Deputados democratas afirmam que a China usa a superprodução como arma econômica e pressionam Trump a adotar cláusulas vinculantes em negociações comerciais, destaca o Poder360.
Os democratas dos Estados Unidos acusaram a China de inundar os mercados globais com produtos de baixo custo, como aço e painéis solares, e cobraram do presidente Donald Trump uma postura mais dura nas negociações comerciais com Pequim. Segundo carta enviada ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, a superprodução estrutural chinesa é vista como uma ameaça direta à indústria americana e à competitividade global.
No documento, os parlamentares pedem que qualquer acordo bilateral inclua “requisitos vinculantes” para reduzir a capacidade produtiva chinesa, sob pena de prolongar a guerra comercial.
Eles também defendem uma estratégia coordenada com aliados internacionais, evitando que tarifas isoladas enfraqueçam os EUA frente a um sistema produtivo considerado agressivo.
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Superprodução chinesa em foco
Para os democratas, a China produz mais do que consegue consumir internamente, exportando excedentes em larga escala a preços reduzidos.
Essa prática, segundo eles, gera perda de empregos, fechamento de fábricas e desestabilização do comércio internacional.
O aço e os painéis solares são os principais exemplos dessa sobrecapacidade, com impacto direto não apenas nos EUA, mas também na Europa e em outros mercados ocidentais.
O documento afirma que essa é uma estratégia antiga de crescimento, que privilegia a expansão da produção mesmo sem demanda suficiente.
A consequência é a chamada “guerra de preços”, que afeta indústrias locais incapazes de competir com os valores praticados pelos produtos chineses.
Reação da China e clima das negociações
A resposta chinesa foi imediata. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, classificou as críticas como um “pretexto para o protecionismo”.
Segundo ele, os EUA distorcem fatos e utilizam a acusação de sobrecapacidade para conter o desenvolvimento chinês. Pequim insiste que sua produção atende à demanda global e rejeita a narrativa de manipulação de mercado.
As negociações em Madri contam com a presença do secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, e do representante comercial Jamieson Greer, além da delegação chinesa liderada pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng.
O objetivo é transformar a suspensão temporária de tarifas em um acordo mais estável, que também inclua temas sensíveis como o fentanil, o déficit comercial dos EUA e o futuro do TikTok no país.
Continuidade de uma pauta bipartidária
A ofensiva democrata não é inédita. Durante o governo Biden, a então secretária do Tesouro, Janet Yellen, também havia alertado para os riscos da superprodução chinesa.
O episódio mostra que há um consenso bipartidário nos EUA de que a política industrial da China representa um risco estrutural para o emprego e a competitividade americana.
Especialistas afirmam que a pressão aumenta os desafios de Trump.
Se, por um lado, ele precisa endurecer o tom contra a China, por outro, corre o risco de desencadear uma escalada que pode prejudicar consumidores e setores dependentes de insumos chineses. O equilíbrio entre firmeza e pragmatismo será determinante para os próximos passos.
Você acredita que os EUA devem impor medidas mais duras contra a China para conter a superprodução, mesmo correndo o risco de encarecer produtos no mercado interno?
Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir sua visão sobre os impactos dessa disputa comercial.