, previsível e menos dependente de rodovias saturadas.

O papel da China e o interesse internacional

A China é a maior interessada no projeto. O país é o principal comprador de soja, minério e carne do Brasil e vê a Ferrovia Transoceânica como um investimento estratégico para garantir abastecimento de longo prazo. Empresas chinesas já sinalizaram interesse em financiar e até construir trechos da ferrovia, oferecendo tecnologia, recursos e know-how em obras de infraestrutura.

O envolvimento chinês também coloca o projeto no radar geopolítico, despertando o interesse e a preocupação de outros players globais. Para o Brasil, o desafio é equilibrar parcerias, mantendo soberania e garantindo que os investimentos tragam benefícios para a economia local.

Engenharia e desafios monumentais

Construir uma ferrovia de 4.400 km não é tarefa simples — especialmente quando parte do traçado cruza a Cordilheira dos Andes, uma das regiões mais difíceis do mundo para obras de grande porte.

Será preciso escavar túneis, construir viadutos e superar desníveis de altitude de até 4.500 metros. O projeto também exigirá um investimento colossal: estimativas preliminares falam em valores que podem ultrapassar US$ 10 bilhões.

Apesar dos desafios, os benefícios compensam. O transporte ferroviário é mais eficiente, barato e sustentável que o rodoviário. Para cada tonelada transportada, a ferrovia emite menos CO₂, consome menos combustível e reduz a dependência de caminhões em estradas congestionadas.

Impacto econômico e social no Brasil

Se sair do papel, a Ferrovia Transoceânica transformará o Acre em um hub logístico, conectando a produção do Centro-Oeste aos portos do Pacífico. Novos polos industriais poderão surgir ao longo do traçado, cidades serão impulsionadas e milhares de empregos diretos e indiretos serão criados durante a construção e operação.

O Brasil também ganharia poder de barganha no comércio internacional. Com uma rota alternativa pelo Pacífico, o país ficaria menos dependente de gargalos como o Canal do Panamá e poderia negociar melhores condições de transporte com armadores e compradores estrangeiros.

E os impactos ambientais?

Um projeto dessa magnitude inevitavelmente levanta questões ambientais. A ferrovia atravessará áreas sensíveis, e ONGs já pedem estudos rigorosos de impacto, medidas de compensação e planejamento para reduzir danos a ecossistemas.

As autoridades afirmam que a prioridade é evitar áreas protegidas e terras indígenas, usando tecnologias modernas de construção, túneis e traçados subterrâneos em áreas críticas.

Qual é o prazo para a ferrovia sair do papel?

Atualmente, o projeto está na fase de estudos. O Brasil e o Peru, com apoio da China, trabalham para concluir até 2027 a análise de viabilidade técnica, econômica e ambiental. Caso os relatórios sejam positivos e os financiamentos garantidos, as obras podem começar até 2029, com previsão de 5 a 7 anos de construção.

Isso significa que a ferrovia poderia entrar em operação plena a partir de 2035. É um horizonte longo, mas projetos de infraestrutura dessa magnitude exigem planejamento detalhado e múltiplas etapas de aprovação.

Um divisor de águas para o comércio sul-americano

A Ferrovia Transoceânica não é apenas uma linha no mapa — é uma aposta no futuro. Ao interligar o Brasil ao Peru e ao Pacífico, o projeto abre uma nova porta para o comércio sul-americano, reduz custos, amplia rotas e fortalece a integração do continente.

Se sair do papel, será uma das maiores obras de engenharia da história da América do Sul e um marco para o Brasil, que deixará de depender exclusivamente do Atlântico para alcançar os mercados do mundo.

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Climaco Cézar de souza
Climaco Cézar de souza
30/07/2025 15:28

Bom dia..ENTENDAM DE VEZ 02 PONTOS FUNDAMENTAIS: 1) O principal objetivo chinês é transportar para leste (portos da Turquia onde a China esta construindo a Ferrovia da seda para processar e vender em todo o interior da Ásia mais eurasia mais norte e sul da europa transportando em trens a 250 km/h e com headway de 130 minutos) sendo o porto de ILHÉUS-Fiol imbatível pois somente fica a 10 mil km dos portos da Turquia e vai hospedar umas 30 fábricas processadoras chinesas e nacionais; 2) o melhor percurso eh o da rota IIRSA, direto e via cruzeiro do sul, tarapoto, jaen e porto de piura/Bayovar no peru bem ao norte com 850 km a menos do que por pucalpa/chancay e somente com 2.450 m de altura sem precisar de tuneis

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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