Moeda brasileira alcança força histórica frente à argentina e expõe fragilidade econômica
O real atingiu, nesta segunda-feira (8), a cotação recorde em relação ao peso argentino. Isso ocorreu logo após a derrota do partido de Javier Milei nas eleições provinciais em Buenos Aires.
Somente em 2025, a moeda da Argentina já acumula uma queda de 37% frente à brasileira, segundo dados oficiais divulgados pelo Banco Central da Argentina.
Peso argentino perde valor rapidamente
Ao longo do ano, o peso argentino vem registrando sucessivas desvalorizações. No início de janeiro de 2025, um real comprava 163 pesos argentinos.
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Agora, após o pleito do domingo (7), a mesma quantia em real passou a valer 262 pesos, de acordo com os números do mercado cambial de Buenos Aires.
Essa cotação foi registrada por volta das 16h22 da segunda-feira. Portanto, a moeda argentina segue em trajetória de forte perda, ampliando as pressões internas.
Derrota eleitoral pressiona governo Milei
Com quase 100% das urnas apuradas, a coalizão peronista-kirchnerista Força Nacional obteve 41,75% dos votos na província de Buenos Aires.
Já o partido de Milei, La Libertad Avanza (LLA), conquistou apenas 34,15% do eleitorado. Assim, a eleição de domingo (7) foi interpretada como um termômetro para o legislativo federal.
O pleito está marcado para 26 de outubro de 2025. Como a província concentra 40% do eleitorado argentino, a derrota representou um duro golpe político para Milei.
O presidente tenta manter apoio à sua agenda de reformas. Entretanto, os resultados ampliaram a incerteza sobre sua governabilidade e o futuro do seu projeto econômico.
Participação eleitoral em queda
A taxa de comparecimento às urnas foi de 63%, índice sete pontos abaixo do registrado em 2021, segundo a Justiça Eleitoral Argentina.
Esse dado reforçou a percepção de descontentamento popular e sinalizou fragilidades na base de apoio de Milei.
Além disso, especialistas ressaltam que a eleição em Buenos Aires é estratégica. Ela define cenários que podem influenciar diretamente o resultado nacional em outubro.
Crise econômica e instabilidade política
A derrota eleitoral de Milei se soma a problemas estruturais da economia argentina, como inflação elevada e escassez de reservas internacionais.
Além disso, denúncias de corrupção envolvendo sua irmã, Karina Milei, aumentaram a percepção de instabilidade e alimentaram a desvalorização cambial.
Portanto, o peso argentino voltou a perder valor frente ao real e também em relação ao peso chileno. Essas moedas são vistas como mais seguras na região.
Em consequência, cresce a pressão sobre a economia argentina. O país já vinha sofrendo com desconfiança dos mercados e instabilidade política.
Diante disso, analistas preveem maiores dificuldades para a implementação de reformas econômicas nos próximos meses.