Consultoria da Câmara, Instituição Fiscal Independente e mercado alertam: em 2027 o orçamento livre chega a zero; dívida é de R$ 7,9 trilhões (77,6% do Produto Interno Bruto)
O dinheiro livre do governo chega a zero em 2027. O alerta foi feito pela Consultoria da Câmara dos Deputados, pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado e reforçado pelo analista Alexandre Winkler, com base em projeções oficiais e do mercado. Isso significa que toda a arrecadação federal será consumida por gastos obrigatórios, sem sobrar um real para custear serviços básicos do dia a dia.
Na prática, o risco é de um “shutdown” à brasileira. Programas como Farmácia Popular, Minha Casa Minha Vida, Enem, emissão de passaportes, bolsas de pesquisa e fiscalizações do Ibama podem parar por falta de recursos discricionários. Não se trata de calote, mas de colapso operacional: a máquina arrecada, mas não consegue bancar o que não está protegido por lei ou Constituição.
Quanto o Brasil deve e por que o dinheiro livre do governo some
Em julho de 2025, ela chegou a R$ 7,9 trilhões, equivalentes a 77,6% do PIB.
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Pelo cálculo alternativo do FMI, o índice já passa de 90%. Em 2010, o país devia menos de R$ 2 trilhões; desde então, a curva só cresceu.
Com juros altos e vencimentos longos custando caro — como o Tesouro Prefixado 2035, perto de 14% ao ano, e o Tesouro IPCA+ 2060, a IPCA + 7,28% —, a dívida se retroalimenta.
É o fenômeno chamado de dominância fiscal: subir juros não reduz inflação porque encarece a própria dívida e amplia a desconfiança.
O que acontece quando o orçamento trava
O dinheiro livre do governo financia gastos considerados “discricionários”: infraestrutura, manutenção de prédios públicos, contas de luz e água, limpeza, terceirizações e programas sociais específicos.
Sem ele, até serviços como centrais de atendimento à mulher ou o funcionamento de sistemas como o “PX” ficam comprometidos.
Segundo a IFI, o esgotamento total dessa verba em 2027 deixará apenas os gastos obrigatórios funcionando: Previdência, salários de servidores, benefícios sociais e educação e saúde vinculadas à Constituição.
O restante para.
Por que não basta aumentar impostos
Mesmo com recorde de arrecadação em 2025 — R$ 234 bilhões em junho e R$ 254 bilhões em julho, os maiores resultados em 31 anos —, analistas como Alexandre Winkler reforçam que aumentar tributos não resolve mais.
A chamada Curva de Laffer mostra que, a partir de certo ponto, mais impostos reduzem a arrecadação por quebrar empresas ou empurrar capital para fora.
Hoje, 31% das empresas estão inadimplentes e recuperações judiciais seguem em alta.
Em 2024, o número foi recorde e a expectativa é de novo recorde em 2025.
Cerca de 30% das companhias em recuperação acabam falindo.
Com esse quadro, elevar carga tributária pode piorar a recessão.
O que o governo poderia cortar
Restaria atacar os gastos obrigatórios, algo que nenhum governo quis enfrentar até agora.
Entre as medidas citadas em relatórios oficiais e pela análise de Alexandre Winkler estão: reduzir contratações públicas, revisar regras de reajuste do salário mínimo e tornar a máquina mais eficiente.
O problema é que 2026 é ano eleitoral, e a tendência é de aumento, não de corte, nos gastos.
Seja qual for o resultado da eleição presidencial — reeleição de Lula ou vitória de nomes como Tarcísio de Freitas —, o diagnóstico é unânime: em 2027, será preciso ajustar.
Impactos para o cidadão comum
O efeito direto para a população seria sentir atrasos ou paralisações em serviços que parecem triviais, mas dependem de verba discricionária: renovação de passaporte, aplicação do Enem, bolsas de pesquisa e manutenção de políticas sociais específicas.
O cidadão pagaria impostos, mas ficaria sem retorno prático em áreas básicas.
Especialistas lembram que a situação já dá sinais: agências reguladoras estão com fiscalização reduzida e enfrentam falta de recursos para operar.
Isso enfraquece a regulação de setores críticos como energia, transporte e telecomunicações.
Como as pessoas estão se protegendo
A análise também mostra estratégias individuais para enfrentar a incerteza: diversificação de investimentos, parte do patrimônio em dólar, criptoativos, fundos imobiliários para renda e renda fixa de curto e longo prazo.
A lógica, segundo Winkler, é blindar o patrimônio e aproveitar oportunidades, qualquer que seja o cenário em 2027.
O colapso do dinheiro livre do governo em 2027 não é mais uma hipótese distante: é uma projeção oficial confirmada por diferentes órgãos técnicos e citada por analistas como Alexandre Winkler.
Se nada mudar, o brasileiro pode ver serviços básicos do dia a dia simplesmente pararem por falta de recursos.
Você concorda com essa análise? Acredita que cortes de gastos são possíveis ou o governo terá que aumentar ainda mais impostos? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive isso na prática.
Esta previsão do “mercado” é semelhante åquela feita para o PIB do primeiro ano deste governo: seria com certeza menor que 1%, algo em torno de 0,7 % se tanto. Para surpresa dos “analistas” deu quase 3 %. No segundo ano de novo, previram no máximo 1,5 % mas os dados voltaram a desmentir os economistas fechando acima de 3%. Deve ocorrer parecido com esta previsão alarmista. Além disso o governo já tem alternativas: cobrar de quem não paga ou paga muito pouco imposto, os super ricos, por exemplo, sem falar na diminuição a níveis razoáveis da “apropriação indébita” de grande parte do orçamento feita pelo Congresso.
Interessante notar que os analistas do “mercado” nunca sugerem os cortes e aumentos de impostos citados acima; preferem descartar reajustes de impostos a priori sob o falso argumento de que onerará quem já paga muito. Já com relação à outra alternativa proposta, nem ousam tocar no assunto.
“A chamada Curva de Laffer mostra que, a partir de certo ponto, mais impostos reduzem a arrecadação por quebrar empresas …”. Mais uma falácia! Empresa alguma “paga” tributos. A singela e verdadeira razão é que tributos são como custos, repassados aos preços dos produtos ou serviços que a empresa vende. Quem paga, efetivamente, são os consumidores diretos ou indiretos, sempre pessoas físicas. E, dentre estas, numa distorção que o Congresso não quer resolver, paga mais quem ganha menos.
Resumindo muito…no meu ponto de vista. Se aumentar ainda mais os impostos dos “super ricos” como vc sugeriu. Eles, os “super ricos tem 2 opções: sair do Brasil ou repassar esses custos pra seus produtos. No 1o caso o Brasil fica sem arrecadar,pois o fulano vai pagar impostos menores em outro país. No 2o caso quem vai acabar pagando a conta seriam os consumidores que na grande maioria são os mais pobres.