Tesla em crise? Elon Musk promete se afastar um pouco mais do governo Trump após queda drástica nos lucros.
A Tesla, uma das líderes globais no setor de veículos elétricos, enfrenta um de seus momentos mais desafiadores. O CEO Elon Musk anunciou dia 22 de abril que pretende reduzir sua participação no governo Trump após os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025 mostrarem uma queda expressiva na receita e no lucro da empresa.
Mais do que uma simples retração de mercado, os números refletem uma crise de imagem envolvendo Musk, cuja proximidade com a política conservadora norte-americana vem provocando reações negativas ao redor do mundo — e afetando diretamente a performance da Tesla.
Queda nos lucros da Tesla e números que preocupam Elon Musk
Entre janeiro e março de 2025, o lucro da Tesla despencou 71% em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando apenas US$ 409 milhões, contra US$ 1,4 bilhão em 2024.
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A receita também encolheu 9%, somando US$ 19,3 bilhões, abaixo das expectativas de Wall Street, que estimavam algo em torno de US$ 21,1 bilhões.
Mais alarmante ainda foi o volume de vendas: a Tesla entregou 336.681 veículos no trimestre — uma queda de 13%, o pior desempenho desde 2022.
Um dos pontos mais polêmicos do momento é o envolvimento direto de Elon Musk com o governo Trump.
Desde o início do novo mandato presidencial, Musk assumiu um papel de destaque no Departamento de Eficiência Governamental (Doge), órgão que promove cortes em políticas públicas, algo que gerou forte resistência em estados mais progressistas, como a Califórnia.
Na mesma região, que sempre foi um dos maiores mercados para a Tesla, as vendas despencaram.
Há relatos de boicotes, protestos e até vandalismo em concessionárias, motivados pela percepção de que Musk está alinhado com uma agenda política que contrasta com os valores ambientais e sociais que antes ajudaram a moldar a imagem da Tesla.
Imagem da Tesla abalada no mercado global
A crise não está restrita aos Estados Unidos. A imagem da Tesla também foi impactada negativamente na Europa, onde o governo Trump é amplamente criticado.
A aproximação de Musk com políticos de direita radical em países como Hungria e Polônia também vem sendo mal recebida pelo público europeu.
Em mercados internacionais estratégicos, como a China, a Tesla sofreu com o aumento das tarifas impostas como retaliação à guerra comercial iniciada por Trump.
A montadora teve que suspender temporariamente os pedidos dos Modelos S e X no país asiático, agravando ainda mais sua situação.
Concorrência feroz das rivais chinesas
Outro fator que pressiona a Tesla é o crescimento acelerado de concorrentes, especialmente da China. Marcas como BYD, Xpeng e Nio vêm ganhando espaço com produtos tecnologicamente avançados e mais acessíveis.
A BYD, por exemplo, lançou recentemente um sistema de carregamento ultrarrápido que colocou ainda mais pressão sobre a Tesla.
Fabricantes europeias e sul-coreanas, como Volkswagen e Hyundai, também ampliaram sua presença no mercado com modelos elétricos de última geração, disputando diretamente com os produtos da marca de Musk.
Tesla foca no futuro com direção autônoma e modelo popular
Apesar do momento difícil, a Tesla continua apostando em inovações tecnológicas como forma de reverter a maré. Musk anunciou o lançamento de um serviço de táxis-robôs em Austin e na Califórnia já em junho, e prometeu a produção de um modelo elétrico mais acessível ainda este ano.
A empresa também reforçou o compromisso com sua divisão de energia, que fabrica baterias e sistemas de armazenamento, apesar de admitir que esse setor será fortemente afetado pelas novas políticas comerciais.