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Depois de fechamento de estaleiro em Recife, presidente afirma: “BR do Mar” foi o tiro de misericórdia

Escrito por Renato Oliveira
Publicado em 30/08/2019 às 12:58

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Recife sofre pelo fechamento de estaleiro
Recife e o estaleiro

Programa recém lançado pelo governo federal não tem a aprovação dos estaleiros e segundo o presidente do Atlântico Sul em Recife, afetou negociações com armadores

A triste notícia do fechamento do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, município de Recife, continua dando o que falar no tão combalido mercado da construção naval.
O ex presidente do estaleiro, Harro Burmann, conversou com o programa “Movimento Econômico” da CBN de Recife, sobre os fatores que prejudicaram as negociações com armadores e citou a “BR do mar” avisando que ela dá um tiro de misericórdia na construção naval no país.

O Estaleiro Atlântico Sul, em Recife, decidiu encerrar as operações por tempo indeterminado, no início de agosto e o ex presidente, que fazia a negociação com os armadores Aliança e Mercosul Lines, para a construção de dois navios (para cada) viu as mesmas voltarem a estaca zero, depois que o governo incentivou que as encomendas dos armadores de cabotagem sejam feitas fora do Brasil, com o lançamento do programa que foi apelidado no meio de “BR do Mar”.

Segundo Harro Burmann, as encomendas seriam de cerca de US$ 300 milhões e garantiriam ao estaleiro se manter operacional até que o mercado de Óleo e Gás tivesse a tão sonhada retomada.

Os navios seriam financiados com recursos do undo de Marinha Mercante (FMM) e segundo ele as duas companhias de navegação na mira do EAS viram mais vantagem em aproveitar os incentivos para a importação de navios, dados pelo programa do governo, do que em fazer as encomendas no Brasil.

EAS afetado imediatamente

O programa do Governo afeta a todos os estaleiros a curto prazo, mas afetou imediatamente o Atlântico Sul, por estarem no meio de uma negociação e pela empresa ter a estratégia de construir navios e não viver de serviços de manutenção como prega a “BR do Mar”.

“Um reparo de R$ 500 mil não sustenta estaleiro. Nem o EAS, nem outros grandes estaleiros. É verdade que o Brasil tem uma carência de reparos, mas é um mercado que não viabiliza uma indústria naval inteira. A Petrobras como um todo, com uma frota de 200 navios, gasta R$ 60 milhões por ano em reparos. Isso mantém um estaleiro? Nenhum. Muito menos todo o setor”, declarou o ex presidente.

“O intuito da “BR do Mar” é estimular a renovação e ampliação de frota das companhias de cabotagem, por meio da importação de navios e isto não faz o menor sentido em um país que tem construção naval”, completou ele.
O programa do governo está passando por um série de debates por representantes do setor, mas ainda não se perdeu a esperança de reverter essa situação por meio da mobilização de entidades sindicais de trabalhadores, da indústria e de toda a sociedade que anseia pela retomada de seus empregos.

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Renato Oliveira

Engenheiro de Produção com pós-graduação em Fabricação e montagem de tubulações com 30 anos de experiência em inspeção/fabricacão/montagem de tubulações/testes/Planejamento e PCP e comissionamento na construção naval/offshore (conversão de cascos FPSO's e módulos de topsides) nos maiores estaleiros nacionais e 2 anos em estaleiro japonês (Kawasaki) inspecionando e acompanhando técnicas de fabricação e montagem de estruturas/tubulações/outfittings(acabamento avançado) para casco de Drillships.

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