A ANP promoveu workshop em parceria com a Clean Air Task Force para discutir ações de mitigação das emissões de metano e fortalecer políticas sustentáveis no setor de petróleo e gás
As emissões de metano estão entre os maiores desafios ambientais da indústria de energia global, segundo uma matéria publicada.
Nos dias 4 e 5 de novembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou, no Rio de Janeiro, um workshop dedicado à mitigação desse gás de efeito estufa no setor de petróleo e gás.
O encontro, promovido em parceria com a organização internacional Clean Air Task Force (CATF), reuniu especialistas do Brasil e do exterior para discutir estratégias regulatórias, inovações tecnológicas e experiências de cooperação internacional.
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A iniciativa reforça o compromisso da ANP com a transição energética, a redução de impactos ambientais e a implementação de práticas modernas e eficazes para enfrentar a crise climática.
Regulação ambiental e redução das emissões de metano no Brasil
Durante a abertura do evento, o diretor Fernando Moura, da ANP, ressaltou que o trabalho conjunto entre instituições nacionais e internacionais é essencial para o avanço da regulação ambiental.
Ele lembrou que a Resolução nº 8/2024 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determina que a Agência adote medidas efetivas para reduzir as emissões de metano e outros gases de efeito estufa no país.
Entre as ações estruturantes destacadas estão a inserção do tema na agenda regulatória da ANP, a cooperação técnica com o Banco Mundial e o fortalecimento de programas de pesquisa e inovação, como o NAVE (Programa ANP de Empreendedorismo) e o PRH-ANP (Programa de Formação em Recursos Humanos).
Essas iniciativas visam alinhar a regulação brasileira às melhores práticas internacionais, fortalecendo a governança ambiental e promovendo maior transparência nas informações sobre emissões.
Um dos exemplos dessa evolução é o Painel Dinâmico de Emissões de Gases de Efeito Estufa, lançado pela ANP, que permite o acesso público a dados atualizados sobre o desempenho ambiental das empresas reguladas.
Transição energética e cooperação internacional no combate às emissões de metano
O primeiro dia do workshop contou com apresentações de representantes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Global Methane Hub, do governo da Nigéria, além de especialistas da própria ANP e da CATF.
Foram discutidas as políticas de regulação adotadas em diferentes países, as estratégias de mitigação e o papel da indústria de petróleo e gás na transição energética global.
O evento destacou que o metano é responsável por cerca de 30% do aquecimento global, e que sua redução pode gerar resultados climáticos rápidos e significativos.
Os participantes debateram formas de promover a eficiência operacional, reduzir vazamentos e aprimorar a medição das emissões de metano nas etapas de produção e transporte.
A integração de tecnologias e o compartilhamento de conhecimento entre países produtores de energia foram apontados como caminhos fundamentais para alcançar metas sustentáveis.
Inovação tecnológica e uso do CoMAT no planejamento ambiental
No segundo dia, os participantes receberam treinamento sobre a ferramenta CoMAT (Country Methane Abatement Tool), desenvolvida pela CATF para apoiar governos e empresas na estimativa e mitigação das emissões de metano.
O sistema, gratuito e personalizável, utiliza dados nacionais do setor de petróleo e gás para gerar cenários realistas e auxiliar na elaboração de políticas públicas.
Essa iniciativa reforça o papel da tecnologia como aliada estratégica na descarbonização da matriz energética.
Segundo especialistas presentes, o CoMAT pode apoiar o Brasil na definição de metas mensuráveis, integrando ciência e regulação de forma prática e acessível.
Para a ANP, a adoção de ferramentas como essa fortalece a capacidade institucional e amplia o alcance das ações de sustentabilidade em escala nacional.
A troca de experiências entre órgãos públicos, empresas e instituições internacionais reforça a importância da cooperação global na luta contra as mudanças climáticas.
A ANP reafirmou que continuará investindo em programas de inovação e capacitação técnica para garantir que o setor de energia nacional avance em direção a uma economia de baixo carbono, em sintonia com os compromissos assumidos pelo país no Acordo de Paris e nas políticas de transição energética justa e sustentável.



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