Satélite europeu flagra navios que transportavam gás natural no Mediterrâneo: GNL russo em destaque
Dois navios que transportavam gás natural foram capturados por um satélite europeu no Mediterrâneo, e o motivo por trás disso é o GNL russo. Um desses navios, o Pioneer, entrou na lista negra dos Estados Unidos na última sexta-feira, levantando suspeitas sobre as manobras russas para driblar sanções internacionais.
Uma imagem reveladora do satélite Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia, mostra dois navios próximos um do outro, a cerca de 30 km ao nordeste de Port Said, no Egito, na entrada do Canal de Suez. A imagem sugere que a Rússia está em pleno desenvolvimento de uma frota de navios-tanque especializados em GNL.
A operação dos navios que transportavam gás natural
De acordo com investigações da TankerTrackers.com, os dois navios que transportavam gás natural são o Pioneer, já sob sanção dos EUA, e o New Energy, que ainda não sofreu sanções. O Pioneer, supostamente, está transferindo gás natural russo para o New Energy, uma manobra estratégica para evitar as rígidas restrições de exportação impostas ao país.
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Antes de ser transportado, o gás natural é resfriado e armazenado em estado líquido, transformando-se em gás natural liquefeito (GNL). Esses navios que transportam GNL são verdadeiras maravilhas tecnológicas, projetadas para manter o hidrocarboneto a uma temperatura de -160 graus Celsius.
A transferência de combustível entre navios, conhecida como STS (transferência de navio para navio), é uma operação altamente técnica e de grande risco, especialmente quando se trata de GNL. Isso torna a presença desses navios no Mediterrâneo uma raridade ainda maior.
Frota fantasma
O Pioneer, agora sancionado pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) dos EUA, é um dos primeiros navios a transportar gás natural da nova usina Arctic LNG 2, localizada no oeste da Sibéria. O navio é operado pela Ocean Speedstar Solutions, uma empresa indiana. Por outro lado, o New Energy, que desde junho é operado pela Plio Energy Cargo Shipping, levanta suspeitas de fazer parte de uma “frota fantasma”, como informado pela Bloomberg.
A suspeita é que Moscou esteja montando uma frota de navios-tanque para contornar as sanções americanas, uma estratégia similar à que já utiliza para o transporte de petróleo bruto e derivados. Quando a transferência do Pioneer para o New Energy for concluída, é provável que o New Energy siga pelo Canal de Suez em direção à Ásia, onde encontrará compradores dispostos a adquirir o gás russo.
Rastreamento desses navios
O rastreamento desses navios que transportavam gás natural não será tarefa fácil. Navios-tanque de energia, como esses, frequentemente ocultam suas localizações ao desligar ou adulterar seus sistemas de identificação automática, dificultando o monitoramento por parte das autoridades internacionais.
Essa situação no Mediterrâneo é um reflexo claro da complexa rede de estratégias que a Rússia tem utilizado para manter seu fluxo de exportação de recursos naturais, mesmo diante de severas sanções internacionais. O uso de satélites, como o Sentinel-2, tem sido essencial para flagrar esses movimentos, trazendo à tona a engenhosidade – e a persistência – russa em manter sua presença no mercado global de energia.