Dólar cai 13% em 2025 e reacende debate sobre o melhor momento para comprar e investir. Entenda o impacto dos juros na economia.
Dólar em queda: o que está por trás da desvalorização frente ao real
O dólar segue em forte queda frente ao real em 2025. A moeda americana, que encerrou 2024 próxima de R$ 6,20, caiu para R$ 5,33, acumulando desvalorização de 13,6% no ano.
O movimento reflete as mudanças na economia global e a diferença crescente entre as taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos.
A dúvida que agora domina o mercado e os investidores é simples, mas estratégica: será que é o momento certo para comprar dólar ou vale esperar mais?
-
Brasil está sendo invadido silenciosamente e não é pela China: terras vão parar nas mãos de estrangeiros de 4 países, alertam especialistas
-
Ruas vazias, vitrines fechadas e menos clientes: o Brasil assiste ao colapso das lojas de rua diante do avanço das compras online
-
EUA oferecem até R$ 13 mil para adolescentes imigrantes voltarem sozinhos aos seus países, em programa que divide especialistas e causa indignação
-
Taesa cresce em lucros e dividendos e se destaca como investimento sólido no setor de energia
A resposta, segundo especialistas, depende de fatores econômicos complexos e de como cada pessoa lida com risco e planejamento financeiro.
Por que o dólar caiu tanto: o papel dos juros e da confiança na economia
A valorização do real está diretamente ligada à diferença entre as taxas de juros dos dois países. No Brasil, a Selic segue em 15% ao ano, uma das mais altas do mundo.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, os juros permanecem entre 4% e 4,25%, o que torna o Brasil mais atrativo para investidores estrangeiros que buscam rendimentos maiores.
Essa dinâmica, conhecida como “carry trade”, ocorre quando investidores tomam empréstimos em países com juros baixos e aplicam o dinheiro onde a remuneração é mais alta.
Dessa forma, com o Brasil oferecendo retornos elevados em renda fixa, o fluxo de capital estrangeiro aumentou, fortalecendo o real e, consequentemente, pressionando a queda do dólar.
Além disso, a redução das preocupações fiscais e a percepção de maior estabilidade política também contribuíram para melhorar o ambiente de investimentos, reforçando o movimento de valorização da moeda brasileira.
Cenário global pede cautela nas compras de dólar
Apesar do alívio para quem acompanha o câmbio, analistas alertam que a queda do dólar não deve ser interpretada como uma tendência permanente.
Segundo Cássio Segura, diretor de operações internacionais do Inter, ainda há um elevado grau de incerteza global, o que pode afetar diretamente o comportamento da moeda.
“O câmbio ainda depende de variáveis econômicas internas e externas que não são fáceis de prever devido ao momento de incerteza no cenário global”, explicou o executivo.
Por isso, mesmo com a atual desvalorização, especialistas recomendam cautela antes de realizar compras expressivas de dólar.
Movimentos bruscos nos mercados internacionais, crises geopolíticas ou novas decisões de juros nos EUA podem alterar rapidamente o cenário.
Diversificar é mais importante do que acertar o momento
Mesmo com a queda expressiva da moeda americana, investir em dólar continua sendo uma estratégia válida de diversificação.
Segundo Segura, aplicar parte do patrimônio em ativos atrelados ao dólar é uma forma de proteger o poder de compra e reduzir riscos em momentos de instabilidade.
“Diversificar nossos investimentos em moeda estrangeira é saudável e atemporal, independe do momento e do preço do dólar”, afirmou o especialista.
Ele reforça que o segredo está em planejar com disciplina e visão de longo prazo, sem tentar “acertar o timing” do mercado.
“Investidores que buscam acertar o momento de entrada normalmente têm maior dificuldade de acerto e retornos inferiores”, completou.
Assim, o ideal é que o dólar seja encarado não como uma aposta de curto prazo, mas como parte de uma estratégia equilibrada de portfólio, que inclua renda fixa, ações e outros ativos.
O que esperar da economia e do câmbio nos próximos meses
A trajetória do dólar ainda depende da economia global e das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Se a Selic continuar alta e o Federal Reserve mantiver os juros estáveis, o real pode seguir forte. Isso beneficia quem quer comprar ou investir no exterior.
Mas qualquer sinal de instabilidade fiscal ou política pode mudar o cenário. Uma desaceleração global também pode fortalecer o dólar.
Por isso, especialistas dizem que o melhor momento para comprar dólar é com planejamento, e não na euforia.
A queda atual da moeda oferece boas oportunidades, mas cada decisão deve considerar o perfil de risco e os objetivos do investidor.