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Energia offshore pode alavancar PIB de cidades litorâneas, aponta Senai-RN

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 10/07/2025 às 14:35
Parques eólicos offshore com turbinas geradoras de energia no oceano sob céu claro ao meio-dia
Turbinas eólicas instaladas no mar aproveitando os ventos para gerar energia limpa sob o céu claro de meio-dia.
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Energia offshore pode alavancar PIB e transformar cidades litorâneas com desenvolvimento sustentável, geração de empregos e inovação industrial no Brasil.

À medida que o Brasil avança em direção a uma matriz energética mais limpa e diversificada, o potencial das energias renováveis torna-se cada vez mais evidente.

Entre as fontes que ganham destaque, a energia eólica offshore se apresenta não apenas como alternativa sustentável, mas também como impulsionadora direta da economia local.

Conforme o Senai-RN ressalta, essa tecnologia pode alavancar o PIB de cidades costeiras, iniciando uma transformação profunda e duradoura.

Portanto, a implantação do primeiro parque eólico offshore do Brasil, localizado a cerca de 20 quilômetros da costa de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, simboliza um marco inédito.

Como a iniciativa já conta com licença ambiental aprovada pelo Ibama, os próximos passos se concentram na execução do projeto.

Assim, o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis lidera o processo, que promete superar os impactos econômicos dos parques eólicos terrestres já estabelecidos no Nordeste.

A força da energia eólica e seu histórico no Brasil

Historicamente, o Brasil iniciou investimentos mais robustos em energia eólica onshore no início dos anos 2000.

Com apoio de políticas públicas, incentivos fiscais e programas de inovação, estados como Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia começaram a atrair investimentos significativos.

Consequentemente, cidades que antes enfrentavam estagnação econômica passaram a registrar um aumento expressivo em suas receitas, especialmente por meio do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) local.

Segundo o Senai-RN, os municípios que receberam parques terrestres viram seus PIBs crescerem em mais de 40% em média.

Esses dados reforçam o caráter transformador da energia eólica.

Enquanto os projetos em terra geraram avanços importantes, os projetos offshore tendem a produzir impactos ainda maiores, tanto pela escala de investimento quanto pela complexidade tecnológica.

A energia eólica offshore, que utiliza os ventos do alto-mar para gerar eletricidade, vem se consolidando como peça-chave no planejamento energético do país.

Os aerogeradores, instalados sobre plataformas fixas ou flutuantes, aproveitam ventos mais intensos e constantes.

Dessa forma, garantem produção energética mais eficiente, segura e sustentável.

Energia offshore: vantagens e expansão estratégica

Além disso, como os parques offshore ficam distantes das áreas urbanas, enfrentam menos limitações quanto a ruído, uso do solo e impacto visual.

Essa combinação favorece a adoção da tecnologia, amplamente utilizada em países como Alemanha, Dinamarca, Reino Unido e China, líderes mundiais no setor.

No cenário brasileiro, a energia offshore encontra ambiente propício para crescer.

Graças à extensa faixa costeira, com mais de 7 mil quilômetros, o país possui vantagens naturais significativas.

Por esse motivo, o Rio Grande do Norte surge como estado-piloto ideal, especialmente por sua experiência consolidada em projetos eólicos terrestres.

Conforme destaca Rodrigo Mello, diretor do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis, o parque offshore de Areia Branca inicia uma verdadeira revolução econômica nas cidades do litoral.

Os investimentos previstos devem superar os projetos onshore em volume e complexidade, e a nova cadeia produtiva tem potencial para multiplicar por sete a movimentação financeira observada até agora por parques terrestres.

Como a energia offshore pode alavancar o PIB local

Consequentemente, a energia offshore pode alavancar o PIB dos municípios litorâneos.

A expectativa é que a instalação e operação desses parques impulsionem diversos setores, como engenharia naval, infraestrutura portuária, soldagem de precisão, robótica, operação de drones e serviços logísticos.

Essa nova indústria não apenas diversifica a economia, como também cria empregos qualificados e oportunidades para empresas locais.

Além disso, estudos internacionais mostram que os parques eólicos offshore têm capacidade para gerar até dez vezes mais empregos do que os projetos em terra.

Esse fato se aplica especialmente às fases de construção e operação, onde a demanda por profissionais altamente qualificados se intensifica.

Com isso, o Brasil tem a oportunidade de desenvolver competências técnicas e científicas.

Ao investir em formação e inovação, o país não apenas atenderá suas próprias demandas, mas também poderá exportar soluções adaptadas ao clima tropical e ao ambiente regulatório nacional.

Formação, inovação e soberania energética

Pensando nisso, o Senai-RN já atua de forma proativa na formação de mão de obra.

A Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais (Faeti) lançará a primeira pós-graduação em energia eólica offshore do Brasil.

Assim, os profissionais locais estarão preparados para ocupar os postos gerados por essa indústria emergente.

Ao mesmo tempo, o projeto piloto foi desenvolvido com foco na realidade brasileira.

Em vez de importar soluções prontas, o Brasil busca adaptar as tecnologias ao seu ambiente natural e socioeconômico, promovendo independência e fortalecendo a soberania energética.

À medida que a demanda por componentes, serviços e infraestrutura cresce, polos industriais regionais se fortalecem.

Isso estimula a economia local, gera renda e permite que empresas brasileiras integrem uma cadeia de valor estratégica.

Sustentabilidade e desafios do setor offshore

Nesse contexto, o Sítio de Testes de Aerogeradores Offshore, com capacidade de até 24,5 megawatts, representa apenas o início.

Toda a energia gerada abastecerá o Porto-Ilha, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e promovendo autossuficiência energética.

Além da geração elétrica, o projeto impulsiona a pesquisa científica, estimula a formação profissional e amplia a capacidade tecnológica do país.

Ainda que os desafios incluam altos investimentos e complexidade de instalação, o modelo brasileiro demonstra equilíbrio entre crescimento e proteção ambiental.

O Ibama, inclusive, já concedeu a licença prévia, atestando a viabilidade ambiental da iniciativa.

Com isso, o país fortalece sua segurança energética, amplia sua capacidade de inovação e se posiciona como protagonista na transição para uma economia de baixo carbono.

Portanto, investir em energia offshore não apenas faz sentido — é essencial para o futuro.

Um novo ciclo industrial sustentável

Em resumo, a energia offshore vai muito além de turbinas no mar.

Ela representa um novo ciclo industrial, especialmente para cidades litorâneas historicamente carentes de alternativas econômicas sustentáveis.

Ao alavancar o PIB, qualificar a mão de obra e fomentar a inovação, essa indústria moderna se consolida como uma solução estratégica para o Brasil.

Com o suporte de instituições como o Senai-RN, o país avança com segurança, inteligência e responsabilidade ambiental.

Assim, o Brasil se prepara para ocupar seu lugar de destaque no mapa global das energias renováveis, mostrando que é possível crescer com equilíbrio, inclusão e visão de longo prazo.

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Parques Eólicos Offshore: A Revolução da Energia Limpa! – The Greenfield

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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