Mais de 48 milhões de brasileiros têm dinheiro esquecido em bancos e instituições, somando R$ 10,4 bilhões, segundo o BC.
Mais de 48 milhões de brasileiros ainda têm dinheiro esquecido em instituições financeiras, segundo o Banco Central (BC). O levantamento, divulgado nesta terça-feira (07/10/2025), aponta que o valor total ultrapassa R$ 10,4 bilhões.
Os dados fazem parte do Sistema de Valores a Receber (SVR), uma plataforma criada para que pessoas físicas e jurídicas consultem recursos “esquecidos” em bancos, consórcios e cooperativas.
O BC explica que R$ 8,08 bilhões pertencem a pessoas físicas e R$ 2,37 bilhões a empresas. A maior parte dos valores — 64,4% — é de pequenos montantes, de até R$ 10.
-
Isenção de R$ 5.000 por mês no IR muda o jogo para MEI? Veja por que só vale em 2026 e como lucros até R$ 600 mil seguem isentos com contabilidade
-
Presidente do STF diz que Judiciário apoia reforma administrativa, mas alerta: cortar garantias pode ferir a independência dos juízes e dos cidadãos
-
Ouro rompe 4 mil dólares e bitcoin passa de 125 mil: os dois ativos que desafiam o dólar e batem recordes históricos em 2025
-
Novo modelo da poupança pode destravar R$ 20 bilhões no crédito imobiliário já neste ano, mudando o jogo para bancos e compradores de casa própria
Já os valores acima de R$ 1.000 representam apenas 1,8% do total.
A concentração desses recursos também chama atenção: bancos concentram mais de R$ 5,9 bilhões, enquanto administradoras de consórcios somam quase R$ 3 bilhões e cooperativas pouco mais de R$ 846 mil.
Sistema de Valores a Receber (SVR): o que é e como funciona
O SVR foi lançado pelo Banco Central do Brasil em 2022 como uma ferramenta digital para facilitar o acesso de cidadãos e empresas a valores esquecidos em instituições financeiras.
Com ele, qualquer pessoa pode consultar se tem dinheiro parado em contas inativas, tarifas cobradas indevidamente, cotas de consórcio encerradas ou valores não procurados em cooperativas de crédito.
O processo é totalmente gratuito e pode ser feito de forma online.
Em 2024, o BC adicionou uma nova função ao sistema: a solicitação automática de valores, que promete agilizar o recebimento dos recursos esquecidos.
Pix e devolução automática: mais rapidez para receber o dinheiro
Com a nova funcionalidade do SVR, o Pix passou a ser o principal meio de devolução do dinheiro esquecido.
O BC explicou que, agora, quem tiver chave Pix vinculada ao CPF poderá habilitar o recebimento automático — sem precisar acessar o site com frequência.
Assim, quando houver valores disponíveis, o depósito será feito diretamente na conta do cidadão, sem necessidade de novos pedidos ou notificações.
Contudo, essa automação vale apenas para pessoas físicas. Empresas ainda precisam realizar o processo de forma manual, assim como casos em que o valor vem de contas conjuntas ou instituições que não aderiram ao termo de devolução via Pix.
Passo a passo: como habilitar a solicitação automática do SVR
Para aderir à devolução automática de valores esquecidos no SVR, é preciso seguir alguns passos simples:
- Acesse o site gov.br;
- Faça login com CPF e senha;
- Consulte o SVR informando CPF e data de nascimento;
- Se houver valores disponíveis, selecione a opção de vincular via Pix;
- Habilite a função para recebimento automático.
O BC destaca que a adesão é opcional e requer uma conta gov.br com selo prata ou ouro e verificação em duas etapas ativada — medidas de segurança que garantem a autenticidade e proteção dos dados.
Pequenos valores dominam o sistema, mas o total impressiona
Apesar de a maioria dos brasileiros ter valores baixos a receber, o montante total chama a atenção.
Segundo o Banco Central, a soma de R$ 10,4 bilhões continua crescendo mês a mês, o que indica que muitos cidadãos ainda não sabem que têm dinheiro esquecido.
O próprio BC reforça que mesmo valores pequenos podem ser recuperados e recomenda que a população acesse periodicamente o sistema.
Além disso, os recursos “esquecidos” pertencem aos titulares e não expiram, podendo ser resgatados a qualquer momento.
O impacto do SVR e o incentivo à educação financeira no Brasil
Desde que entrou em operação, o SVR tem desempenhado um papel importante na educação financeira dos brasileiros.
Ao facilitar o acesso a informações sobre contas antigas e valores inativos, o sistema ajuda o cidadão a entender melhor a movimentação do seu dinheiro.
Por outro lado, o Pix consolidou-se como uma ferramenta fundamental nesse processo, oferecendo rapidez, segurança e praticidade para milhões de pessoas.
Com mais de 48 milhões de brasileiros com valores a receber, o Banco Central reforça a importância de consultar regularmente o SVR e, quando possível, ativar a devolução automática para não deixar dinheiro parado.