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Descarte recorde de vacas no Brasil corta matrizes, pressiona oferta de bezerros e isso deve pesar no bolso do consumidor

Publicado em 25/09/2025 às 07:28
Vacas, Descarte, Fêmeas, Matrizes
Imagem: Agência Brasil
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Abate de fêmeas bovinas cresce no Brasil, ultrapassa machos pela primeira vez e alerta para impactos na produção, preços futuros e exportações

O setor pecuário brasileiro recebeu um sinal de alerta inédito. Pela primeira vez desde 1997, o abate de vacas superou o de machos. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no levantamento do 2º trimestre de 2025.

Um recorde histórico no abate

No período, o país registrou 10,46 milhões de bovinos abatidos. O número representa alta de 3,9% em comparação ao mesmo trimestre de 2024.

O detalhe que chamou atenção foi a disparada das fêmeas, com aumento de 16% em relação ao ano anterior.

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Dentro desse grupo, as novilhas tiveram participação relevante. Sozinhas, responderam por 33% do total de fêmeas abatidas.

Esse volume reflete a procura internacional por carnes mais jovens, valorizadas pela maciez e pelo padrão de qualidade.

Mato Grosso: menos rebanho, mais fêmeas abatidas

Nem mesmo estados de tradição pecuária escaparam da tendência. Em Mato Grosso, maior rebanho bovino do país, o abate de fêmeas cresceu em relação a 2024. O movimento aconteceu apesar da queda no total de animais abatidos no estado.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base em dados do Indea, mostrou que o rebanho estadual somou 32,16 milhões de cabeças em 2025. Isso significa retração de 2,03% frente ao ano passado.

Menos vacas matrizes, mais preocupação

O impacto direto desse descarte é a queda no número de matrizes. Entre as vacas em idade reprodutiva, a redução chegou a 3,43%. Esse foi o terceiro ano seguido de baixa.

A perda de fêmeas em idade fértil compromete a reposição do rebanho. Consequentemente, cria um cenário de menor produção de bezerros. E esse efeito pode ser sentido nos próximos ciclos de produção.

Voz do especialista

O especialista Rogério Goulart, editor e fundador da Revista Carta Pecuária, analisou os números e reforçou a gravidade do momento.

Ele apontou que o descarte de fêmeas atingiu patamar histórico. E alertou: “Não se engane. Tempos interessantes teremos à frente”.

A observação indica que, embora haja maior oferta de carne no curto prazo, o longo prazo trará desafios.
A tendência é de menos bezerros nascidos, encolhimento do rebanho e alta nos preços.

Descarte de vacas: dinâmica de ciclos

A lógica é simples: uma vaca abatida deixa de gerar um bezerro por ano. E nem sempre a reposição acontece imediatamente. Por isso, a escassez aparece com defasagem de até três anos.

Assim, os relatórios técnicos já projetam queda do efetivo total ainda em 2025. Com menos bezerros disponíveis, a concorrência entre recriadores e confinadores aumenta. O resultado é a valorização dos animais jovens e a pressão de custos em toda a cadeia.

Impactos no preço do bezerro

Em 2025, os preços do bezerro já registram movimento de alta. Contratos futuros também sinalizam aumento.

Esse processo, segundo analistas, tende a continuar enquanto as matrizes permanecerem em queda.

Na prática, significa que o custo da carne in natura tende a subir. O repasse não ocorre de forma imediata, mas acontece conforme a oferta diminui.

E, com menos bezerros, frigoríficos e confinamentos terão que disputar lotes mais caros.

Efeitos sobre a indústria e o consumo

O encadeamento do problema chega a toda a cadeia. Confinamentos com menos animais reduzem a produção de carne. Frigoríficos enfrentam escalas curtas e custos maiores.

Isso pode até levar a importações pontuais de gado. Mas, no fim, o consumidor sente o impacto no preço do boi gordo e da carne nos mercados.

Os ciclos da pecuária mostram que a instabilidade tende a se repetir até que o rebanho seja recomposto.

Estratégias possíveis

Para os pecuaristas, duas conclusões são claras. Primeiro: quem retiver vacas e investir em reprodução poderá ter ganhos quando a escassez de bezerros apertar. Segundo: o mercado precisará lidar com carne mais cara pelos próximos 12 a 36 meses.

Portanto, o dado do IBGE vai além do registro histórico. É um alerta sobre o futuro do setor.
O manejo atual das fêmeas definirá não só a produção dos próximos anos, mas também os preços na ponta do consumo.

Com informações de Compre Rural.

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Romário Pereira de Carvalho

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