Chinês (Simplificado) 
Chinês (Tradicional) 
Inglês 
Francês 
Alemão 
Italiano 
Japonês 
Norueguês 
Espanhol 
5 min de leitura
0 comentários
O desembolso rural do primeiro bimestre do Plano Safra 2025/2026 já movimenta bilhões em crédito agrícola. Entenda como funcionam o financiamento rural, os recursos controlados e a Cédula de Produto Rural
O desembolso rural é o que mostra, na prática, quanto do dinheiro anunciado pelo governo realmente chega ao campo para apoiar os produtores.
Quando se fala em Plano Safra 2025/2026, estamos falando de um volume enorme de recursos que precisa ser bem entendido por quem acompanha a agricultura brasileira.
Segundo uma matéria publicada no portal do MAPA, nos dois primeiros meses dessa nova safra, o crédito já começou a girar entre custeio, investimento, industrialização e comercialização.
-
Setor produtivo pede mais subvenção do seguro rural no Brasil para enfrentar mudanças climáticas, crédito agrícola limitado e riscos crescentes no campo
-
Morar com os pais pode sair caro: Receita Federal usará IA para notificar quem não declara contrato
-
China faz jogada de mestre contra os EUA, aposta tudo no Brasil e revela commodity bilionária como carta na manga nas negociações
-
Ouro urbano brasileiro vira alvo de empresa que aposta R$ 1,9 bilhão em aterro que trata 10 mil toneladas por dia e transforma lixo em energia limpa
A movimentação inicial ajuda a entender como o dinheiro circula e em que ritmo isso acontece.
Mesmo que os números pareçam técnicos à primeira vista, eles revelam como o agricultor pode acessar linhas de financiamento para manter sua produção em andamento.
Os recursos são divididos em diferentes tipos, com regras claras sobre quem pode usar e como podem ser aplicados. Essa dinâmica afeta tanto pequenos quanto grandes produtores e influencia diretamente o futuro da produção de alimentos no país.
A seguir, você vai descobrir o que foi liberado até agora, como esse crédito está estruturado e por que cada detalhe importa no bolso de quem vive do campo.
Crédito agrícola: números do primeiro bimestre da safra
O desembolso rural nos meses de julho e agosto de 2025 alcançou R$ 81,11 bilhões.
Esse total foi dividido em várias frentes: R$ 33,72 bilhões foram para custeio, R$ 4,48 bilhões para investimento, R$ 4,36 bilhões para comercialização, R$ 5,36 bilhões para industrialização e R$ 33,19 bilhões para operações ligadas à Cédula de Produto Rural (CPR).
Quando se adiciona o montante que já foi contratado, mas ainda não liberado, o valor pode chegar a R$ 99,08 bilhões. Esse número está muito próximo dos R$ 100,81 bilhões movimentados no mesmo período da safra anterior, indicando uma redução pequena, de 1,75%.
Apesar de parecer apenas uma questão de valores, esse dado mostra como o desembolso rural não depende só da liberação imediata.
Há um prazo de até 360 dias para que os recursos cheguem ao produtor. Ou seja, o resultado do bimestre inicial é um retrato parcial, mas importante para entender a dinâmica do crédito agrícola.
Financiamento rural: recursos controlados e suas regras
O desembolso rural também precisa ser entendido a partir da origem dos recursos. Dentro do Plano Safra 2025/2026, do total de R$ 516 bilhões anunciados, R$ 174,6 bilhões são classificados como recursos controlados.
Eles representam 34% do total e contam com taxas de juros fixas, que são definidas previamente. Esses valores vêm de diferentes fontes, como os recursos obrigatórios dos depósitos à vista (MCR 6-2), os Fundos Constitucionais de Financiamento (FCO, FNO e FNE), o Funcafé e os recursos equalizados.
No caso dos equalizados, o Tesouro Nacional cobre a diferença entre o custo da fonte e a taxa final de juros paga pelo produtor.
A programação de recursos equalizados para médios e grandes produtores é de R$ 113,8 bilhões. Desse montante, R$ 64,25 bilhões são para custeio e R$ 49,53 bilhões para investimento.
Para viabilizar essa equalização, o governo reservou R$ 3,9 bilhões em subvenção. Esse mecanismo garante que o financiamento rural chegue ao campo em condições mais competitivas.
Recursos controlados e livres: diferenças que impactam o produtor
O desembolso rural também se divide entre recursos controlados e livres. Os livres podem ser direcionados ou não direcionados. Os direcionados precisam obrigatoriamente ser aplicados em crédito rural, mas as taxas são definidas pelo mercado.
Já os não direcionados funcionam de forma mais parecida com o crédito comum dos bancos, sem obrigação de aplicação específica.
No Plano Safra 2025/2026, os recursos livres direcionados somam R$ 300 bilhões. Já os livres sem direcionamento chegam a R$ 27 bilhões, o que equivale a apenas 8% do total.
Como os direcionados têm regra normativa de aplicação, eles costumam ter encargos menores em comparação aos livres sem vinculação.
Esse detalhe é importante porque mostra que o desembolso rural depende não só da procura por crédito, mas também da forma como os bancos aplicam os recursos.
Caso não cumpram as exigências, as instituições financeiras podem sofrer cobrança de custo por deficiência no cumprimento das regras do Manual de Crédito Rural.
Cédula de Produto Rural: presença marcante no desembolso
O desembolso rural também é fortemente influenciado pelas operações com Cédula de Produto Rural. O planejamento para financiamentos via CPR no ciclo atual soma R$ 188,53 bilhões.
Desse valor, R$ 179,43 bilhões correspondem à aquisição de CPRs usadas para cumprir as exigências das LCAs, enquanto R$ 9,1 bilhões estão ligados às exigências da poupança rural.
A CPR é uma ferramenta que garante mais agilidade ao crédito agrícola, já que pode ser emitida pelo produtor e adquirida por instituições financeiras. Com isso, o dinheiro circula de forma mais ampla e permite que diferentes perfis de produtores consigam acessar financiamento rural.
No bimestre inicial da safra 2025/2026, as emissões de CPR somaram R$ 33,19 bilhões, mostrando sua relevância dentro do desembolso rural. Essa participação demonstra como o instrumento se consolidou como parte essencial do crédito rural brasileiro.
O desembolso rural do Plano Safra 2025/2026 ainda está em fase inicial, mas os números mostram que os recursos estão sendo liberados de forma consistente.
O sistema conta hoje com a participação de 25 instituições financeiras, incluindo o BNDES, que atua junto às demais e amplia as chances de contratação em programas de forte demanda, como Moderfrota, Proirriga, Renovagro, Inovagro e PCA.
Essa estrutura garante maior distribuição do crédito e reforça o papel do desembolso rural como um pilar para manter a agricultura brasileira em movimento.
Seja o primeiro a reagir!