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É o fim do trilho sem brita? Lajes de concreto ganham espaço em túneis e áreas urbanas, China supera 40 mil km com ferrovia sobre concreto

Publicado em 30/07/2025 às 08:31
Trilho sem brita: o que a Europa e a Ásia já entenderam — e o Brasil ainda não aplicou
Trilho sem brita: o que a Europa e a Ásia já entenderam — e o Brasil ainda não aplicou
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Slab Track System se consolida como alternativa moderna, estável e duradoura para ferrovias de alta velocidade

A construção de trilhos sem brita está transformando a infraestrutura ferroviária global, com lajes de concreto substituindo o tradicional lastro de pedra. Conhecido como Slab Track System, esse modelo surgiu no Japão nos anos 1970 e se espalhou por Europa, China e outros países com redes de alta velocidade.

O sistema utiliza placas de concreto armado sobre bases rígidas, eliminando deslocamentos dos trilhos, reduzindo vibração e diminuindo drasticamente a necessidade de manutenção. Com mais de 40 mil quilômetros instalados apenas na China, o Slab Track se tornou padrão em túneis, viadutos e regiões urbanas.

Como funciona a construção de trilhos sem brita?

É o fim do trilho sem brita? Lajes de concreto ganham espaço em túneis e áreas urbanas, China supera 40 mil km com ferrovia sobre concreto

Diferente da via tradicional com brita, o Slab Track System emprega lajes de concreto moldadas no local ou pré-fabricadas. Essas lajes se apoiam em uma base cimentada, com uma camada elástica que garante absorção de impacto, estabilidade térmica e menor desgaste dos trilhos e rodas.

As placas costumam medir entre 2,3m a 6,5m de comprimento, com espessura média de 160 mm. Entre elas, são aplicadas juntas de dilatação para variações térmicas e drenagem. Em muitos casos, o sistema permite a instalação de cabos sob a via, otimizando espaço e acessibilidade.

Quais são os principais benefícios do Slab Track?

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Ignorar o Slab Track pode deixar países atrasados na corrida por trens mais rápidos e silenciosos

A construção de trilhos sem brita oferece manutenção quase nula por décadas. Isso reduz os custos operacionais ao longo da vida útil, que pode ultrapassar 60 anos. Outro ponto positivo é a alta precisão do alinhamento dos trilhos, ideal para trens que atingem velocidades superiores a 300 km/h.

Além disso, a ausência de pedras elimina o risco de “ballast flight”, quando pedras são arremessadas pelo fluxo de ar em trens velozes. Redução de ruído, menor vibração e estrutura mais estável tornam o modelo especialmente eficaz em áreas urbanas e túneis estreitos, onde há menos espaço para escavação.

Onde o Slab Track já é usado com sucesso?

O sistema foi implantado pela primeira vez no Japão, nas linhas Shinkansen, e se expandiu para a Alemanha, Áustria, China e Reino Unido. Destacam-se três grandes tecnologias:

Slab Track Austria (ÖBB–PORR): pré-moldado, com 782 km instalados na Europa até 2018.

FFB Bögl (Alemanha): lajes maiores com ajuste mecânico, exportado para a China e usado em linhas como Beijing–Shanghai.

CRTS (China): versão nacional com mais de 40 mil km de trilhos sem brita em operação até 2025.

Essas soluções são aplicadas em linhas de passageiros e também em redes urbanas e de carga pesada.

Quais são os desafios e perspectivas?

Apesar da longa durabilidade, o custo inicial do Slab Track é alto. Porém, o investimento compensa com menor manutenção e estabilidade superior. Problemas como trincas térmicas são mitigados com concretos expansivos e juntas elásticas.

A expectativa é de expansão acelerada na Ásia e Europa. Até 2025, quase metade do mercado global de novas vias férreas já adota trilhos sem brita. Pesquisas seguem para desenvolver materiais sustentáveis e sistemas de monitoramento remoto que previnam falhas estruturais.

Você acha que o Brasil deveria investir na construção de trilhos sem brita para melhorar a infraestrutura ferroviária?

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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