Na tentativa de fortalecer o dólar, os EUA consideram usar o Bitcoin como reserva de valor. Entenda a proposta do “ouro digital” e os desafios que cercam essa estratégia ambiciosa.
Nos últimos anos, o Bitcoin tem conquistado cada vez mais atenção, saindo do nicho dos entusiastas de tecnologia para ganhar espaço nas discussões financeiras e até políticas. Apelidada de “ouro digital”, a criptomoeda é vista por alguns como uma possível ferramenta para fortalecer economias, incluindo a dos EUA, um país onde o debate sobre o futuro do dólar e a estabilidade econômica está sempre em evidência.
Uma das ideias mais ousadas que surgiu nesse contexto é a proposta de o governo americano criar uma reserva estratégica de Bitcoin como forma de impulsionar a força do dólar. Mas será que essa ideia faz sentido? A resposta, como veremos, não é tão simples — e pode ser mais problemática do que parece! Recentemente, um artigo publicado pelo Cato Institute jogou luz sobre essa questão, continue lendo para entender tudo sobre o uso do novo “ouro digital” como reserva de valor.
Bitcoin como o novo “ouro digital”? Nem tanto!
A comparação do Bitcoin com o ouro não é de hoje. Afinal, ambos são vistos como ativos de valor, algo para ser usado como proteção em tempos de incerteza econômica. Mas tem uma grande diferença entre os dois: o ouro é uma reserva de valor estável e amplamente aceita, enquanto o Bitcoin é extremamente volátil. Quem já investiu na criptomoeda sabe que o preço pode subir ou despencar em questão de horas.
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E isso é um grande problema quando a ideia é usar o Bitcoin como base para fortalecer o dólar. O autor George Selgin, do Instituto Cato, argumenta que essa estratégia simplesmente não funciona. O motivo? A volatilidade do Bitcoin torna ele um ativo muito instável para servir como alicerce de algo tão importante quanto uma moeda nacional.
A proposta do “estoque estratégico de Bitcoin”
Entre os defensores dessa ideia, está ninguém menos que Donald Trump. O ex-presidente sugeriu que os EUA aproveitassem os Bitcoins já em posse do governo — a maioria obtida em operações legais — para criar um “Estoque Nacional Estratégico de Bitcoin”. A ideia seria que esse estoque funcionasse como uma espécie de backup financeiro, uma proteção para a economia americana.
À primeira vista, pode até soar interessante. Afinal, o Bitcoin é limitado (apenas 21 milhões podem ser minerados), e isso poderia ser visto como uma vantagem em comparação ao dólar, que pode ser impresso pelo governo conforme a necessidade. Mas, na prática, essa visão ignora os problemas reais do Bitcoin, como sua falta de aceitação universal e a alta instabilidade de preço.
O dólar já domina — sem ajuda do Bitcoin
Uma coisa esquecida ao longo desse debate é que o dólar já é a moeda dominante no sistema financeiro global. Ele é usado em transações internacionais, reservas cambiais e como referência para preços de commodities, como petróleo. Essa posição não veio do nada: é resultado de décadas de confiança internacional e da força econômica dos EUA. Para Selgin, o Bitcoin não teria como contribuir para reforçar essa posição. Pelo contrário, apostar em um ativo tão volátil poderia até minar a confiança no sistema financeiro americano.
Isso não quer dizer que o Bitcoin seja ruim. Ele tem seu papel no mercado, principalmente como uma alternativa para quem busca diversificar investimentos ou fugir de sistemas financeiros centralizados. Mas transformá-lo na base de uma reserva estratégica nos EUA, ou em qualquer outro país, parece ser mais um sonho do que uma solução prática.
O conceito de “ouro digital” pode até ser atraente, mas ainda está longe de se tornar realidade. Diferentemente do ouro, que tem séculos de aceitação e estabilidade, o Bitcoin ainda está em sua infância, tanto em termos de adoção quanto de regulamentação. Além disso, ele enfrenta críticas por conta do impacto ambiental e da falta de segurança em algumas plataformas de negociação.
O dólar realmente precisa do “ouro digital”?
A ideia de usar Bitcoin para salvar ou fortalecer o dólar nos EUA é, no mínimo, polêmica. Como Selgin destaca, o dólar já é forte o suficiente graças à confiança global e à estabilidade econômica americana. Apostar em um ativo tão volátil quanto o Bitcoin poderia, na verdade, trazer mais problemas do que soluções.
No fim das contas, o Bitcoin pode até continuar sendo o queridinho de muitos investidores e entusiastas de tecnologia. Mas, pelo menos por enquanto, ele ainda está longe de ser o “ouro digital” que vai mudar as regras do jogo econômico mundial.
E você, o que acha? Será que o Bitcoin pode, um dia, chegar ao nível do ouro como reserva de valor? Ou essa ideia de “ouro digital” é apenas mais um exagero no mundo das criptomoedas? Deixe sua opinião nos comentários queremos saber o que você pensa!
Este artigo foi elaborado com base no texto publicado pelo Cato Institute, escrito por George Selgin, e não reflete necessariamente a opinião do autor. A matéria completa pode ser acessada diretamente no site do Cato Institute.