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Empresa brasileira que nasceu no regime militar é a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, atrás apenas da Boeing e da Airbus

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 05/10/2025 às 14:05
Do Bandeirante ao E-Jet E2: como a Embraer salvou-se na privatização de 1994 e hoje lidera jatos de 70 a 150 assentos em 60 países
Do Bandeirante ao E-Jet E2: como a Embraer salvou-se na privatização de 1994 e hoje lidera jatos de 70 a 150 assentos em 60 países
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Empresa nascida no regime militar virou potência global, a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, e hoje combina jatos regionais, executivos e plataformas de defesa para sustentar o crescimento

A terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo não surgiu em um vale do silício aeronáutico, e sim no Brasil dos anos 1960. Fundada em 1969, a Embraer atravessou a transição de estatal a companhia privada e consolidou um portfólio que a coloca logo atrás de Boeing e Airbus em aviação comercial. Do Bandeirante aos E-Jets E2, a estratégia foi clara: dominar o nicho de até 150 assentos com eficiência, alcance e suporte.

Hoje, além da aviação comercial, a empresa opera em jatos executivos, defesa e serviços. A Embraer projeta demanda robusta para seu segmento e vem anunciando planos de investimento no país até 2030, com expansão industrial e tecnológica. A combinação de engenharia própria, presença global e atendimento a mais de 100 companhias aéreas em 60 países sustenta a ambição de longo prazo.

Das origens no regime militar à privatização

Empresa brasileira que nasceu no regime militar é a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, atrás apenas da Boeing e da Airbus

A Embraer nasceu em 19 de agosto de 1969, fruto de um projeto de Estado liderado pela Aeronáutica, apoiado por instituições como o CTA e o ITA.

O primeiro passo foi o turboélice EMB 110 Bandeirante, que abriu caminho para uma indústria aeronáutica nacional viável.

A gênese pública deu musculatura técnica; a disciplina de engenharia virou marca registrada.

Nos anos 1990, a empresa foi privatizada (1994) e reorientada para mercados globais. O foco em jatos regionais maiores e executivos menores destravou receita, escala e capilaridade comercial.

A virada estratégica colocou a Embraer na rota da liderança em seu nicho e a credenciou como a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo.

Como a Embraer dominou o nicho de 70 a 150 assentos

Empresa brasileira que nasceu no regime militar é a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, atrás apenas da Boeing e da Airbus

O salto veio com a família E-Jets (E170/E190) e, depois, com a geração E2. O desenho privilegiou eficiência de combustível, conforto e economia por assento, fatores decisivos para rotas regionais e troncais de média densidade.

Ao ocupar o espaço entre turboprops e narrowbodies maiores, a empresa consolidou participação sem confrontos diretos desnecessários.

Hoje, mais de 100 companhias em 60 países operam jatos da marca, validando o modelo.

Para a aviação comercial, a Embraer atua precisamente onde a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo precisa estar: no ponto ótimo entre custo, alcance e frequência, com suporte e manutenção de escala global.

Quatro frentes que sustentam a liderança

Na aviação comercial, a empresa domina o mercado até cerca de 130–150 assentos, oferecendo flexibilidade para redes ponto a ponto e alimentando hubs.

A proposta de valor é produtividade de frota com menor risco de ocupação.

Na aviação executiva, a família Phenom e os Praetor colocaram a marca entre as mais desejadas.

O Phenom 300 figura há anos entre os jatos leves mais vendidos do mundo, apoiado por alcance, performance e cabine bem-resolvida. É a mesma lógica: eficiência sem abrir mão de conforto e tecnologia.

Em defesa e segurança, plataformas como o A-29 Super Tucano e o KC-390 Millennium ampliam receita e reputação tecnológica.

O KC-390, por exemplo, entrega capacidade multimissão com custos operacionais competitivos. A presença nesse segmento diversifica o ciclo de receitas e fortalece a engenharia.

No eixo de serviços e suporte, a companhia oferece manutenção, peças, treinamento e upgrades. Pós-venda robusto é diferencial competitivo, e barreira de entrada para quem tenta disputar o mesmo espaço.

Inovação, sustentabilidade e presença global

A Embraer mantém P&D como prioridade, historicamente entre 7% e 10% da receita, e atua com centros e fábricas em Brasil, EUA, Portugal, China e Cingapura.

Inovação contínua sustenta margens e amplia o ciclo de vida das aeronaves.

No pilar ambiental, a empresa investe em aviação sustentável, do Ipanema certificado para etanol a projetos com combustíveis sustentáveis (SAF) e novas arquiteturas de propulsão.

A companhia também avança em mobilidade aérea urbana (eVTOL) por meio de iniciativas dedicadas. Metas climáticas de longo prazo moldam o roadmap tecnológico e comercial.

Tamanho, dinheiro e rota de crescimento

Depois de recordes recentes de receita e entregas em alta, a Embraer anunciou investimentos no Brasil até 2030, além de expansão operacional no exterior.

Há ainda movimento dedicado a leasing e cargueiros, ampliando as alternativas de monetização do portfólio.

Escala e diversificação são o colchão para atravessar ciclos e manter a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo no topo do jogo.

A demanda futura também trabalha a favor: a própria empresa projeta necessidade global de cerca de 10,5 mil aeronaves até 150 lugares nas próximas duas décadas.

Esse pipeline, se convertido em pedidos firmes, tende a estabilizar produção, cadeia de suprimentos e empregos qualificados.

A concorrência é intensa, com produtos que tangenciam o mesmo nicho. Eficiência operacional e atualização constante dos E-Jets E2 são essenciais para proteger margens frente a rivais que buscam o mesmo cliente. Ganha quem entrega custo por assento menor, disponibilidade e rede de suporte.

Outro ponto sensível é a cadeia de suprimentos global, com centenas de fornecedores em dezenas de países. Qualquer gargalo afeta prazos e custos.

A disciplina industrial e contratos de longo prazo mitigam riscos, mas não eliminam a volatilidade, especialmente em um setor cíclico como o aeronáutico.

A trajetória da Embraer mostra como foco em nicho, engenharia e serviços pode colocar uma empresa brasileira entre as gigantes, a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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