Tecnologia em testes promete reduzir rastros de condensação de aeronaves, ajudando a diminuir a pegada de carbono e impulsionando práticas mais sustentáveis na aviação.
O setor de aviação global é responsável por quase 3% das emissões de dióxido de carbono (CO₂) geradas pelo ser humano. Porém, especialistas alertam que o impacto real pode ser ainda maior. Além do CO₂, a combustão do querosene libera partículas poluentes que contribuem significativamente para o aquecimento global. Outro fator preocupante são os rastros de condensação deixados pelos aviões, um fenômeno físico chamado cirrus homogenitus, que pode ter um papel subestimado na crise climática.
Rastro de condensação: um problema climático oculto
Essas trilhas formadas a grandes altitudes têm um efeito negativo considerável no clima. Elas desregulam a camada de ozônio e intensificam o aquecimento global ao agir como gases de efeito estufa.
Um estudo publicado na revista Scientific Environment revelou que essas nuvens artificiais, que geralmente se formam a 8.000 metros acima do nível do mar, podem representar mais da metade do impacto do transporte aéreo no aumento da temperatura da Terra.
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A Federação Europeia de Transporte e Meio Ambiente defende que é possível cortar pela metade o impacto ambiental dessas trilhas. A solução? Fazer pequenas mudanças nas rotas dos aviões para evitar áreas úmidas e frias, onde a condensação é mais provável.
Flights Footprint
Buscando enfrentar esse desafio, o grupo francês Thales, especialista em eletrônica aeroespacial, criou o Flights Footprint. Essa ferramenta inovadora usa inteligência artificial e aprendizado de máquina para calcular rotas de voo que minimizam a formação de rastros de condensação.
De acordo com a organização Transport & Environment, apenas 3% dos voos são responsáveis por mais de três quartos do aquecimento global relacionado ao cirrus homogenitus. Assim, o objetivo da Thales é focar nesses voos mais poluentes. O sistema sugere trajetórias alternativas para reduzir os danos ambientais.
Primeiros testes mostram resultados promissores
Desde 2024, o Flights Footprint está em fase de testes em parceria com a companhia aérea francesa Amelia, que utiliza o sistema em rotas entre Paris e Valladolid, na Espanha.
Adrien Chabot, diretor de desenvolvimento sustentável da Amelia, afirma que a solução pode economizar até 4 toneladas de CO₂ equivalente por voo. No entanto, há um aumento de 2,4% no consumo de combustível — um custo considerado aceitável pelas partes envolvidas.
Especialistas pedem mais dados
Apesar do otimismo, nem todos concordam sobre a eficácia do sistema. Philippe Novelli, diretor de projetos ambientais do centro de pesquisa aeroespacial francês Onera, alerta que os dados disponíveis ainda são insuficientes para avaliar o real benefício ambiental da tecnologia, especialmente considerando o aumento no uso de combustível.
Resta saber se essa inovação fará com que as famosas listras brancas no céu deixem de ser um símbolo do impacto ambiental da aviação.
Com informações de NZ.