Empreendedores terão crédito de até R$ 150 mil e até sete anos para pagar; Pronampe e Nossocrédito ampliam acesso a financiamento em 2025.
O sonho de abrir o próprio negócio está ficando mais acessível para milhares de brasileiros. Em meio a um cenário de retomada econômica e incentivo à geração de empregos, o governo federal e os programas estaduais estão ampliando as linhas de crédito voltadas para micro e pequenas empresas. As iniciativas incluem o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) e o Nossocrédito, voltado especialmente a empreendedores iniciantes e autônomos.
Juntas, essas iniciativas podem oferecer empréstimos que chegam a R$ 150 mil, com prazo de pagamento de até sete anos e juros abaixo do mercado, abrindo espaço para quem deseja formalizar um pequeno negócio, investir em equipamentos ou expandir a operação.
Pronampe: o programa federal que impulsiona pequenos negócios
Criado em 2020 e mantido pelo governo federal, o Pronampe se consolidou como a principal linha de crédito para micro e pequenas empresas (MPEs) do país. Administrado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP) e operado por bancos públicos e privados, o programa oferece empréstimos de até R$ 150 mil por CNPJ, com carência de 11 meses e prazo total de até 84 meses (sete anos) para pagamento.
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Segundo dados do governo, mais de 1,6 milhão de empresas já foram beneficiadas desde o lançamento do programa, movimentando mais de R$ 50 bilhões em crédito produtivo. O objetivo é garantir capital de giro, modernização e expansão dos pequenos empreendimentos, que respondem por cerca de 70% dos empregos formais do país.
A taxa de juros do Pronampe está atrelada à Taxa Selic acrescida de até 6% ao ano, o que representa uma das condições mais competitivas do mercado. Além disso, o programa conta com a garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO), o que facilita a aprovação mesmo para empreendedores com pouco histórico bancário.
“O Pronampe é o motor silencioso do empreendedorismo brasileiro. É o crédito que chega a quem mais precisa, com segurança e responsabilidade”, afirmou o ministro Márcio França em coletiva recente.
Nossocrédito: microcrédito popular e regionalizado
No âmbito estadual, o Nossocrédito, programa do Governo do Espírito Santo em parceria com o Bandes (Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo) — tem sido exemplo de sucesso no apoio a pequenos empreendedores locais.
A linha de microcrédito oferece valores de até R$ 21 mil para quem quer abrir, formalizar ou fortalecer um pequeno negócio.
As taxas são reduzidas e os prazos flexíveis, com condições adaptadas ao perfil de cada solicitante. Em 2024, o programa registrou mais de 12 mil operações e manteve taxa de inadimplência abaixo de 1%, um dos melhores índices do país.
A proposta é expandir o modelo para outros estados por meio de convênios regionais, dentro do projeto “Brasil Empreendedor 2025”, que prevê a ampliação das linhas de microcrédito com foco em inovação, sustentabilidade e economia local.
Um país que volta a empreender
Dados do Sebrae mostram que o Brasil registrou 4,1 milhões de novos CNPJs abertos em 2024, o maior número desde o início da série histórica. Desse total, mais de 80% são microempreendedores individuais (MEIs) e pequenas empresas, demonstrando a força do empreendedorismo como alternativa de renda e recuperação econômica.
Em 2025, a expectativa é que os bancos públicos ampliem em 20% o volume de crédito disponível para os programas voltados ao pequeno empreendedor. A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES estão entre as instituições que participam ativamente do Pronampe e de programas complementares, como o Microcrédito Produtivo Orientado (MPO).
Segundo o economista Carlos Honorato, especialista em políticas de microfinanças, “o acesso ao crédito é um divisor de águas. Ele transforma o empreendedor informal em empresário formal, gera empregos e movimenta a economia local”.
Crédito acessível e juros mais baixos
Um dos grandes diferenciais desses programas é a política de juros reduzidos e carência estendida. Enquanto o crédito convencional para pessoa jurídica chega a ter taxas acima de 20% ao ano, as linhas do Pronampe e do Nossocrédito giram em torno de 10% a 12% anuais, dependendo da instituição financeira.
Além disso, muitos bancos participantes oferecem consultoria gratuita e acompanhamento técnico para o pequeno empresário aprender a planejar seus investimentos, gerenciar fluxo de caixa e manter o negócio sustentável.
Essa assistência é essencial para reduzir inadimplência e aumentar o impacto social dos empréstimos. “Não se trata apenas de liberar dinheiro, mas de ensinar a usá-lo de forma inteligente e produtiva”, reforça o Sebrae.
Como solicitar o crédito
Para solicitar o Pronampe, o empresário deve acessar o site ou aplicativo do banco parceiro e verificar se há limite de crédito disponível com base no faturamento anual declarado à Receita Federal. O processo é digital e, em muitos casos, o crédito é liberado em poucos dias.
Já o Nossocrédito pode ser solicitado nas agências de desenvolvimento regionais ou secretarias municipais conveniadas. O candidato deve apresentar documentos pessoais, plano de negócio e comprovante de renda ou atividade econômica.
Ambos os programas priorizam quem mantém bom histórico de pagamento e regularidade fiscal, mas também incluem iniciativas para apoiar empreendedores em início de atividade.
O futuro do crédito produtivo
Com o avanço da tecnologia e a digitalização do sistema financeiro, o Brasil caminha para um novo ciclo de crédito produtivo inclusivo. A meta do governo federal é alcançar 2 milhões de micro e pequenas empresas atendidas até o fim de 2026, ampliando o impacto econômico e social dos programas de microfinanças.
Para o economista Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, “o crédito produtivo é a política pública mais transformadora que existe, porque multiplica renda, aumenta o PIB e fortalece o empreendedorismo feminino e periférico”.
A ampliação do Pronampe e do Nossocrédito reforça essa estratégia, dando fôlego a quem transforma ideias em negócios e negócios em oportunidades.