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Escassez de mão de obra no setor de TI piora e Brasil enfrenta um ‘apagão de profissionais’, abrindo oportunidades para estrangeiros e deixando novatos sem experiência de fora do mercado

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 30/08/2024 às 08:20
Escassez de mão de obra no setor de TI piora e Brasil enfrenta um 'apagão de profissionais', abrindo oportunidades para estrangeiros e deixando novatos sem experiência de fora do mercado
Foto: Pexels

A escassez de profissionais qualificados no setor de TI no Brasil coloca em risco a segurança de dados críticos, incluindo informações governamentais sensíveis.

O Brasil está enfrentando um mega desafio: a escassez de mão de obra no setor de TI (Tecnologia da Informação). Com a falta de profissionais no setor de TI no Brasil, as oportunidades em grandes empresas no país estão sendo redirecionadas à profissionais estrangeiros qualificados, que não perdem a oportunidade ofertada por startups brasileiras.

De acordo com um relatório elaborado em 2023 pela Google for Startups, está previsto um déficit de 530 mil profissionais do setor de TI só aqui no Brasil, devido ao desequilíbrio entre a falta de novos talentos formados na área e a alta demanda de empregos no setor de TI.

Escassez de mão de obra no setor de TI no Brasil: ausência de novos profissionais abre espaço para que estrangeiros assumam as vagas disponíveis no Brasil

A escassez de mão de obra no setor de TI possui uma causa: alta demanda por serviços e soluções tecnológicas e falta de mão de obra especializada. E se antes sobravam profissionais, hoje em dia o cenário é outro!

Conforme as empresas de variados segmentos vão evoluindo, a busca por novas tecnologias vai aumentando, como forma de a empresa se preparar para abraçar um novo mercado, sendo ele muito mais moderno, tecnológico e automatizado.

Isso faz com que a procura por profissionais qualificados para atuar em áreas como criação de softwares, análise de dados e outros serviços relacionados a redes seja ampliada, como forma de encontrar os melhores profissionais que possam assumir ‘a bronca’.

O déficit apontado no relatório da Google for Startups também se dá ao fato de que o sistema educacional do Brasil ainda não possui a infraestrutura ideal para formar novos profissionais de TI.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, a BRASSCOM, do ano de 2021 até 2025, apenas 53 mil profissionais irão se formar em TI, anualmente, ou seja, a escassez de mão de obra no setor de TI perpetuará por mais algum tempo.

Dificuldade no DF: escassez de mão de obra de profissionais de TI atinge a capital brasileira

Carlos Jacobino, atual presidente do Sindicato das Indústrias da Informação do Distrito Federal – SINFOR/DF, relatou que a falta de mão de obra qualificada no setor de TI no Brasil é um problema que já vem se arrastando há anos.

Segundo Jacobino, no momento de recrutamento de profissionais, algumas vagas exigem qualificações muito especificas. “Os melhores profissionais são disputados pelas empresas estrangeiras, o que torna mais difícil a oferta no DF”, completou o presidente do SINFORD/DF.

Atualmente, há a necessidade de formar mais de 100 mil profissionais do setor de TI no Brasil para atuar no DF, já que é de extrema importância a proteção de dados governamentais considerados críticos, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria, a CNI.

Além da escassez de mão de obra, faltam profissionais seniores no setor de TI no Brasil

A escassez de mão de obra não é só de novos profissionais no setor de TI, mas também de profissionais seniores, ou seja, com mais experiência e que está há mais tempo inserido no mercado. A falta desses profissionais seniores afeta, inclusive, no treinamento de novos profissionais, segundo o fundador e CEO do Meu RH 360, Ciro Jacob.

“Com o aumento da demanda de profissionais da área e com a desvalorização do real, os que trabalham com tecnologia e são mais preparados, com o inglês fluente, acabaram sendo assediados por multinacionais, por empresas que estão em outro país e que acabam pagando por esse recurso muito barato. É barato para os americanos contratarem no Brasil ou na Índia”, explicou Ciro.

Ciro Jacob também falou sobre a tendência batizada de “juniorização”, que é quando o profissional de autodenomina sênior, porém, ainda está no nível júnior. “Alguns se autodenominam seniores, mas, na realidade, estão no nível de júnior ou pleno. Se não tomarmos medidas, esse déficit continuará crescendo. Veremos cada vez mais profissionais júnior, sem experiência, no mercado nacional, enquanto nossos talentos mais qualificados buscarão oportunidades em empresas estrangeiras”, ressaltou Jacob.

A inteligência artificial e o seu impacto no setor de TI no Brasil

De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho, em torno de 37% dos empregos no Brasil poderão ser afetados pela nova onda de inteligência artificial (IA), impactando mais de 37 milhões de brasileiros. O professor e coordenador dos cursos de Tecnologia da Informação do Centro Universitário Uniceplac, Washington Fábio de Souza Ribeiro, falou sobre esse impacto:

“Setores como segurança da informação e inteligência artificial estão particularmente vulneráveis devido à sua importância estratégica”, e explicou que a necessidade de proteger os dados governamentais “torna a escassez de especialistas em segurança cibernética um risco significativo”.

O professor também explicou que “a falta de profissionais capacitados em inteligência artificial pode limitar a capacidade de implementação de tecnologias inovadoras que são essenciais para melhorar a eficiência e a eficácia dos serviços públicos”.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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