Lançamento coloca Taiwan na liderança tecnológica global e marca novo patamar na indústria de semicondutores
A fabricante taiwanesa TSMC revelou, em 1º de abril de 2025, o chip mais avançado do mundo: o microchip de 2 nanômetros (nm).
A produção em massa está prevista para o segundo semestre deste ano, e a novidade pode redefinir os padrões de desempenho e eficiência energética na indústria global.
Um salto no desempenho dos chips
O microchip de 2 nm marca um avanço importante em relação aos modelos anteriores. Esses chips prometem até 15% mais velocidade com o mesmo consumo de energia ou até 30% de economia no gasto energético mantendo o desempenho atual.
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Além disso, têm cerca de 15% mais densidade de transistores do que os chips de 3 nm.
Esses transistores, componentes minúsculos que atuam como interruptores controlando o fluxo de eletricidade, são a base do funcionamento de qualquer dispositivo eletrônico moderno.
Quanto mais transistores em um chip, maior é sua capacidade de processamento.
O objetivo da indústria de semicondutores tem sido justamente esse: colocar mais transistores em espaços cada vez menores, criando chips mais rápidos, potentes e eficientes.
Impacto em dispositivos do dia a dia
A tecnologia de 2 nm deve beneficiar uma ampla gama de equipamentos. Smartphones, tablets e laptops devem ganhar mais desempenho e uma duração de bateria maior. Esses ganhos podem resultar em aparelhos mais leves e pequenos, sem perda de potência.
Os chips também têm potencial para aprimorar aplicações de inteligência artificial, como assistentes de voz, tradutores automáticos e sistemas autônomos.
Os data centers, por sua vez, podem reduzir o consumo de energia e ampliar a capacidade de processamento, ajudando nas metas de sustentabilidade.
Além disso, setores como robótica e veículos autônomos podem se beneficiar do aumento na confiabilidade e velocidade desses chips, permitindo o avanço de tecnologias complexas com mais segurança.
Fabricante global, influência estratégica
Fundada em 1987, a TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company) domina a fabricação de chips por encomenda, sendo responsável por 60% da produção mundial terceirizada de semicondutores. A maior parte desse volume vem exclusivamente da empresa.
Ela é a responsável por produzir os processadores da série A da Apple, usados em iPhones, iPads e Macs. Também fabrica as GPUs da NVidia, os processadores Ryzen e EPYC da AMD e os chips Snapdragon da Qualcomm, presentes em marcas como Samsung, Xiaomi, OnePlus e Google.
O avanço na miniaturização dos chips começou em 2020, com a tecnologia de 5 nm. Em 2022, a TSMC lançou os chips de 3 nm, usados, por exemplo, nos processadores mais recentes da Apple. Agora, os chips de 2 nm representam o novo topo da inovação.
Complexidade e desafios
Apesar de promissores, os chips de 2 nm trazem novos obstáculos técnicos. A fabricação depende de um processo chamado litografia ultravioleta extrema (EUV), que exige alta precisão e é extremamente caro. Isso eleva o custo de produção e limita a capacidade de fabricação em larga escala.
Outro problema é a dissipação de calor. Mesmo com chips mais eficientes, a alta densidade de transistores aumenta o risco de superaquecimento. Isso pode afetar o desempenho e a vida útil dos dispositivos.
Além disso, materiais tradicionais como o silício podem não acompanhar os requisitos de desempenho em escalas tão pequenas, o que pode obrigar a adoção de novos materiais no futuro.
Segurança e geopolítica
A TSMC fechou um acordo de US$ 100 bilhões para construir cinco fábricas nos Estados Unidos. Apesar disso, ainda não está claro se a produção dos chips de 2 nm poderá ocorrer fora de Taiwan.
A indústria de chips é considerada estratégica para a segurança de Taiwan, sendo apelidada de “escudo de silício”. A relevância econômica da TSMC ajuda a atrair apoio internacional diante de tensões regionais.
Um marco na história dos semicondutores
O lançamento dos chips de 2 nm pela TSMC representa um marco importante na evolução da tecnologia moderna.
Com maior poder de processamento, menor consumo de energia e potencial para transformar áreas como IA, mobilidade e sustentabilidade, esses chips apontam para uma nova era na computação.
Mesmo com desafios técnicos, o avanço já impacta empresas globais e abre caminho para a próxima geração de dispositivos mais potentes e eficientes.