A Floresta Amazônica é uma das maiores riquezas do Brasil e tem muita matéria-prima para diversos segmentos comerciais, o que desperta grande interesse
Ouro, Nióbio, Prata e Água Doce são apenas alguns dos recursos que a floresta Amazônica pode oferecer e que fazem os olhos de muitos empresários brilharem. A Exploração comercial da Amazônia tem levantado muitos debates ao longo dos últimos anos devido aos recursos que poderiam ser extraídos e dos impactos que isso poderia trazer para o Brasil e o Mundo. A vinda de Elon Musk ao Brasil, nessa sexta-feira (20), para divulgar a implementação da Starlink na região Norte, trouxe muitos questionamentos.
Uma enquete sobre o tema foi iniciada hoje(22), com duração de 7 dias no Twiiter do CPG, é possível conferir e votar conforme descrito abaixo:
Alguns estudos demonstraram que a região da Amazônia possui muitas reservas minerais de ferro, manganês, alumínio, cobre, zinco, níquel, cromo, titânio, fosfato, ouro, prata, platina, paládio, ródio, estanho, tungstênio, nióbio, tântalo, zircônio, urânio e diamante. Além disso, a região é conhecida por ter um dos maiores reservatórios de água doce no mundo e uma biodiversidade com espécies que só existem lá.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – apontam para um bioma com mais de 4 milhões de quilômetros quadrados, nos quais habitam mais de 30 mil espécies de plantas e mais de 2.500 espécies de árvores. Por sua vez, a bacia amazônica cobre cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados, acumulando 1.100 afluentes e tendo 175 milhões de litros de água por segundo desembocando no Oceano Atlântico a partir do rio Amazonas.
O site do Ministério do Meio Ambiente (2022) ainda aponta que:
As estimativas situam a região como a maior reserva de madeira tropical do mundo. Seus recursos naturais – que, além da madeira, incluem enormes estoques de borracha, castanha, peixe e minérios, por exemplo – representam uma abundante fonte de riqueza natural. A região abriga também grande riqueza cultural, incluindo o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar esses recursos naturais sem esgotá-los nem destruir o habitat natural.
POR MMA
Toda essa riqueza desperta interesse de grandes empresas na exploração desse ambiente, o que é motivo de muitas discussões. A extração de minérios, por exemplo, poderia trazer alguns impactos ambientais irreversíveis, segundo especialistas e pesquisadores.
Entenda um pouco mais sobre os interesses econômicos relacionados à Amazônia e os impactos ambientais da exploração com o debate entre especialistas no vídeo abaixo
Grandes Empresas Internacionais e Nacionais injetaram dinheiro para extração de recursos ou para promover ações de proteção
A Amazônia tem movimentado bilhões de dólares acerca de negociações envolvendo a exploração ou maior proteção contra o desmatamento. As grandes potências China e Estados Unidos da América, já são as mais interessadas no que a região pode oferecer. Alguns países europeus também tem se movimentado para investir na Amazônia.
Segundo dados do relatório publicado em fevereiro de 2022 pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) em parceria com a ONG Amazon Watch e Projeto Amazônia Minada, diversas indústrias americanas e brasileiras injetaram, juntas, mais de US$ 54,1 bilhões para exploração mineral da região. Dentre esse grupo de instituições, se destacam nomes como a Vale, Capital Group, Vanguard, Belo Sun, Rio Tinto, BlackRock e Vanguard.
A China começou a investir na Amazônia em 2001, quando sua empresa Baosteel demandou US$ 650 milhões para a Vale atuar com a mineração. Atualmente, a China é o país que mais concentra ativos hidrelétricos na região, de acordo com dados da equipe The Dialogue, de Washington. Dados comerciais brasileiros também apontam que em 2021, 37% do total de carne bovina e 27% do total de soja exportado para a China tiveram origem na Amazônia Legal.
Por outro lado, outras empresas como startups, começaram, há alguns anos, trabalhos muito interessantes na região como BrCarbon, Floresta S/A, Inocas, Mahta, Soul Brasil e Vivalá. Elas buscam desenvolver ações de reflorestamento, estímulo ao turismo sustentável e foco nos créditos de carbono e fazem um contraponto com a exploração econômica.
Especialistas afirmam que existem prós e contras na exploração comercial Amazônica e que o manejo sustentável deve prevalecer
A exploração comercial da Amazônia tem diversos pontos a serem pesados. De um lado, temos uma forte frente ambientalista que defende a preservação dos recursos naturais e da riqueza nacional. De outro, temos uma forte bancada ruralista que preza pela exploração regional em prol do desenvolvimento.
Todavia, pesquisadores são ponderados quanto aos prós e contras. No debate promovido pela Agência FAPESP (no vídeo acima), Paulo Moutinho, cofundador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) afirmou que é necessária uma revisão do modelo de desenvolvimento econômico para a Amazônia, a fim de trazer benefícios para a população local e reduzir o desmatamento.
No mesmo evento, Ricardo Abramovay, professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, cita que uma boa alternativa seria a criação do “Vale do Silício da Biodiversidade” que permitiria a exploração econômica sustentável dos recursos da floresta.
Sobretudo, a pesquisadora Danielle Gomes Ferreira, ressalta em seu curso sobre Reposição Florestal, que o manejo sustentável tem diversas vantagens como controle da erosão, manutenção do regime de chuvas, proteção das bacias hidrográficas e manutenção da temperatura. Dessa forma, a cada 30 ou 60 anos seria possível a exploração convencional da madeira, sem que se prejudique o ambiente de modo significativo.
Sendo assim, a exploração comercial da Amazônia tem seu lado positivo, porque pode gerar empregos na região, melhorar o desenvolvimento econômico e trazer maior protagonismo ao Brasil. Por outro lado, a falta de perspectiva sustentável pode contribuir para uma exploração desenfreada que estimule o desmatamento em massa e o extrativismo de escassez. Portanto, a melhor opção é explorar com manejo sustentável.
E afinal, o que Elon Musk veio fazer no Brasil?
Segundo pronunciamento do próprio Elon Musk em suas redes sociais, o objetivo da Starlink é levar internet a 19 mil escolas rurais brasileiras na região norte e também um monitoramento assíduo ambiental da Amazônia. Dessa forma, o que se busca com a internet de Elon Musk é o uso da tecnologia em favor da proteção da floresta contra incêndios e desmatamentos ilegais.
Esse interesse na proteção da Amazônia tem fundamento pois a região possui os chamados “rios voadores” que são condensados constantes de água que mantém o ecossistema local e também mundial. Além da importância para o clima no planeta, a exploração sustentável é o que pode evitar a escassez de recursos no futuro, o que seria ruim para a exploração comercial.
Sendo assim, a implementação de cobertura pela Starlink de Elon Musk na região contribui para seu desenvolvimento econômico e para tornar os dados sobre exploração na Amazônia ainda mais transparentes. O investimento vai ao encontro do programa Norte Conectado, criado pelo Governo Federal, que visa ampliar o acesso de internet na região.