Indústria automobilística europeia enfrenta turbulências, mas Stellantis, dona da Fiat, parece imune – será que o futuro das rivais está ameaçado?
A crise que atinge gigantes do setor automobilístico na Europa tem colocado as empresas contra a parede, forçando-as a reverem suas estratégias e, em muitos casos, a cortarem drasticamente seus custos.
Enquanto a Volkswagen vê suas margens de lucro despencarem e se prepara para medidas radicais, uma outra grande montadora parece imune à tempestade: a Stellantis.
O grupo, que controla marcas como Fiat, Peugeot e Citroën, tomou decisões que evitam, pelo menos por enquanto, a necessidade de demissões e fechamento de fábricas.
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No entanto, o caminho tomado para evitar o colapso tem levantado questionamentos sobre o futuro do setor como um todo.
Durante uma cerimônia de inauguração de novos escritórios da Stellantis na Itália, o CEO do grupo, Carlos Tavares, fez declarações contundentes que deixaram a indústria em alerta.
Ele ressaltou que as escolhas impopulares feitas pela empresa no passado salvaram a Stellantis de um destino semelhante ao da Volkswagen.
Segundo Tavares, a crise que atinge a rival alemã não é apenas uma questão temporária, mas o resultado de anos de decisões mal planejadas e falta de visão estratégica.
Stellantis quer evitar o caos
De acordo com Carlos Tavares, a Stellantis tomou medidas preventivas para evitar o caos. “Fomos duramente criticados pelas nossas escolhas, mas sabíamos que, se não agíssemos, estaríamos na mesma situação que nossos concorrentes”, afirmou o CEO.
Essas decisões incluem cortes estratégicos em áreas menos lucrativas, ajustes na produção, e a priorização de modelos que se adequam às novas regulamentações ambientais, que Tavares fez questão de defender.
O aquecimento global e as novas regras de emissões na Europa têm colocado uma pressão extra sobre as montadoras.
Tavares se mostrou contrário ao adiamento da entrada em vigor dessas normas, argumentando que a Stellantis se preparou com antecedência, ao contrário de outras empresas que agora pedem mais tempo para se ajustar.
“Nossos carros estão prontos, nossas fábricas estão prontas, e nossas equipes estão prontas. Por que adiar algo tão necessário?”, questionou Tavares.
Ele foi enfático ao afirmar que o compromisso da Stellantis com o meio ambiente faz parte de sua estratégia de longo prazo, algo que as rivais, como a Volkswagen, negligenciaram.
Rival em crise
Em meio ao caos que assola a indústria, a Volkswagen enfrenta dificuldades sem precedentes. As vendas da marca alemã despencaram tanto na Europa quanto na China, o que forçou a empresa a rever drasticamente suas expectativas de lucro para 2024.
Para tentar reverter essa situação, um plano emergencial foi colocado em prática, com o objetivo de economizar cerca de 10 bilhões de euros.
Esse plano inclui o possível fechamento de fábricas na Alemanha, algo nunca visto antes na história da Volkswagen. Cerca de 15 mil funcionários poderão ser demitidos, como resultado de acordos trabalhistas que foram recentemente cancelados.
A situação da Volkswagen é emblemática do que pode acontecer com outras montadoras que não se adaptarem rapidamente às novas demandas do mercado e às exigências ambientais.
Tavares, por outro lado, afirmou que a dona da Fiat e outras marcas como Citroen e Jeep não precisará recorrer a medidas tão drásticas, pelo menos por enquanto. “Nossa prioridade é manter nossos funcionários e preservar nossas operações, mas estamos atentos às mudanças do mercado”, declarou o executivo.
Embora a Stellantis pareça estar navegando com tranquilidade pelas águas turbulentas que afetam seus concorrentes, o futuro ainda é incerto. “Não sabemos o que o futuro nos reserva, mas estamos preparados para qualquer eventualidade”, concluiu Tavares.
Com as mudanças climáticas e novas regulamentações ambientais pressionando as montadoras, será que a Volkswagen e outras gigantes conseguirão se adaptar a tempo ou veremos mais fábricas sendo fechadas e milhares de empregos sendo perdidos?