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Dona da Fiat nada de braçada no mercado brasileiro — mas patina em vendas globais mesmo sendo dona de marcas como Jeep, Peugeot e Fiat

Publicado em 24/08/2025 às 10:48
Fiat, Stellantis, Carros, Mercado, Vendas
Imagem ilustrativa: IA
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Stellantis reúne 14 marcas, domina o mercado brasileiro com 30,11% de participação em 2025 e mantém cinco fábricas no Mercosul

Antes, eram três grupos distintos: Fiat, Chrysler e PSA. Mas então todos decidiram se unir para formar um dos maiores conglomerados automotivos do planeta. Essa união deu origem à Stellantis, que hoje reúne nada menos que 14 marcas e ocupa uma posição de destaque no Brasil.

O mais importante é que o grupo não só se consolidou no cenário global, mas também se tornou líder absoluto em vendas no mercado brasileiro.

De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a Stellantis alcançou 30,11% de participação no País em 2025.

Grandes grupos sempre existiram em diversos setores. No entanto, no setor automotivo, a novidade foi a fusão de empresas de diferentes nacionalidades, com bandeiras variadas.

Essa estratégia, que mistura culturas industriais distintas, abriu caminho para novas formas de cooperação.

O peso dos conglomerados

Hoje, a maioria das montadoras do mundo faz parte de algum grupo automotivo. Mesmo marcas que parecem independentes estão dentro de estruturas maiores.

A Honda, por exemplo, também inclui a Acura, embora mantenha imagem de atuação isolada.

Mas diante de potências como Stellantis, Volkswagen, Toyota, General Motors e os conglomerados chineses BYD, GWM e Geely, a força de marcas independentes fica limitada.

Nas vendas globais, a Honda se mantém competitiva. Porém, os conglomerados conseguem ir além porque compartilham plataformas, fábricas e até peças, reduzindo custos e aumentando escala.

Portanto, é fácil entender porque até a Honda e a Nissan tentaram uma parceria. O objetivo era reforçar competitividade diante dos gigantes. Mas, nesse caso, o acordo acabou não avançando.

Stellantis no mundo

A Stellantis nasceu oficialmente em 2021, quando ocorreu a fusão entre FCA e PSA. Da FCA vieram Fiat e as marcas italianas, além das americanas da antiga Chrysler.

Do lado do grupo francês, entraram Peugeot, Citroën, a alemã Opel e a britânica Vauxhall, que antes faziam parte da General Motors.

Assim, a Stellantis reúne hoje as seguintes marcas: Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, RAM e Vauxhall. É uma lista extensa que cobre desde modelos populares até veículos de luxo.

A Ferrari, que no passado integrava a Fiat, não faz mais parte do conglomerado. Mas existe conexão acionária.

A família Agnelli, controladora da Exor, é a principal acionista da Ferrari e também da Stellantis. John Elkann, herdeiro do clã, preside o grupo automotivo.

Apesar da presença global, a Stellantis ocupa apenas a quinta posição no ranking mundial de grupos automotivos.

Fica atrás de Toyota, Volkswagen, Hyundai-Kia e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Em 2024, vendeu 6,5 milhões de veículos no mundo. Para comparar, a Toyota comercializou 10,8 milhões.

Nenhuma das marcas da Stellantis aparece entre as 15 maiores do planeta individualmente. Isso mostra que a força do grupo está na soma de suas marcas, não em uma líder isolada.

A relevância do Brasil

Se no mundo a Stellantis não está no topo, no Brasil a história é diferente. Aqui o grupo é imbatível. Em 2024, vendeu 734.005 veículos, entre automóveis e comerciais leves, segundo a Fenabrave.

Isso representa 11,3% das vendas globais da empresa. O Brasil é o maior mercado da Fiat e o segundo da Jeep. Além dessas duas, o grupo também atua no País com RAM, Peugeot, Citroën e Abarth.

A Fiat sozinha ultrapassou 500 mil unidades vendidas em 2024. A Jeep alcançou cerca de 120 mil. Peugeot e Citroën, que têm força maior na Europa, venderam aproximadamente 30 mil cada, volume parecido com o da RAM.

Todas essas marcas têm produção no Mercosul, o que reduz a necessidade de importações. Os modelos da RAM são os principais importados.

Fábricas da Stellantis

O conglomerado mantém cinco fábricas na região.

Em Betim (MG), a planta da Fiat é a maior e pode passar a fabricar modelos das marcas francesas. Porto Real (RJ), antiga PSA, hoje produz Citroën. Em Goiana (PE), a fábrica inaugurada pela FCA produz SUVs da Jeep, a Fiat Toro e, desde 2023, a RAM Rampage.

Na Argentina, El Palomar fabrica Peugeot, enquanto Córdoba produz Fiat, como o Cronos e a Titano. A partir de 2025, também montará modelos da RAM.

No Uruguai, em Montevidéu, a Stellantis participa da Nordex, que já produziu a Titano e hoje monta veículos comerciais de várias marcas.

Quem é quem no Brasil

Entre as marcas do grupo no País, a Citroën ocupa o posto de entrada, com modelos mais simples e preços acessíveis.

Fiat e Peugeot estão em patamares semelhantes, mas com perfis distintos. A Fiat busca volume, atuando em todos os segmentos, de carros populares como o Mobi até picapes robustas como a Titano.

A Peugeot aposta em design e em público que valoriza estilo, inclusive patrocinando eventos de decoração como a Casa Cor.

Já Jeep e RAM são posicionadas como marcas premium no Brasil. A Jeep foca SUVs, mas também vende a picape Gladiator.

Seus modelos trazem mais tecnologia e sofisticação. Em 2026, a marca deve lançar o Avenger, SUV compacto baseado em plataformas de Citroën e Peugeot, marcando entrada em segmento mais acessível.

A RAM ocupa o topo de linha. Suas picapes começam acima de R$ 200 mil, e a mais cara, a 3500, pode chegar a R$ 680 mil. A proposta é oferecer robustez com sofisticação, em um nicho que cresce no País.

Uma nova etapa

O crescimento da Stellantis no Brasil mostra como um conglomerado global pode se adaptar a diferentes mercados. A estratégia de unir marcas, compartilhar fábricas e diversificar portfólios garantiu liderança isolada no País.

Portanto, mesmo que globalmente o grupo fique atrás de Toyota ou Volkswagen, no Brasil a Stellantis segue como protagonista.

No próximo capítulo da série, a atenção será para a Volkswagen, a gigante que ocupa a segunda posição no mercado brasileiro e desafia a liderança da Stellantis.

Com informações de UOL.

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Romário Pereira de Carvalho

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