O payroll de agosto mostrou apenas 22 mil vagas e desemprego em 4,3% nos EUA. O dólar hoje recuou no Brasil para a casa de R$ 5,40, com queda dos Treasuries e do DXY, reforçando apostas de corte de juros pelo Fed neste mês.
O dólar à vista caiu para R$ 5,4059 por volta das 9h48 desta sexta-feira (05), enquanto o dólar futuro de primeiro vencimento recuava para R$ 5,4350 na B3. O movimento se intensificou logo após a divulgação dos números do mercado de trabalho dos EUA. Segundo apuração da Reuters, a moeda americana perdeu força globalmente após o dado fraco.
No exterior, o índice do dólar (DXY) recuou para a região de 97,5–98,0, refletindo menor prêmio do dólar ante as principais divisas. Esse enfraquecimento veio acompanhado de queda das taxas dos Treasuries, sinalizando reprecificação de juros nos EUA.
Para o investidor local, a combinação de dólar mais fraco lá fora e apetite por risco tende a favorecer moedas emergentes como o real, sobretudo em sessões guiadas por dados macro relevantes e por expectativas de política monetária nos EUA.
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O que veio no payroll dos EUA, 22 mil vagas e desemprego em 4,3%
O relatório oficial do Bureau of Labor Statistics (BLS) mostrou criação de 22 mil empregos em agosto e taxa de desemprego em 4,3%. Houve ganho em saúde, parcialmente compensado por perdas no setor público federal e em mineração e óleo e gás. Também houve revisões em meses anteriores, reforçando a leitura de desaceleração do mercado de trabalho.
O dado ficou bem abaixo da mediana das estimativas, que apontava cerca de 75 mil vagas. A surpresa negativa intensificou a leitura de atividade mais fraca e, por consequência, pressão menor sobre a inflação à frente.
Na prática, números como esses abrem espaço para que o Federal Reserve avalie cortes de juros, especialmente quando combinados a sinais de alívio em outras frentes.
Por que isso mexe no câmbio: DXY e Treasuries em queda
Com o payroll fraco, os juros dos Treasuries caíram de forma expressiva, com o título de 2 anos recuando para perto de 3,48% no início do dia. Juros mais baixos nos EUA tendem a enfraquecer o dólar, pressionando o DXY para baixo e favorecendo moedas de países emergentes.
Menor juro americano reduz o custo de oportunidade de carregar dólares e pode redirecionar fluxo para ativos de risco, incluindo câmbio, bolsas e commodities. Em paralelo, parte do mercado já discute probabilidade de corte de 25 pontos-base e até chance de 50 pontos-base na reunião de setembro.
Para o Brasil, quando o exterior empurra o dólar para baixo, a cotação do dólar local costuma acompanhar, a menos que fatores domésticos puxem na direção contrária.
Mercado precifica corte do Fed, efeitos no dólar hoje e no dólar futuro
Relatos do mercado indicam probabilidade elevada de corte do Fed em setembro, movimento que já vinha sendo precificado e que ganhou força com o dado de hoje. Com isso, dólar futuro e dólar à vista no Brasil ajustaram rapidamente para baixo logo após a divulgação.
Além do câmbio, as bolsas americanas oscilaram ao longo do pregão, e o recuo dos rendimentos reforçou a leitura de afrouxamento monetário mais próximo. A correlação entre juros, DXY e cotações do dólar no Brasil deve seguir no radar ao longo do dia.
Para quem acompanha dólar hoje e dólar futuro, os níveis em R$ 5,40–5,45 devem seguir como faixas de atenção intradiária, podendo ser revisitadas conforme saírem novas projeções para o CPI e discursos de dirigentes do Fed.
Brasil em foco: BC anuncia teto para Pix e TED em instituições não autorizadas
No front doméstico, o Banco Central anunciou medidas de reforço da segurança do Sistema Financeiro Nacional. Entre elas, um teto de R$ 15 mil por transferência para instituições de pagamento não autorizadas que operam via provedores de tecnologia (PSTI), além da antecipação do prazo para licenciamento dessas instituições para maio de 2026. O objetivo declarado é coibir o crime organizado e reduzir fraudes.
Segundo a Agência Brasil, os textos com exigências adicionais seriam publicados no DOU ainda nesta sexta-feira, com vigência escalonada. A autoridade monetária também detalhou que as mudanças não afetam diretamente os bancos autorizados nem alteram o uso do Pix pelo varejo em geral.
Embora esse pacote não seja o driver principal da queda do dólar hoje, ele tende a reduzir incerteza local, o que pode contribuir para uma percepção de risco doméstico um pouco mais favorável.
E você, acredita que a queda do dólar após o payroll fraco nos EUA é apenas um alívio momentâneo ou o começo de uma tendência com possível corte de juros do Fed já em setembro? Isso muda algo nas suas decisões do dia a dia. você espera dólar abaixo de R$ 5,40 ou teme uma reversão? Deixe sua opinião nos comentários.