A disputa entre EUA e China se intensifica e chega à indústria farmacêutica, com empresas rompendo parcerias estratégicas. Esse conflito pode impactar diretamente os consumidores, levando a um aumento nos preços dos medicamentos e afetando a cadeia global de suprimentos.
Disputa entre EUA e China: Empresas da indústria farmacêutica e de biotecnologia dos EUA passaram a contar com parceiros chineses para produção, pesquisa e ingredientes. Agora, com o aumento das tensões geopolíticas, algumas delas estão procurando alternativas, gerando alta nos preços de medicamentos dos EUA e China.
Entenda a disputa dos EUA e China na indústria farmacêutica
Desde as grandes empresas da indústria farmacêutica, como a AstraZeneca, até as pequenas de biotecnologia, como a Amicus Therapeutics, de Nova Jersey, que está procurando uma parceria não chinesa para o fornecimento de matéria-prima para seu tratamento de doenças raras, as empresas dizem que é hora de reduzir o risco China
Autoridades do setor afirmam que, uma consequência da disputa dos EUA e China, é a demora no lançamento de medicamentos e a alta nos preços de medicamentos nos EUA, porque a mudança exige tempo e dinheiro.
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Basicamente sem o conhecimento de pacientes americanos, empresas dos EUA e europeias muitas vezes dependem da China para serviços químicos e ingredientes farmacêuticos básicos, e é por isso que as disputas dos EUA e China sobre questões comerciais e militares nos últimos anos abalaram a indústria. Os executivos afirmam que o custo do trabalho chinês de alto nível é tipicamente menor do que no Ocidente.
Segundo Nello Mainolfi, CEO da Kymera Therapeutics, agora, as empresas estão fazendo escolhas com foco em reduzir os riscos de depender de um único país, mesmo que isso traga altas nos preços de medicamentos. Sua empresa, com sede em Massachusetts, que está desenvolvendo medicamentos contra o câncer e males do sistema imunológico, depende de empresas chinesas para a produção e fabricação, contudo, começou a fazer mais desse trabalho na Europa, na Índia e nos EUA.
Nova lei para a indústria farmacêutica dos EUA e China
Um incentivo, que pode impactar a alta nos preços de medicamentos, é a Lei de Biossegurança, que foi aprovada na Câmara em setembro com apoio bipartidário esmagador. A legislação impede as empresas que recebem fundos ou contratos do governo de fazer negócios com uma lista de empresas chinesas preocupantes.
Os maiores nomes da lista são a WuXi AppTec e a WuXi Biologics, duas empresas chinesas afiliadas às quais milhares de clientes em todo o mundo recorreram para pesquisa e fabricação.
A WuXi AppTec afirmou em maio que a inclusão de seu nome no projeto de lei é “uma designação preventiva e injustificada, sem o devido processo”.
Tanto ela quanto a WuXi Biologics afirmaram não representar risco de segurança para os EUA ou qualquer outro país. As perspectivas para a Lei de Biossegurança no Senado são incertas este ano, e a versão atual dá às empresas até 2032 para cortar os laços com as chinesas.
EUA e China ainda podem manter relações
Mesmo com a possível alta nos preços de medicamentos, as mudanças não significam um rompimento total dos laços industriais entre a China e o Ocidente. As farmacêuticas americanas e europeias ainda querem vender seus produtos na China, o segundo maior mercado de medicamentos depois dos EUA e um país com uma população que envelhece rapidamente.
As empresas chinesas de biotecnologia assinaram bilhões de dólares em acordos de licenciamento que buscam levar medicamentos locais para o mundo.
O maior impacto está nas cadeias de suprimentos de medicamentos. Um exemplo de uma empresa americana que cortou seus laços com a China é a Vir Biotechnology, com sede em San Francisco, que desenvolve tratamentos antivirais e contra o câncer.