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Compra bilionária marca o maior aporte pessoal de Musk desde 2020 e reacende debates sobre os rumos da Tesla após queda nas vendas e forte pressão concorrencial.
Elon Musk surpreendeu o mercado financeiro ao desembolsar cerca de US$ 1 bilhão para adquirir ações da Tesla Inc., em sua maior compra desde 2020. A notícia impulsionou os papéis da empresa em até 7% no pré-mercado e reacendeu debates sobre o futuro da montadora.
Segundo documentos regulatórios, Musk comprou cerca de 2,57 milhões de ações em 12 de setembro, pagando valores entre US$ 372 e US$ 396 por ação. A operação foi realizada por meio do Elon Musk Revocable Trust, do qual ele é administrador.
A Tesla confirmou que não se tratava de uma recompra corporativa. Musk usou recursos próprios, aumentando apenas levemente sua participação na empresa.
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Reação imediata do mercado
A resposta de Wall Street foi rápida. As ações da Tesla subiram 6,2% na abertura da bolsa de Nova York e voltaram a registrar valorização no ano, após terem caído até 45% no início de abril.
O movimento chamou atenção porque Musk não fazia compras no mercado aberto desde fevereiro de 2020. Em contraste, em 2022, ele vendeu mais de US$ 20 bilhões em ações da Tesla para financiar a aquisição do Twitter.
A decisão ocorre em um momento delicado para a empresa.
As entregas globais de veículos caíram 13% no primeiro semestre de 2025, refletindo desaceleração nas vendas e aumento da concorrência no setor.
Apoio da presidência da Tesla
A presidente do conselho da Tesla, Robyn Denholm, saiu em defesa da liderança de Musk logo após o anúncio da compra. Em entrevista à Bloomberg Television em 12 de setembro, ela afirmou que ele é um “líder geracional”.
Denholm afirmou que as posições políticas de Musk fazem parte de sua vida pessoal e ressaltou que todos têm o direito de expressar opiniões. Ela também mencionou o plano de remuneração de US$ 1 trilhão proposto pelo conselho, que vincula prêmios a metas de valor de mercado e desempenho.
Para Denholm, a aquisição bilionária reforça o compromisso de Musk e mostra que ele tem “participação no jogo” antes da votação dos acionistas sobre o pacote de remuneração.
Desafios e apostas futuras
Apesar da euforia momentânea, analistas apontam desafios. A participação de mercado da Tesla nos EUA caiu para menos de 40% em agosto, segundo a Cox Automotive. Na Europa, os registros também recuaram.
Além disso, os embarques da fábrica de Xangai caíram em julho e agosto, sinalizando queda na demanda global. Musk, por sua vez, aposta em novos segmentos como robotaxis e robôs humanoides.
Ele, no entanto, advertiu sobre “alguns trimestres difíceis” quando os incentivos para veículos elétricos nos EUA expirarem no fim de setembro. Investidores agora observam se o aporte bilionário de Musk se refletirá em melhores resultados.
Polêmicas políticas e impacto público
As ações pessoais de Elon Musk continuam chamando atenção. Recentemente, ele participou remotamente de um comício em Londres organizado pelo ativista de extrema direita Tommy Robinson.
Durante seu discurso, Elon Musk afirmou que “a violência está chegando” ao Reino Unido e disse: “Ou você revida ou morre”. Um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou as declarações como “inflamatórias e perigosas”.
A polêmica destacou como sua atividade política pode colidir com o papel de CEO da Tesla, ponto levantado por críticos há anos.
Efeito imediato no mercado
Com patrimônio estimado em US$ 419 bilhões, Elon Musk voltou a colocar a Tesla no centro das atenções. Para investidores, a compra de US$ 1 bilhão sinalizou confiança e impulsionou as ações.
Já para os céticos, o movimento levanta dúvidas sobre o momento e as motivações. De qualquer forma, Musk mostrou novamente que suas decisões podem influenciar tanto Wall Street quanto o debate público global.
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