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Energia geotérmica pode fornecer energia limpa e renovável mais do que suficiente para atender toda demanda mundial

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 18/12/2022 às 22:04
Atualizado em 19/12/2022 às 09:33
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Foto: Geotermal/EQ

Cientistas estudam um meio de utilizar a energia geotérmica para suprir as demandas de energia limpa e renovável existentes no planeta. Uma pequena parte dessa energia já será suficiente para suprir toda a demanda de energia do mundo.

A energia geotérmica, isto é, o calor sob nossos pés nas profundezas da Terra, pode gerar energia limpa e renovável suficiente para suprir as necessidades mundiais à medida que a população se afasta dos combustíveis fósseis. Segundo Matt Houde, pesquisador e empresário, o conteúdo total de energia do calor armazenado no subsolo ultrapassa a demanda de energia anual como um planeta por um fator de um bilhão. Desta forma, aproveitar uma parte disso é mais do que suficiente para que as necessidades humanas de energia sejam atendidas no futuro previsível.

Nova técnica de perfuração pode colocar energia geotérmica em destaque

Nas teorias afirmadas acima, há apenas um problema: Não há tecnologia que permita perfurar fundo o suficiente para captar essa energia. Para se ter uma ideia, o buraco mais profundo feito até hoje, chamado de poço Kola, atingiu um pouco mais de 12 km de profundidade, em uma região remota do noroeste da Rússia.

Entretanto, foram necessários 20 anos para que ele fosse concluído, pois os equipamentos convencionais, como as brocas mecânicas utilizadas para perfurar poços de petróleo, não suportam as condições nessas profundidades. Segundo Houde, a verdade é que será necessário de centenas, senão milhares, de poços de Kola se buscamos dimensionar a energia geotérmica para a capacidade precisa. 

Entretanto, há uma carta na manga, uma técnica e perfuração só vista até agora em filmes. O intuito de Houde é desenvolver um canhão de microondas que vá vaporizando as rochas crostas abaixo, uma técnica chamada de perfuração termal, tecnologia que foi comprovada em um laboratório do MIT.

Máquina gera uma temperatura de até 150 milhões de graus Celsius

De fato, a equipe do professor Paul Woskov, do MIT, vem atuando com a perfuração termal, chamada de girotron, que tem sido utilizada há mais de 70 anos nas pesquisas sobre a fusão nuclear como fonte de energia. Os girotrons são osciladores de microondas que geram uma temperatura de até 150 milhões de graus Celsius, para que o combustível de trício alcance o estado de plasma necessário para a fusão.

O intuito de Houde e Volkov é utilizar as tecnologias de perfuração comuns para atravessar as camadas superficiais até chegar ao embasamento cristalino, a camada de rochas metamórficas ou ígneas que fazem parte da porção externa da crosta continental, quando os girotrons entrarem em ação.

É importante destacar que o Homem tem tido grandes ideias ao longo de toda história, mas nem sempre é tão fácil torná-las realidade. E, por mais recursos financeiros que Houde consiga angariar em sua empreitada rumo ao centro da Terra, há diversos desafios a serem vencidos.

Dificuldades para a produção da energia limpa e renovável

O problema é apenas a ciência básica, tendo em vista que tudo que acreditamos saber sobre as rochas e seus comportamentos em grandes profundidades é teórico, tendo em vista que nunca as atingimos para estudá-las. E entender como são as rochas submetidas às altas pressões e temperaturas a grandes profundidades é essencial para saber o que será necessário para perfurá-las.

Além disso, os girotrons são equipamentos experimentais, e poucos deles foram produzidos, nenhum voltado a uma operação parecida com um campo de perfuração. Para serem aplicados em perfurações geotérmicas profundas, toda uma indústria de equipamentos deve ser desenvolvida, para tornar esses equipamentos robustos e confiáveis em um ambiente de campo.

Há também obstáculos de engenharia que devem ser enfrentados. O principal dentre eles é como garantirmos a remoção total das cinzas geradas e como transportamos essas cinzas poço acima por longos quilômetros.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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