Motorista registra em vídeo diferença de preço ao abastecer por valor e por volume no mesmo posto; experimento viraliza e levanta alerta sobre possíveis falhas ou irregularidades em bombas de combustíveis.
Um vídeo gravado em um posto de combustíveis e publicado no TikTok pelo criador de Conteúdo Bruc Duarte viralizou ao mostrar a diferença no valor pago por um motorista ao abastecer a mesma quantidade de gasolina — 7,15 litros — em dois momentos distintos, no mesmo local.
Na primeira visita, o motorista solicitou o abastecimento por valor, pagando R$ 30.
Horas depois, retornou ao posto e pediu que fossem colocados exatamente 7,15 litros, o que gerou um custo final de R$ 24,38.
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A diferença de R$ 5,62, mesmo com o mesmo volume de combustível, chamou atenção de milhares de internautas e reacendeu discussões sobre a confiabilidade de bombas de combustível no Brasil.
Comentários nas redes sociais expressaram surpresa e preocupação com a possibilidade de erro ou fraude nas medições, destacando a necessidade de atenção redobrada por parte dos consumidores.
Diferença ao abastecer por litro: experimento chama atenção
No vídeo, o motorista registra duas interações no mesmo posto.
Primeiro, ele solicita R$ 30 em gasolina.
A bomba marca o fornecimento de 7,15 litros.
Em seguida, já no mesmo dia, ele retorna ao estabelecimento e pede que sejam abastecidos exatamente 7,15 litros.
O equipamento então exibe o valor de R$ 24,38.
O experimento rapidamente ganhou repercussão, impulsionado pela discrepância nos valores pagos.
A cena foi interpretada por muitos como uma possível evidência de que abastecer por litro pode ser mais vantajoso do que por valor.
No entanto, especialistas e usuários experientes apontaram que a prática não garante, por si só, economia.
Em um posto regularizado e com equipamentos aferidos, o valor por litro deve ser constante, independentemente da forma como o cliente solicita o abastecimento.
Preço da gasolina por litro deve ser constante
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável por fiscalizar o setor, determina que o valor por litro de combustível deve ser fixo e exibido de forma clara ao consumidor.
Essa regra se aplica independentemente de o cliente pedir para abastecer com base em um valor em reais ou em litros.
Quando isso não acontece, há risco de falhas técnicas, erro de operação ou até mesmo conduta indevida por parte do posto.
Nos comentários do vídeo, muitos usuários manifestaram indignação e exigiram explicações.
Um seguidor escreveu: “A máquina é programada. Independe se é por litro ou por valor, a matemática tem que bater.”
Outros relataram experiências semelhantes ou disseram que, por precaução, sempre pedem para abastecer por litro, o que permitiria maior controle visual da quantidade de combustível fornecida.
O que diz a ANP sobre irregularidades
Embora o vídeo sugira uma economia ao pedir por litro, profissionais do setor alertam que esse não é um indicativo confiável de vantagem.
Segundo eles, a divergência nos valores para o mesmo volume abastecido sugere falha no equipamento ou falta de calibração correta da bomba.
De acordo com a ANP, fraudes em bombas de combustível são infrações graves e passíveis de punição.
A agência recomenda que, ao identificar qualquer inconsistência, o cliente exija a nota fiscal com o volume e o valor discriminados.
Com esse documento em mãos, é possível registrar uma denúncia formal junto ao órgão fiscalizador, que pode instaurar uma investigação e aplicar sanções ao estabelecimento, incluindo interdição.
Histórico de fraudes em postos de combustíveis
Fiscalizações realizadas pela ANP ao longo dos últimos anos têm revelado fraudes recorrentes em diversos estados brasileiros.
Relatórios públicos apontam que até 10% dos postos fiscalizados apresentavam algum tipo de irregularidade.
As mais comuns envolvem adulterações em bombas, alterações no volume fornecido e falhas nos sistemas de medição.
Segundo dados de 2024, o número de autuações cresceu em regiões metropolitanas, especialmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
As operações de fiscalização identificaram bombas com software adulterado, lacres violados e mecanismos internos que manipulavam a quantidade de combustível entregue ao consumidor.
Como evitar prejuízos ao abastecer
Para evitar prejuízos, especialistas recomendam algumas medidas simples que aumentam a segurança na hora de abastecer.
Entre as orientações estão:
- Solicitar sempre a nota fiscal, com os dados do volume e do valor discriminados
- Observar se há lacres intactos nas bombas de combustível
- Registrar, sempre que possível, o visor da bomba no início e no fim do abastecimento
- Conferir se o valor por litro exibido na bomba corresponde ao valor anunciado
- Informar o CPF na nota para facilitar rastreamento da transação, caso necessário
- Denunciar à ANP qualquer suspeita de irregularidade
Essas atitudes fortalecem os mecanismos de controle e incentivam a regularização dos serviços prestados pelos postos.
Desconfiança sobre o valor da gasolina movimenta redes
A repercussão do vídeo reflete uma desconfiança generalizada da população quanto à transparência dos serviços em postos de combustíveis.
O tema é especialmente sensível por envolver um insumo essencial, cujo preço impacta diretamente no orçamento das famílias e na economia como um todo.
A gasolina, por exemplo, é um dos itens com maior peso nos índices de inflação e no custo do transporte de mercadorias.
A viralização do conteúdo também gerou debates técnicos.
Alguns internautas tentaram justificar a diferença de valores com base em fatores como temperatura ambiente, expansão térmica do combustível ou variações de pressão.
No entanto, especialistas descartam essas hipóteses como causas relevantes para a diferença observada no vídeo.
Segundo eles, o sistema de abastecimento é projetado para compensar variações ambientais dentro de uma margem de erro mínima.
O que pode explicar a diferença no valor da gasolina
Não há, até o momento, informações oficiais que comprovem fraude no posto mostrado no vídeo.
No entanto, a diferença entre os valores pagos pelo mesmo volume de combustível levanta dúvidas legítimas.
Se o posto segue as regras, o valor por litro deve ser idêntico em qualquer modalidade de abastecimento.
A variação de R$ 5,62 para a mesma quantidade de gasolina não encontra explicação plausível dentro dos parâmetros técnicos padrão.
Casos como esse reforçam a importância da fiscalização contínua e do envolvimento dos consumidores na denúncia de possíveis irregularidades.
A ANP mantém canais abertos para que qualquer cidadão possa relatar suspeitas de fraude ou comportamento irregular em estabelecimentos que comercializam combustíveis.
Você já comparou o valor final ao abastecer por litro e por valor? Já encontrou alguma diferença como essa em seu posto de confiança?