Entenda por que a gigante do aço desistiu de uma nova fábrica no exterior e está investindo em mineração no Brasil um plano de R$ 6 bilhões em Minas Gerais para fortalecer sua operação nacional
Nos últimos meses, uma história sobre a Gerdau vender uma fábrica no México para financiar seus projetos no Brasil ganhou força. No entanto, a realidade é diferente e ainda mais estratégica. A gigante do aço, na verdade, cancelou um grande investimento de US$ 600 milhões no México e está, ao mesmo tempo, acelerando seus investimentos em mineração no Brasil, em um movimento que reforça sua aposta no mercado nacional.
Essa decisão faz parte de uma reorganização global do portfólio da empresa. Em vez de se arriscar em um novo e caro projeto no exterior, a Gerdau optou por fortalecer suas operações em casa, consolidando o controle de ativos de alto valor e investindo pesado na autossuficiência de matéria-prima.
O pivô no México, o cancelamento do projeto de US$ 600 milhões
A decisão mais impactante da Gerdau foi anunciada em maio de 2025: o cancelamento de um plano para construir uma nova usina de aços especiais no México. O projeto, avaliado em cerca de US$ 600 milhões (aproximadamente R$ 3 bilhões), foi engavetado por uma combinação de fatores.
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Segundo o CEO da empresa, Gustavo Werneck, as incertezas sobre as tarifas de importação de aço impostas pelos Estados Unidos e uma “profunda reconfiguração” na cadeia de suprimentos da indústria automotiva tornaram o investimento arriscado. A lógica foi pragmática: em vez de construir uma nova fábrica no México, seria mais prudente e barato utilizar a capacidade ociosa que a empresa já possui em suas usinas nos EUA para atender à demanda.
A consolidação no Brasil, a compra da parceria com a Sumitomo
Enquanto cancelava um projeto no exterior, a Gerdau fortalecia sua posição no Brasil. Em uma transação que pode ter contribuído para a confusão de informações, a empresa comprou a participação de seus sócios japoneses, incluindo a Sumitomo Corporation, na joint venture Gerdau Summit, localizada em Pindamonhangaba (SP).
O negócio, no valor de US$ 32,6 milhões e concluído em fevereiro de 2025, deu à Gerdau 100% do controle da unidade, que produz peças de alto valor para diversos setores. A mensagem foi clara: menos risco em mercados internacionais voláteis e mais controle sobre operações lucrativas e estratégicas no mercado doméstico.
Os R$ 6 bilhões para Minas Gerais, o futuro dos investimentos em mineração no Brasil
O foco no Brasil fica evidente no robusto plano de investimentos da Gerdau para Minas Gerais, seu principal polo produtivo. A empresa está executando um plano de R$ 6 bilhões em CAPEX, com o maior aporte, de R$ 3,2 bilhões, direcionado para a expansão de sua mina de minério de ferro em Miguel Burnier.
Este projeto é a peça central dos investimentos em mineração no Brasil. O objetivo é atingir a autossuficiência em minério de ferro de alta qualidade, com teor de 65%, o que torna a produção de aço mais eficiente e menos poluente. A expansão garantirá o suprimento para as usinas da Gerdau por 40 anos e utiliza tecnologia de ponta, como o empilhamento a seco de rejeitos, que elimina a necessidade de barragens.
Uma estratégia clara, menos risco fora, mais força em casa
Os três movimentos, embora pareçam desconectados, fazem parte de uma estratégia coesa e bem definida. Ao cancelar o caro projeto no México, a Gerdau evitou um grande risco financeiro e geopolítico. Ao comprar a totalidade da Gerdau Summit, ela consolidou o controle sobre um ativo de alto valor em casa.
E, ao acelerar os investimentos em mineração no Brasil, a empresa garante sua matéria-prima, aumenta sua competitividade e reduz seu impacto ambiental. A mensagem para o mercado é forte: em um cenário global incerto, a aposta da Gerdau é na força, na estabilidade e no potencial de crescimento de suas operações brasileiras.
Se vai investir no Brasil, pq fechou a Usina em Barão de Cocais-MG?
Tive o privilégio de trabalhar na Gerdau durante 31 anos.
Exemplo de empresa e de ensinamento comportamental que influenciaram positivamente minha vida.
Aí sim! Empresa brasileira tem que ter a maior força do governo! Temos que investir no que é nosso!