Cerca de 3500 funcionários ainda não receberam indenizações desde o fechamento do estaleiro em Niterói, Rio de Janeiro
Um drama sem fim, é isto que se pode chamar a atual situação dos funcionários do estaleiro Mauá, em Niterói na região metropolitana do Rio de janeiro.
Centenas de ex-funcionários do Estaleiro, que foram demitidos há mais de quatro anos, fizeram uma manifestação pacífica na porta da empresa na última quarta-feira, 09 de agosto.
O protesto organizado por ex-funcionários visou chamar a atenção para o não recebimento das indenizações desde que o Estaleiro Mauá foi fechado em 2015 e não pagou o que devia à cerca de 3.500 empregados demitidos. A empresa enfrenta um processo de recuperação judicial e acumula dívidas de R$ 1,5 bi.
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Segundo Maria de Lourdes, uma ex-funcionária a situação entre os trabalhadores de Niterói é caótica, “Muitos ex-funcionários se suicidaram por possuírem dívidas, existem trabalhadores que tiveram que devolver seus carros e casas financiadas, outros 85 ex-funcionários foram presos pelo não pagamento de pensão alimentícia e até mesmo quem não tem R$ 4,00 para pagar a passagem e vir a este ato e passam fome”, declarou ela.
As dependências do Estaleiro estão hoje sendo depreciadas pelo tempo sem manutenção e se encontram no cais, três petroleiros inacabados há mais de três anos, pelo cancelamento do contrato com a Transpetro.
Os proprietários
O Estaleiro Mauá, em Niterói, já foi um dos maiores do país e empregou quase 10.000 pessoas no auge da construção naval brasileira, a empresa pertence ao grupo Sinergy, que também é dono de outra empresa em recuperação judicial, a companhia aérea Avianca, German Efromovich.
O estaleiro é o mais antigo do país e seu terreno foi adquirido pelo Barão de Mauá em 1846 e pouco antes do fechamento entregou importantes obras como a P50, P54 e a plataforma de gás Mexilhão.
No dia 15 de agosto está marcada uma audiência pública para tratar da retomada de obras no estaleiro Mauá e sobre as indenizações não pagas aos ex-funcionários.
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