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Empresa testa tecnologia capaz de reduzir rastros de condensação de aeronaves — um avanço da aviação que pode ajudar a diminuir a pegada de carbono do transporte aéreo

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 24/02/2025 às 15:49
rastros de condensação, Aviação
Foto: RIA
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Tecnologia em testes promete reduzir rastros de condensação de aeronaves, ajudando a diminuir a pegada de carbono e impulsionando práticas mais sustentáveis na aviação.

O setor de aviação global é responsável por quase 3% das emissões de dióxido de carbono (CO₂) geradas pelo ser humano. Porém, especialistas alertam que o impacto real pode ser ainda maior. Além do CO₂, a combustão do querosene libera partículas poluentes que contribuem significativamente para o aquecimento global. Outro fator preocupante são os rastros de condensação deixados pelos aviões, um fenômeno físico chamado cirrus homogenitus, que pode ter um papel subestimado na crise climática.

Rastro de condensação: um problema climático oculto

Essas trilhas formadas a grandes altitudes têm um efeito negativo considerável no clima. Elas desregulam a camada de ozônio e intensificam o aquecimento global ao agir como gases de efeito estufa.

Um estudo publicado na revista Scientific Environment revelou que essas nuvens artificiais, que geralmente se formam a 8.000 metros acima do nível do mar, podem representar mais da metade do impacto do transporte aéreo no aumento da temperatura da Terra.

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A Federação Europeia de Transporte e Meio Ambiente defende que é possível cortar pela metade o impacto ambiental dessas trilhas. A solução? Fazer pequenas mudanças nas rotas dos aviões para evitar áreas úmidas e frias, onde a condensação é mais provável.

Flights Footprint

Buscando enfrentar esse desafio, o grupo francês Thales, especialista em eletrônica aeroespacial, criou o Flights Footprint. Essa ferramenta inovadora usa inteligência artificial e aprendizado de máquina para calcular rotas de voo que minimizam a formação de rastros de condensação.

De acordo com a organização Transport & Environment, apenas 3% dos voos são responsáveis por mais de três quartos do aquecimento global relacionado ao cirrus homogenitus. Assim, o objetivo da Thales é focar nesses voos mais poluentes. O sistema sugere trajetórias alternativas para reduzir os danos ambientais.

Primeiros testes mostram resultados promissores

Desde 2024, o Flights Footprint está em fase de testes em parceria com a companhia aérea francesa Amelia, que utiliza o sistema em rotas entre Paris e Valladolid, na Espanha.

Adrien Chabot, diretor de desenvolvimento sustentável da Amelia, afirma que a solução pode economizar até 4 toneladas de CO₂ equivalente por voo. No entanto, há um aumento de 2,4% no consumo de combustível — um custo considerado aceitável pelas partes envolvidas.

Especialistas pedem mais dados

Apesar do otimismo, nem todos concordam sobre a eficácia do sistema. Philippe Novelli, diretor de projetos ambientais do centro de pesquisa aeroespacial francês Onera, alerta que os dados disponíveis ainda são insuficientes para avaliar o real benefício ambiental da tecnologia, especialmente considerando o aumento no uso de combustível.

Resta saber se essa inovação fará com que as famosas listras brancas no céu deixem de ser um símbolo do impacto ambiental da aviação.

Com informações de NZ.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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