A ausência dos produtos importados está se agravando cada vez mais, com fretes mais caros e demorados. Tais consequências estão obrigando a indústria brasileira a produzir seus próprios produtos tendo que enfrentar várias dificuldades, dentre elas o custo Brasil
A falta de vários produtos importados principalmente da Ásia fez com que a indústria brasileira precisasse nacionalizar grande parte dos importados que vêm de fora. Entretanto, essa ação, que resultaria na criação de novos empregos e desenvolvimento de tecnologias locais, encontra empasses para se tornar real devido ao cenário de incertezas econômicas e políticas e também pelo fato de que fabricar no país é mais caro do que em outros países.
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A falta de produtos importados como máscaras e respiradores, que marcou o início da pandemia, se estendeu logo em seguida à crise dos semicondutores, autopeças e insumos e se agravou com o aumento do preço desses produtos importados e do frete.
Além disso, houve também a falta de contêineres e de navios para realizar as entregas. Desde o ano passado, diversas associações de classe desenvolveram grupos que envolvem as cadeias produtivas e o governo para que uma nova política de nacionalização de produtos essenciais ao Brasil seja criada.
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Entre elas estão produtos para a indústria automotiva, de calçados, química e da construção. Por ora, ainda não há ações concretas, mas algumas ações individuais para fugir da dependência de produtos importados.
Thermoval foge dos produtos importados
Entre as empresas que fogem da necessidade de importados para a indústria brasileira está a Thermoval, fabricante de válvulas para o setor agrícola, elétrico, de saneamento, automotivo, mineração, alimentos e bebidas.
Rodolfo Garcia, diretor-geral da empresa afirma que o aumento no valor dos fretes e do tempo de entrega fez com que o grupo desistisse dos produtos importados pela indústria chinesa. Segundo Garcia, antes o prazo máximo de entrega não passava dos 3 meses e atualmente chega aos 9 meses para alguns produtos.
A Thermoval também fechou parceria com outra empresa brasileira para produzir cerca de 20% dos itens forjados e importar o restante. No próximo ano, a empresa terá uma linha própria para o processo e produzirá 100% dos produtos em Cravinhos (SP), onde é sediada.
FGV/Ibre afirma que o Brasil possui baixa competitividade na fabricação de itens
O pesquisador associado do FGV/Ibre, Livio Ribeiro, afirma que houve um repique de substituição de importados no fim do ano passado e no início deste ano, porém não houve uma vida longa.
Segundo Ribeiro, o Brasil não é muito competitivo para produzir qualquer coisa, sendo pouco provável que com a estrutura de risco por qual o país está, se retome um processo sustentado de nacionalização. Ribeiro destaca que a indústria está em um processo de redução há muito tempo porque a produtividade é baixa no país. Além disso, o custo de acessórios é alto, o sistema tributário é complicado, os impostos são altos e agora o país passa por uma crise hídrica.
O economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo avalia que, embora haja uma reversão de expectativas de crescimento da economia, a intenção de investimentos pela indústria está alta desde o começo da pandemia. Entretanto há diversas coisas atrapalhando a intenção, principalmente as incertezas para realizar investimentos causadas pelo atual cenário ou pelo câmbio.