A iniciativa do BTG com a empresa diz respeito a uma Cédula de Produto Rural, reforçando o apoio do banco às práticas de sustentabilidade
A Usina Lins, empresa nacional voltada à produção de açúcar e etanol, recebeu, nesta semana, crédito verde do BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina. Com isso, o banco lança mão da sua estratégia de atuar de maneira mais ativa na estruturação de instrumentos de finanças relacionadas à sustentabilidade em sua própria carteira de crédito.
O financiamento bilateral foi feito mediante um empréstimo verde, com a utilização de recursos vinculados a benefícios ambientais, que se soma a demais transações com engajamento semelhante com os clientes do banco.
A primeira iniciativa do BTG nesse viés foi uma operação ligada à sustentabilidade acordada, no ano passado, com a Olfar Alimento e Energia, cujas metas são atreladas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
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Quanto à operação com a Usina Lins, trata-se de uma Cédula de Produto Rural (CPR), que diz respeito a um título que simboliza a promessa de entrega futura de um produto agropecuário, atuando como um facilitador na produção e comercialização. Assim, os recursos devem ser exclusivamente dedicados aos processos de produção de etanol, que é usado para financiar ou refinanciar a produção de bioenergia, fazendo com que o empréstimo seja considerado verde.
Patrícia Genelhu defende o compromisso do BTG Pactual com a indústria de investimentos sustentáveis no país
De acordo com Patrícia Genelhu, head da área de Investimentos Sustentáveis e Impacto do BTG Pactual, a operação com a Usina Lins é um feito importante para o banco, na medida em que incentiva o engajamento dos seus clientes e associa a utilização dos recursos a benefícios ambientais, reiterando o compromisso do BTG Pactual em seguir desenvolvendo a indústria de investimentos sustentáveis no Brasil.
Patrícia completa que, por meio de instrumentos financeiros, é possível estimular a sustentabilidade nas empresas, de modo a contribuir para o amadurecimento desse mercado.
Além disso, destaca-se que o BTG tem forte histórico de apoio ao agronegócio, com operações estruturadas de crédito e o financiamento de suas principais cadeias. Atualmente, esse setor corresponde a cerca de 20% da carteira de crédito, tendo boas perspectivas de crescimento.
Conforme explica Genelhu, o banco tem relacionamento sólido com algumas das principais empresas do ramo, sendo, além de um parceiro estratégico, apoiador de diferentes formas para facilitar a adoção das práticas de ESG, que valorizam ainda mais os negócios.
O BTG detém, nessa estruturação, o apoio da consultoria Resultante para proporcionar o parecer independente para a obtenção do rótulo verde e a validação dos benefícios ambientais.
Desde o ano de 2020, quando a área de Investimentos Sustentáveis e de Impacto do BTG foi inaugurada, o banco passou a conduzir múltiplas captações sustentáveis, tendo fechado o primeiro trimestre de 2022 com R$ 6,9 bilhões em linhas desse tipo.
Dentre tais linhas, pode-se citar um private placement verde; um financiamento climático com a Sociedade Alemã de Investimentos e Desenvolvimento (DEG) e a Proparco, subsidiária da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD); um green bond; entre outras.
Nesse sentido, a carteira de crédito do BTG elegível a finanças sustentáveis já totaliza R$ 10,2 bilhões.
A Usina Lins busca também realizar práticas voltadas à sustentabilidade
A Usina Lins, por sua vez, tem também a sustentabilidade como um de seus valores e, através da prática do equilíbrio econômico, social e ambiental, busca constantemente colocá-los em prática.
Sob esse viés, a Responsabilidade Socioambiental da Usina Lins envolve fatores como o uso responsável do solo, a reutilização de resíduos do processo produtivo, a preservação dos recursos naturais existentes e o apoio a iniciativas que auxiliam no desenvolvimento das pessoas e da sociedade. Suas ações estão, dessa forma, em harmonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, visando à proteção do meio ambiente e do clima.
Em 2007, a empresa aderiu ao Protocolo Agroambiental Paulista e recebeu o certificado de Etanol Mais Verde, de maneira a constatar o seu compromisso com a preservação do meio ambiente. O certificado obtido atesta o desenvolvimento de ações de estímulo à sustentabilidade da cadeia produtiva de etanol, açúcar e bioenergia, como, por exemplo, a conservação do solo e da água, a eliminação do uso do fogo na colheita da cana, boas práticas de produção e a reciclagem de resíduos do processamento da cana.
Além do mais, em 2019, a empresa recebeu também o Selo Energia Verde e, em 2020, foi certificada no programa RENOVABIO.