Mercado de Óleo e Gás exige novas lideranças com visão estratégica, capacidade de adaptação à transição energética e gestão humanizada, aponta Grupo Hub.
O mercado de Óleo e Gás demanda novas lideranças que possuam uma visão estratégica afinada, aptidão para se adaptarem à transição energética e habilidade em gestão humanizada, conforme revelado pelo Grupo Hub. As empresas já notam um crescimento na procura por executivos que se encaixem nesse novo perfil, impulsionando a competitividade no setor.
Com o aquecimento das atividades, a Indústria de Óleo e Gás requer profissionais com competências técnicas robustas, mas que também tenham a capacidade de enxergar cenários futuros. A transição energética está transformando radicalmente as exigências do mercado de Petróleo e Gás, tornando imprescindível a preparação contínua dos líderes. A demanda crescente está gerando oportunidades únicas para executivos inovadores, que sejam capazes de navegar pelas complexidades desse período de transformação.
Crescimento do mercado de Óleo e Gás
O mercado de Óleo e Gás está experimentando uma retomada significativa, especialmente no estado do Rio de Janeiro. Segundo um levantamento anual realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), houve um aumento de 33% no número de novos poços destinados ao processo de produção de petróleo e gás em 2023, destacando-se a Bacia de Campos. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as companhias petrolíferas instaladas no país deverão investir aproximadamente US$ 2 bilhões na exploração de cerca de 40 poços no Brasil nos próximos anos. As recentes licitações de blocos exploratórios estão proporcionando um estímulo adicional ao setor, resultando em novas oportunidades de emprego e uma alta demanda por líderes, conforme analisou o Grupo Hub, uma consultoria de RH que oferece soluções de recrutamento, seleção e desenvolvimento de pessoas, com uma década de atuação no mercado e que atende clientes como Teekay, Repsol, CHC e Viridien (ex-CGG).
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Investimentos e oportunidades no setor de Petróleo e Gás
As atividades exploratórias deverão consumir de 80% a 90% do montante de US$ 2 bilhões, com setores como o de Perfuração se destacando na cadeia de valor da indústria de Óleo e Gás. Os executivos que lideram as empresas nessa vertical estão sendo altamente disputados no mercado. ‘As organizações que não se protegerem acabarão perdendo talentos’, afirma Rafael Meneses, diretor regional do Rio de Janeiro do Grupo Hub e da unidade de negócio Top Executive. Gabrielle Botelho, diretora de RH da Viridien, líder mundial em Geociência que atende as principais empresas do setor em mais de 40 países, destaca o otimismo no mercado, que já se reflete nas contratações. ‘Em 2023, abrimos vagas técnicas e de liderança, e para 2024, esperamos dobrar esse número, acompanhando o crescimento e as novas oportunidades no setor de Óleo e Gás’. Rafael, que se juntou este mês ao Grupo Hub para fortalecer a atuação da empresa no Rio de Janeiro, enfatiza que o mercado de Óleo e Gás tem exigido uma atuação multidisciplinar dos seus executivos, demandando perfis que, além de excelência técnica, sejam capazes de oferecer visões estratégicas a longo prazo.
Desafios e futuro da indústria de Óleo e Gás
Embora a nova CEO da Petrobras, Magda Chambriard, tenha afirmado que a prioridade de sua gestão será acelerar as atividades de exploração de petróleo para repor as reservas da estatal ao longo dos próximos anos, a transição energética gradual para fontes de energia ‘mais limpas’ já é uma exigência global e deve estar na agenda de todos os executivos. ‘Já vivemos uma obrigatória transição energética para fontes de energia mais limpas, como solar e eólica, e a forma como se pensa a produção e o consumo de energia está se transformando radicalmente. A pergunta que fica para os líderes deste setor é: como manter seu negócio relevante e competitivo no longo prazo, se a matriz energética vive essa transformação? E como o próprio executivo pode se manter relevante nesse cenário? Não há uma única resposta para essa questão complexa, mas é inegável que pensar estrategicamente sobre esses movimentos já é vital’, ressalta Rafael.
Busca por profissionais multidisciplinares e adaptação
Anna Paula Lougon, diretora de Desenvolvimento de Novos Negócios da Viridien, concorda. Ela explica que, além da experiência técnica, a empresa busca profissionais com conhecimento de mercado e negócios. ‘Essa necessidade levou a um aumento na contratação de gerentes de projetos, diretores de operações e outros executivos com um conhecimento aprofundado das dinâmicas regionais e do setor de Óleo e Gás’. Além das flutuações na exploração devido a processos de licenciamento que são muito demorados, existe a crescente pressão para reduzir as emissões de carbono. Como parte do nosso processo de melhoria contínua, buscamos eficiência energética e operacional constante. Esse cenário, além de desafiador, traz muitas oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional. Quem quiser alcançar altos patamares nesta carreira terá que trabalhar sua capacidade de adaptação às novas tecnologias e práticas de sustentabilidade.
Liderança humanizada e gestão das emoções
Outro grande desafio para as novas lideranças do setor de Óleo e Gás, segundo Rafael, é a necessária humanização em um ambiente considerado extremamente técnico. ‘A atividade exige um líder que personalize as abordagens com os liderados e valorize as diferenças entre eles, garantindo não apenas os resultados a curto prazo, mas também preparando-os para futuras posições de liderança. Um exemplo prático é o grande desafio dos gestores em plataformas de perfuração de poços, que muitas vezes funcionam como cidades isoladas dos continentes’. Para Rafael, esses profissionais estão constantemente sob pressão por resultados, executando atividades que demandam um nível altíssimo de precisão ao longo de semanas, sem acesso a espaços naturais para equilibrar o estresse. ‘Diante de todos esses desafios, o papel da liderança torna-se ainda mais importante do que em outros negócios que operam em condições normais de temperatura e pressão. A gestão das emoções é crucial’, reforça Rafael.
Fonte: Joana Negri