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Energia eólica offshore e software pioneiro: conheça a parceria entre a Petrobras e o Lactec que pode revolucionar o setor das energias renováveis

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 02/10/2025 às 11:56
Petrobras e Lactec lançam software inédito para análise de energia eólica offshore no Brasil. A ferramenta promete reduzir custos, otimizar projetos e fortalecer a transição energética no país. Fonte: Ocean Winds
Petrobras e Lactec lançam software inédito para análise de energia eólica offshore no Brasil. A ferramenta promete reduzir custos, otimizar projetos e fortalecer a transição energética no país. Fonte: Ocean Winds
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Petrobras e Lactec lançam software inédito para análise de energia eólica offshore no Brasil. A ferramenta promete reduzir custos, otimizar projetos e fortalecer a transição energética no país.

A Petrobras vem ampliando sua atuação no setor de energia eólica com um projeto de grande relevância para o Brasil, conforme noticiado nesta quinta, 02. Em parceria com o Lactec, um dos maiores centros de pesquisa e inovação do país, a companhia desenvolveu um software pioneiro chamado CPE-Offshore, voltado para o planejamento e a execução de parques eólicos offshore.

Esse avanço ocorre em um momento em que o mundo debate os rumos da transição energética, e o Brasil, com seu imenso potencial marítimo, começa a consolidar espaço como protagonista.

O que é o software CPE-Offshore

O CPE-Offshore é resultado de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A ferramenta foi criada para auxiliar engenheiros e investidores em decisões estratégicas de construção e operação de parques eólicos no mar.

Com uma costa de 7.367 quilômetros e mais de 3,5 milhões de km² de espaço marítimo, o Brasil reúne condições únicas para explorar ventos mais fortes e constantes em alto-mar. No entanto, essas vantagens também trazem desafios técnicos que exigem soluções específicas, pouco contempladas em softwares internacionais.

O pesquisador Felipe José Lachovicz destacou a relevância da inovação: “Planejar uma usina eólica offshore envolve equilibrar uma infinidade de detalhes que impactam diretamente a viabilidade técnica e financeira do projeto. O CPE-Offshore surgiu para modelar essas variáveis no contexto brasileiro, oferecendo uma análise integrada e robusta”, afirmou.

Detalhes técnicos: o coração elétrico do projeto

Um dos destaques do software é o módulo Cabos e Subestações, responsável pelo Balance of Plant Elétrico (EBOP). Ele dimensiona toda a infraestrutura elétrica do parque, do sistema de coleta até a conexão com o Sistema Interligado Nacional (SIN).

Esse módulo também compara as tecnologias mais usadas no setor: Corrente Alternada de Alta Tensão (HVAC) e Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC).

Segundo Lachovicz, o impacto é decisivo: “O EBOP representa aproximadamente metade dos custos totais de instalação de um parque eólico offshore. Uma modelagem adequada aqui é fundamental para otimizar soluções e reduzir despesas associadas”, ressaltou.

Avanços reconhecidos internacionalmente

Os resultados do projeto foram publicados na prestigiada revista IEEE Access, com o artigo “Electrical Balance of Plant Approach for Offshore Wind Power Plants: A Brazilian Case Study”. O estudo apresenta metodologias para dimensionamento de cabos, subestações e transmissão de energia, incluindo otimização da potência reativa e análise comparativa de custos.

Entre as descobertas mais relevantes para o mercado brasileiro estão:

  • Distância de break-even: no padrão brasileiro de HVAC 230 kV/60Hz, a tecnologia pode ser vantajosa até 180 km da costa, um valor superior ao identificado em estudos internacionais.
  • Economia de tempo computacional: o software facilita a seleção de reatores para compensação de potência reativa, reduzindo etapas manuais.
  • Logística mais eficiente: a ferramenta calcula dimensões físicas e peso de componentes de subestações offshore, fundamentais para planejamento de transporte e montagem.

Petrobras e energia eólica: papel estratégico na transição energética

Ao investir no CPE-Offshore, a Petrobras sinaliza que a energia eólica offshore será parte importante de sua estratégia de diversificação. A empresa busca não apenas explorar petróleo e gás, mas também consolidar espaço em setores de energias renováveis, com foco na competitividade internacional.

Esse projeto coloca o Brasil em posição diferenciada, já que poucos países possuem soluções tecnológicas próprias para os desafios da instalação de usinas no mar. A inovação reforça o protagonismo brasileiro na busca por uma transição energética sustentável.

Já a Latec, por sua vez, conta com mais de 65 anos de experiência em pesquisa e desenvolvimento, o que o levou a ser escolhido como parceiro para viabilizar a ferramenta. Sua sede fica em Curitiba, mas a instituição mantém unidades também em Salvador e outros polos estratégicos.

O centro já participou de mais de 500 projetos de inovação, muitos voltados para o setor energético. Em 2023, consolidou-se como referência nacional em Smart Grid e Eletromobilidade, reforçando a integração entre tecnologia, ciência e sustentabilidade.

Impactos esperados para o setor elétrico brasileiro

O lançamento do CPE-Offshore tem potencial para transformar o mercado nacional de energia eólica. Com previsões de expansão acelerada nos próximos anos, os parques offshore podem se tornar uma das principais fontes de energia renovável do país.

A combinação da expertise da Petrobras com a capacidade técnica do Lactec oferece ao Brasil uma vantagem estratégica. Além de reduzir custos e riscos, a ferramenta permite que investidores estrangeiros encontrem maior segurança no mercado brasileiro, abrindo espaço para novos aportes de capital.

Vale destacar que a Petrobras vem reforçando sua presença no debate sobre transição energética global. A criação do CPE-Offshore mostra que a estatal está disposta a investir em tecnologia de ponta para aliar rentabilidade a inovação sustentável.

Esse tipo de iniciativa é visto por especialistas como um marco para que o Brasil não apenas explore seus recursos naturais, mas também lidere a corrida pela energia renovável em escala mundial.

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Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

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