A xPeng, gigante chinesa de tecnologia e inovação em mobilidade, estuda expandir para o Brasil com carros elétricos, eVTOLs e até robôs humanoides de Inteligência Artificial.
A xPeng, marca chinesa em ascensão no setor automotivo, vem chamando a atenção mundial não apenas por seus carros elétricos, mas também por suas apostas ousadas em tecnologias disruptivas. Fundada com a participação de ex-executivos de empresas como GAC, Alibaba e Xiaomi, a companhia não se limita à mobilidade terrestre: o futuro da marca também passa por carros voadores (eVTOLs) e robôs humanoides controlados por Inteligência Artificial.
No Salão de Munique 2025 (IAA), um dos maiores eventos do setor automotivo global, a xPeng mostrou ao público europeu não só sua linha de elétricos, mas também projetos que parecem saídos da ficção científica. Foi nesse contexto que o vice-presidente global da empresa, Brian Gu, confirmou que o Brasil está no radar da marca, conforme noticiado pelo AutoEsporte nesta sexta-feira, 12 de setembro.
Planos para o mercado brasileiro
A entrada da xPeng no Brasil ainda não tem data definida, mas o executivo adiantou que a estratégia não deve se restringir apenas a veículos elétricos. “Se estamos estudando entrar [no Brasil], é natural que todos os produtos que desenvolvemos estejam no radar”, destacou Brian Gu.
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Isso significa que, além dos sedãs e SUVs eletrificados, robôs humanoides e eVTOLs também podem fazer parte do futuro portfólio nacional. Questionado sobre a possibilidade de venda de robôs em solo brasileiro, Gu respondeu de forma categórica: “Sim, certamente.”
Ainda assim, a decisão final sobre a entrada no país segue em análise.
O sedã elétrico xPeng P7: destaque em Munique
Entre os modelos em exibição no salão alemão, o xPeng P7 foi um dos grandes atrativos. Trata-se de um sedã de segunda geração que une design sofisticado, inteligência artificial e autonomia impressionante.
- Dimensões: 5,02 m de comprimento, 1,97 m de largura, 1,43 m de altura e entre-eixos de 3,01 m.
- Aerodinâmica: coeficiente de apenas 0,201, um dos mais baixos da categoria.
- Autonomia: até 820 km no ciclo chinês WLTC.
- Arquitetura: sistema de 800 Volts, com baterias de 74,9 kWh (LFP) ou 92,2 kWh (NMC).
- Performance: 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e recarga ultrarrápida que garante 525 km em apenas 10 minutos.
O modelo pode ser configurado com três motores de Inteligência Artificial da Turing AI e um processador Qualcomm Snapdragon SA8295p, que alimentam o assistente de cabine VLM (Cabine Muito Inteligente). A fabricante acredita que o sedã alcançará nível 4 de condução autônoma até 2026, um marco para a indústria.
Robôs humanoides Iron: a aposta fora das ruas
No estande da marca em Munique, no entanto, não foi apenas o P7 que roubou os holofotes. O Iron, robô humanoide da xPeng, também chamou atenção.
Com 1,73 m de altura e 70 kg, o Iron conta com 60 articulações e capacidade de realizar mais de 200 movimentos diferentes. Sua potência de processamento equivale a 3 trilhões de operações por segundo, tornando-o apto para atuar em fábricas e, futuramente, em tarefas cotidianas.
O robô deve entrar em produção em série a partir de 2026. A companhia estima investir US$ 13,8 bilhões (cerca de R$ 75 bilhões) nesse segmento nos próximos 20 anos.
eVTOLs: os “carros voadores” no horizonte
Outro destaque da estratégia da xPeng é o eVTOL apelidado de “Veículo Modular Voador” (Land Aircraft Carrier). O protótipo será testado oficialmente em Dubai, nos Emirados Árabes, antes de chegar a outros mercados.
O primeiro voo de demonstração está marcado para o próximo mês, e a previsão é que o modelo esteja disponível comercialmente em 2026.
Essa aposta reforça o posicionamento da empresa como um player global não apenas em mobilidade elétrica, mas também em novas formas de transporte aéreo urbano.
Enquanto várias fabricantes chinesas concentram esforços apenas nos carros elétricos de entrada, a xPeng mira um público diferente: consumidores que buscam tecnologia de ponta, design futurista e experiências integradas de IA.
Esse reposicionamento pode fazer da marca uma forte concorrente não apenas para montadoras tradicionais, mas também para gigantes da tecnologia que estão se aventurando no setor automotivo.