Energia solar espacial da NASA pode cortar €35 bi ao ano na Europa e reduzir a dependência de renováveis terrestres.
A Europa pode economizar cerca de € 35,9 bilhões por ano até 2050 com a adoção da energia solar espacial, segundo estudo do King’s College London.
A pesquisa revela que a tecnologia em desenvolvimento pela NASA tem potencial para reduzir em até 80% a necessidade de geração renovável terrestre, além de diminuir a dependência de baterias para armazenamento de energia no continente.
O estudo, publicado na revista científica Joule, projeta que esse modelo de geração poderá se tornar um aliado crucial para que a União Europeia atinja a meta de neutralidade de carbono até 2050.
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O que é a energia solar espacial e como funciona
Diferente da energia solar tradicional, a energia solar espacial é captada fora da Terra, em órbita, por meio de grandes satélites equipados com módulos solares.
A principal vantagem está na coleta contínua, já que a tecnologia não sofre interferências de nuvens, nem depende do ciclo de dia e noite.
A energia gerada no espaço seria transmitida para estações receptoras na Terra, onde seria convertida em eletricidade e integrada às redes elétricas nacionais.
Além da confiabilidade, a proposta elimina riscos comuns em infraestruturas terrestres, como enchentes, ventos extremos ou terremotos.
Pesquisa da NASA: modelo RD1 em destaque
O modelo estudado pelo King’s College é o RD1, um dos dois projetos em andamento na NASA.
A agência espacial norte-americana prevê que os primeiros sistemas de geração solar espacial possam estar operacionais até a metade do século.
Segundo os autores do estudo, essa é a primeira análise a projetar de forma detalhada os impactos econômicos da aplicação da energia solar espacial no mercado europeu.
A pesquisa ainda estima que a integração da tecnologia poderá reduzir em até 15% o custo total do sistema elétrico europeu, incluindo geração, transmissão, armazenamento e rede.
Benefícios além da economia
Além do corte bilionário de custos, a energia solar espacial pode trazer ganhos estratégicos para a segurança energética europeia.
Ao depender menos de recursos terrestres, os países teriam maior estabilidade no fornecimento, evitando interrupções e crises relacionadas ao clima ou à infraestrutura.
Outro ponto destacado pelos pesquisadores é a redução de dois terços na necessidade de armazenamento em baterias, algo que hoje representa uma das maiores barreiras para a expansão das renováveis.
Energia solar espacial e a corrida pelo net zero
Alcançar a neutralidade de carbono em 2050 exigirá uma rápida expansão da matriz energética limpa e novas soluções tecnológicas.
Nesse cenário, a energia solar espacial aparece como um complemento estratégico às fontes já consolidadas, como a eólica e a solar terrestre.
O estudo sugere que a Europa pode sair na frente ao integrar sistemas orbitais de grande escala, se posicionando como pioneira global na utilização dessa fonte de energia futurista.