Entenda a pesquisa do Centro de Terapia Celular da USP que acabau de fazer uma descoberta que promete revolucionar o tratamento contra câncer.
Uma luz se acende na luta contra o câncer, especialmente os que afetam o sangue.
Através de uma inovadora pesquisa, o estudo identifica proteínas-chave que podem otimizar a eficácia da imunoterapia baseada em células CAR-T, um método promissor que ainda busca maior assertividade. A revelação dessas 14 proteínas abre um novo caminho para terapias mais precisas e eficazes.
A pesquisa da USP: identifica proteínas-chave para a imunoterapia CAR-T
A pesquisa conduzida por John Oluwafemi Teibo, doutorando da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), sob a orientação do professor Vitor Faça, representa um avanço monumental no entendimento molecular da terapia CAR-T.
-
Anatel libera a chegada do celular mais popular da Samsung no mundo, que estreia no Brasil com upgrades importantes
-
POCO M7 Plus 5G chega com chip Snapdragon 6s, taxa de 144 Hz e brilho de 700 nits, bateria gigante de 7.000 mAh e promete balançar o mercado de intermediários por apenas R$ 924
-
Xiaomi quer acabar com fotos ruins: novo sensor OV50X de 110 dB promete captar detalhes em luz e sombra com qualidade de cinema no Xiaomi 16
-
Moscas incomodam, mas essa já ganhou 6 prêmios Nobel. Entenda mais
Publicado no renomado Journal of Proteome Research, o estudo da USP identifica proteínas-chave que atuam nos bastidores da imunoterapia, influenciando diretamente a resposta do paciente.
A terapia com células CAR-T (Chimeric Antigen Receptor T-cell) é uma das fronteiras mais promissoras no tratamento contra câncer, especialmente para leucemias e linfomas que afetam o sangue.
Nela, as células de defesa do próprio paciente (linfócitos T) são coletadas, modificadas em laboratório para reconhecer e atacar as células cancerosas, e então reinfundidas no corpo.
Apesar de seus resultados impactantes em muitos casos, a eficácia da terapia CAR-T ainda varia entre os pacientes, e os mecanismos moleculares completos por trás de seu sucesso ou falha não eram totalmente compreendidos.
É exatamente essa lacuna que a pesquisa da USP se propôs a preencher, utilizando abordagens de ponta em proteômica e espectrometria de massas.
Proteínas-chave: novos alvos para o tratamento contra câncer no sangue
A equipe da USP analisou meticulosamente os processos biológicos durante a terapia CAR-T e conseguiu identificar 14 proteínas-chave que podem ser alvos terapêuticos.
A compreensão do papel dessas moléculas abre um leque de possibilidades para aprimorar o tratamento contra câncer no sangue, tornando a imunoterapia mais eficaz e previsível.
As proteínas identificadas foram classificadas em quatro categorias principais, cada uma com sua função específica no complexo cenário da resposta imune e da interação com as células tumorais:
- Citocinas: Moléculas que atuam como mensageiras entre as células, coordenando a resposta imune. Exemplos encontrados incluem o interferon gama e a CCL3, que são cruciais na comunicação e ativação das células de defesa.
- Quinases: Enzimas que desempenham um papel vital na sinalização celular, controlando diversos processos, incluindo o crescimento e a diferenciação celular. A pesquisa apontou para quinases como LCK, ITK, JAK2 e B-Raf, que podem ser manipuladas para potencializar a ação das células CAR-T.
- Receptores: Proteínas localizadas na superfície das células que recebem sinais do ambiente. A identificação de receptores como CD80 e CD20 pode guiar o desenvolvimento de novas abordagens para direcionar as células CAR-T ao câncer.
- Proteases e mensageiros químicos: Enzimas que quebram outras proteínas e substâncias que transmitem informações entre as células. Destaques como a Granzyme B e o TNF-α são essenciais na destruição das células cancerosas e na resposta inflamatória.
Aprofundar o conhecimento sobre essas moléculas por meio da proteômica, que estuda o conjunto de proteínas em um organismo, e os avanços na espectrometria de massas, que permite identificar e quantificar essas proteínas, é um passo gigantesco.
Essa compreensão detalhada permitirá aos cientistas ir além de biomarcadores substitutos, como interferon gama e IL-2, que são atualmente utilizados, mas não oferecem uma visão completa da complexidade da resposta à terapia.
O futuro da pesquisa e o impacto no tratamento do câncer
A descoberta da USP tem um potencial transformador para o tratamento contra câncer. Ao identificar proteínas-chave, os pesquisadores abrem portas para o desenvolvimento de:
- Terapias combinadas: A combinação da imunoterapia CAR-T com medicamentos que modulam a atividade dessas proteínas pode aumentar a taxa de sucesso do tratamento.
- Biomarcadores mais precisos: As proteínas podem servir como biomarcadores mais assertivos para prever quais pacientes responderão melhor à terapia CAR-T, evitando tratamentos desnecessários ou ineficazes.
- Novas estratégias de engenharia celular: Com o conhecimento sobre essas proteínas, é possível projetar células CAR-T ainda mais eficazes e com menos efeitos colaterais.
O câncer é uma doença complexa, e cada nova pesquisa que desvenda seus mecanismos é um passo crucial na busca por uma cura.
O trabalho da USP reforça a excelência da ciência brasileira e seu papel fundamental no avanço da medicina global, oferecendo esperança real para pacientes que lutam contra o câncer no sangue e pavimentando o caminho para um futuro com tratamentos mais eficazes e personalizados.