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Em 2027, o dinheiro livre do governo zera e serviços do dia a dia podem param! Não por calote, mas por falta total de verba

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 05/09/2025 às 09:04
Dinheiro livre do governo zera em 2027 e serviços do dia a dia podem parar
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Consultoria da Câmara, Instituição Fiscal Independente e mercado alertam: em 2027 o orçamento livre chega a zero; dívida é de R$ 7,9 trilhões (77,6% do Produto Interno Bruto)

O dinheiro livre do governo chega a zero em 2027. O alerta foi feito pela Consultoria da Câmara dos Deputados, pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado e reforçado pelo analista Alexandre Winkler, com base em projeções oficiais e do mercado. Isso significa que toda a arrecadação federal será consumida por gastos obrigatórios, sem sobrar um real para custear serviços básicos do dia a dia.

Na prática, o risco é de um “shutdown” à brasileira. Programas como Farmácia Popular, Minha Casa Minha Vida, Enem, emissão de passaportes, bolsas de pesquisa e fiscalizações do Ibama podem parar por falta de recursos discricionários. Não se trata de calote, mas de colapso operacional: a máquina arrecada, mas não consegue bancar o que não está protegido por lei ou Constituição.

Quanto o Brasil deve e por que o dinheiro livre do governo some

Segundo Alexandre Winkler, a raiz do problema é a dívida pública crescente.
Segundo Alexandre Winkler, a raiz do problema é a dívida pública crescente.

Em julho de 2025, ela chegou a R$ 7,9 trilhões, equivalentes a 77,6% do PIB.

Pelo cálculo alternativo do FMI, o índice já passa de 90%. Em 2010, o país devia menos de R$ 2 trilhões; desde então, a curva só cresceu.

Com juros altos e vencimentos longos custando caro — como o Tesouro Prefixado 2035, perto de 14% ao ano, e o Tesouro IPCA+ 2060, a IPCA + 7,28% —, a dívida se retroalimenta.

É o fenômeno chamado de dominância fiscal: subir juros não reduz inflação porque encarece a própria dívida e amplia a desconfiança.

O que acontece quando o orçamento trava

O dinheiro livre do governo financia gastos considerados “discricionários”: infraestrutura, manutenção de prédios públicos, contas de luz e água, limpeza, terceirizações e programas sociais específicos.

Sem ele, até serviços como centrais de atendimento à mulher ou o funcionamento de sistemas como o “PX” ficam comprometidos.

Segundo a IFI, o esgotamento total dessa verba em 2027 deixará apenas os gastos obrigatórios funcionando: Previdência, salários de servidores, benefícios sociais e educação e saúde vinculadas à Constituição.

O restante para.

Por que não basta aumentar impostos

Mesmo com recorde de arrecadação em 2025 — R$ 234 bilhões em junho e R$ 254 bilhões em julho, os maiores resultados em 31 anos —, analistas como Alexandre Winkler reforçam que aumentar tributos não resolve mais.

A chamada Curva de Laffer mostra que, a partir de certo ponto, mais impostos reduzem a arrecadação por quebrar empresas ou empurrar capital para fora.

Hoje, 31% das empresas estão inadimplentes e recuperações judiciais seguem em alta.

Em 2024, o número foi recorde e a expectativa é de novo recorde em 2025.

Cerca de 30% das companhias em recuperação acabam falindo.

Com esse quadro, elevar carga tributária pode piorar a recessão.

O que o governo poderia cortar

Restaria atacar os gastos obrigatórios, algo que nenhum governo quis enfrentar até agora.

Entre as medidas citadas em relatórios oficiais e pela análise de Alexandre Winkler estão: reduzir contratações públicas, revisar regras de reajuste do salário mínimo e tornar a máquina mais eficiente.

O problema é que 2026 é ano eleitoral, e a tendência é de aumento, não de corte, nos gastos.

Seja qual for o resultado da eleição presidencial — reeleição de Lula ou vitória de nomes como Tarcísio de Freitas —, o diagnóstico é unânime: em 2027, será preciso ajustar.

Impactos para o cidadão comum

O efeito direto para a população seria sentir atrasos ou paralisações em serviços que parecem triviais, mas dependem de verba discricionária: renovação de passaporte, aplicação do Enem, bolsas de pesquisa e manutenção de políticas sociais específicas.

O cidadão pagaria impostos, mas ficaria sem retorno prático em áreas básicas.

Especialistas lembram que a situação já dá sinais: agências reguladoras estão com fiscalização reduzida e enfrentam falta de recursos para operar.

Isso enfraquece a regulação de setores críticos como energia, transporte e telecomunicações.

Como as pessoas estão se protegendo

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A análise também mostra estratégias individuais para enfrentar a incerteza: diversificação de investimentos, parte do patrimônio em dólar, criptoativos, fundos imobiliários para renda e renda fixa de curto e longo prazo.

A lógica, segundo Winkler, é blindar o patrimônio e aproveitar oportunidades, qualquer que seja o cenário em 2027.

O colapso do dinheiro livre do governo em 2027 não é mais uma hipótese distante: é uma projeção oficial confirmada por diferentes órgãos técnicos e citada por analistas como Alexandre Winkler.

Se nada mudar, o brasileiro pode ver serviços básicos do dia a dia simplesmente pararem por falta de recursos.

Você concorda com essa análise? Acredita que cortes de gastos são possíveis ou o governo terá que aumentar ainda mais impostos? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive isso na prática.

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Eduardo Pereira
Eduardo Pereira
05/09/2025 10:35

Esta previsão do “mercado” é semelhante åquela feita para o PIB do primeiro ano deste governo: seria com certeza menor que 1%, algo em torno de 0,7 % se tanto. Para surpresa dos “analistas” deu quase 3 %. No segundo ano de novo, previram no máximo 1,5 % mas os dados voltaram a desmentir os economistas fechando acima de 3%. Deve ocorrer parecido com esta previsão alarmista. Além disso o governo já tem alternativas: cobrar de quem não paga ou paga muito pouco imposto, os super ricos, por exemplo, sem falar na diminuição a níveis razoáveis da “apropriação indébita” de grande parte do orçamento feita pelo Congresso.

Interessante notar que os analistas do “mercado” nunca sugerem os cortes e aumentos de impostos citados acima; preferem descartar reajustes de impostos a priori sob o falso argumento de que onerará quem já paga muito. Já com relação à outra alternativa proposta, nem ousam tocar no assunto.

Edson
Edson
Em resposta a  Eduardo Pereira
05/09/2025 14:10

“A chamada Curva de Laffer mostra que, a partir de certo ponto, mais impostos reduzem a arrecadação por quebrar empresas …”. Mais uma falácia! Empresa alguma “paga” tributos. A singela e verdadeira razão é que tributos são como custos, repassados aos preços dos produtos ou serviços que a empresa vende. Quem paga, efetivamente, são os consumidores diretos ou indiretos, sempre pessoas físicas. E, dentre estas, numa distorção que o Congresso não quer resolver, paga mais quem ganha menos.

Keila
Keila
Em resposta a  Eduardo Pereira
06/09/2025 09:28

Resumindo muito…no meu ponto de vista. Se aumentar ainda mais os impostos dos “super ricos” como vc sugeriu. Eles, os “super ricos tem 2 opções: sair do Brasil ou repassar esses custos pra seus produtos. No 1o caso o Brasil fica sem arrecadar,pois o fulano vai pagar impostos menores em outro país. No 2o caso quem vai acabar pagando a conta seriam os consumidores que na grande maioria são os mais pobres.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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