Com plano de alcançar 1 GWac de potência até 2025 e ampliar o seu papel na geração de energia solar, a EDP aposta em projeto de usina solar
A empresa EDP Brasil tornou público, na última semana, o investimento na usina Novo Oriente Solar e, conforme João Marques da Cruz, o presidente da companhia, pretende tornar viável mais uma usina solar ainda em 2022. A EDP, que está com vagas de emprego, possui uma meta de expansão em geração de energia solar, além de buscar atingir 1 GWac de potência situada em projetos fotovoltaicos até o ano de 2025.
Em entrevista ao site Broadcast Energia, o presidente Cruz ainda afirmou: “Novo Oriente é o segundo investimento que está sendo feito em solar de grande dimensão – o primeiro foi Monte Verde, no Nordeste, que foi anunciado em outubro – e estamos trabalhando para que neste ano haja um terceiro. Queremos que, para o ano (de 2023), haja mais dois, sempre com essa dimensão de trezentos e poucos megawatts-pico, que significa 250 MWac”.
A usina solar Novo Oriente será instalada em Ilha Solteira (SP) e deve começar a operar em 2024. Com capacidade de 254 MWac, o capital aplicado será de cerca de R$ 900 milhões, se levada em conta a despesa de R$ 3,5 milhões a R$ 3,8 milhões por MWac.
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A nova usina solar é um empreendimento conjunto entre duas empresas
O projeto da usina solar Novo Oriente consiste em uma associação entre a EDP Brasil e a EDP Renováveis, na qual cada companhia é responsável por 50% do empreendimento. Tal associação assegura, segundo o grupo, o conhecimento especializado e a economia de escala na construção alcançados pela empresa, além de possibilitar melhor comercialização da energia solar no mercado local.
Cruz afirmou, ainda, que a realização do plano de 1 GWac de energia solar pela EDP Brasil até o ano de 2025, tanto em usinas solares centralizadas quanto naquelas de geração distribuída, é a reação da empresa frente ao processo de transformação energética e às alterações no clima. O presidente da EDP explicou que a energia hídrica será substituída pela energia solar.
Quanto à comercialização, o presidente disse ter aberto mão de alguma rentabilidade para reduzir o risco do projeto, enquanto a tática da empresa é alcançar a taxa de 85% de energia contratada por um longo período e preservar somente 15% de exposição, sendo essa quantidade voltada à comercializadora do grupo. Além disso, ele salientou que a usina solar Novo Oriente já apresenta um contrato de compra e venda de energia de 120 MWac, o que tornou a iniciativa possível.
O modo de comercialização de energia solar praticado pela EDP visa uma “autoprodução remota” para as indústrias e empresas. Cruz defende que o período é propício para essa forma de transação. De acordo com ele, os clientes podem fazer negócios de até 15 anos, em que o custo da energia é freado a um preço constante e reparado pela inflação, havendo uma economia de até 15% comparada a projetos de geração distribuída. “Essa é uma forma eficiente de ter solar, por isso é viável ter contratação de longo prazo, porque temos capacidade de partilhar com cliente esse ganho, mesmo em face ao solar de geração distribuída”, disse ele ainda em entrevista ao Broadcast.
Presidente da EDP também exprime plano para usinas futuras
Neste momento, durante a instalação da usina solar em Ilha Solteira, a EDP já se mostra empenhada em viabilizar mais uma usina solar e tem o plano de, ainda este ano, divulgar o próximo projeto. A nova iniciativa, segundo Cruz, ainda não está definida: “Ainda não decidimos se o próximo será no Sudeste ou no Nordeste, temos pipeline para ambos, vai depender de capacidade de interconexão à rede e clientes”.
Além do mais, o presidente da EDP explicou que a instalação da usina solar Novo Oriente na região Sudeste, mais importante centro comercial do Brasil, tem a função de favorecer as transações e os negócios, tendo em vista que a maioria dos clientes estão situados em tal região e, assim, é excluído o risco de discrepância entre os valores da energia no Nordeste e no Sudeste.
Cruz destacou também que pretende usufruir do financiamento corporativo da EDP a fim de promover o desenvolvimento dos projetos: “A EDP Brasil é uma empresa pouco alavancada – no balanço de 31 de dezembro de 2021 nossa dívida, após pagamento de dividendos, era 2,6 vezes dívida líquida/Ebitda, isso é pouco, temos espaço para o nosso financiamento ao nível corporativo”, disse ao Broadcast Energia.
Ele ainda argumentou que a conjuntura desfavorável enfrentada pela cadeia de suprimentos da geração solar, graças à falta de estoque de insumos industriais e a problemas logísticos, já foi alterada. Ele associou o período de dificuldades ao valor do dólar, que atingiu o seu auge a R$ 5,60, o que causou grande tensão sobre as despesas dos projetos solares.
Por fim, adicionou que a EDP Renováveis assegura o fornecimento a todas as usinas e que as disposições para o suprimento já estão inclusas no projeto.