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Especialistas analisam a ‘Economia da Solidão’, tendência que deve atingir grande parte da população mundial até 2030

Publicado em 02/04/2025 às 09:49
Pessoas solitárias, Economia da solidão, Solidão
Imagem: Pexels
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O número de pessoas que vivem sozinhas ou passam longos períodos em solidão tem crescido em várias partes do mundo. Esse cenário deu origem a uma nova tendência de mercado: a chamada “economia da solidão”

O número de pessoas que vivem sozinhas está crescendo em várias partes do mundo. Esse fenômeno tem mudado o comportamento do consumidor e influenciado diretamente a economia. A esse movimento, especialistas deram o nome de “economia da solidão”.

O termo foi criado pela economista Noreena Hertz. Ele se refere a um conjunto de produtos e serviços voltados para pessoas solitárias. O objetivo é atender às necessidades específicas de quem mora sozinho, com soluções adaptadas à nova realidade social.

Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup e pela Meta — empresa responsável por redes sociais como Facebook, WhatsApp e Instagram — 24% da população mundial se declara muito ou razoavelmente sozinha. Isso mostra como o tema é atual e preocupa diferentes setores da sociedade.

Essa tendência tem motivado ações de indústrias como tecnologia, alimentação, entretenimento e serviços. Essas empresas vêm desenvolvendo alternativas para atender esse público. E o mercado não para de crescer.

Um novo perfil de consumo

De acordo com um estudo da Euromonitor Internacional, o número de residências com somente um morador deve chegar a 120 milhões em todo o mundo até 2030. É um dado que reforça a importância da economia da solidão.

No Brasil, o Espírito Santo é um exemplo claro dessa transformação. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 294.568 pessoas vivem sozinhas no estado. É o terceiro com mais moradores solitários no país.

O crescimento desse grupo populacional tem provocado mudanças importantes. Os solteiros que moram sozinhos, por exemplo, tendem a consumir de forma diferente. Eles compram menos do que quem vive em família ou com outras pessoas.

Adaptação do mercado

A psicóloga Maria Rita Sales Régis, da Design Gente, explica que a economia da solidão gera impactos diretos no mercado. Isso força empresas a se adaptarem a novas demandas.

Ela afirma que há um aumento na procura por porções menores de alimentos, móveis compactos, serviços personalizados e assinaturas sob demanda. As empresas, diante disso, criam nichos específicos para esse público.

“Tal fato impacta efetivamente no mercado de consumo e na economia, visto que fomenta novos nichos de mercado, induzindo as empresas a adaptarem a distribuição dos seus produtos em porções menores de alimento, mobiliário compacto, assinaturas focalizadas e serviços sob demandas“, disse.

Essas mudanças são reflexo de uma sociedade em transformação. Claudeci Pereira Neto, vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), destaca que o aumento de pessoas morando sozinhas está ligado a uma maior independência econômica e social.

Tendem a ter mais recursos em certa etapa da vida, não só os solteiros mais jovens, mas os que já têm uma profissão, de se preocupar mais com o bem-estar. São pessoas também mais preocupadas em ter uma saúde mental, então é melhor procurar serviços psicológicos com suporte emocional“, afirmou.

Mulheres solteiras lideram movimento de Economia da Solidão

Outro ponto importante é o papel das mulheres nesse cenário. O aumento de mulheres solteiras com independência financeira tem impulsionado ainda mais a economia da solidão.

Essas mulheres, segundo especialistas, costumam investir mais em qualificação profissional e cuidados com a saúde. Esse comportamento movimenta o setor educacional, principalmente por meio de cursos on-line e serviços voltados ao desenvolvimento pessoal.

Marcelo Loyola Fraga, diretor-geral da Faculdade Capixaba de Negócios (Facan), explica que isso tem impacto direto no mercado. Ele destaca que empresas de tecnologia educacional, por exemplo, vêm crescendo junto com essa demanda.

O investimento em educação e qualificação profissional também está no radar dessas mulheres. Isso não só movimenta o setor educacional, mas também impacta empresas que oferecem tecnologias para aprendizado on-line e serviços relacionados ao desenvolvimento pessoal“, disse.

Além da educação, o setor de saúde também está atento a esse novo público. Claudeci Pereira Neto afirma que as pessoas que vivem sozinhas, especialmente solteiros com profissão estável, tendem a investir mais em bem-estar.

Segundo ele, há uma preocupação crescente com saúde física e mental. Isso inclui a procura por academias, alimentação saudável, produtos ligados à saúde e até mesmo serviços psicológicos com suporte emocional.

Economia da Solidão: um mercado que não para de crescer

A economia da solidão mostra como mudanças sociais impactam diretamente o consumo. O aumento de pessoas vivendo sozinhas cria novas oportunidades de negócios. E as empresas precisam entender esse novo perfil para oferecer soluções eficazes.

Mesmo sem sabermos quantos vivem sozinhos por escolha ou necessidade, o fato é que esse grupo está crescendo. E com ele, cresce também um mercado voltado para atender suas necessidades, hábitos e estilo de vida.

Com informações de Tribuna Online.

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Romário Pereira de Carvalho

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